Alimentação Consciente x Dietas

Conceição Trucom

As livrarias estão cheias de livros “famosos” de dietas que prometem resultados rápidos, perda de peso, praticamente sem esforço. Duvide!

Muitas dessas dietas são desequilibradas do ponto de vista nutricional e não podem ser seguidas por mais de duas semanas, sem risco de graves carências alimentares. Um bom exemplo é que 1 maçã tem o mesmo teor de calorias que 1 colher de sopa de leite moça, mas sabemos que para a saúde, existe enorme diferença.

Outra desvantagem é que a maioria das dietas não ensinam bons hábitos alimentares, nem propõem mudanças de comportamento que ajudem a superar a tendência para engordar ou para comer compulsivamente.

Por definição, dieta é uma prática alimentar configurada para atingir um determinado objetivo, ao final do qual, pode-se retornar aos hábitos iniciais (?). A interrogação é porque, em princípio, não está implícito que a dieta, seja qual for, tem um compromisso com a re-educação alimentar.

Em contra partida, alimentar-se significa nutrir-se e, se esta alimentação for baseada em conceitos de escolhas conscientes e uso balanceado dos dos alimentos, a cada refeição ou lanche, então estamos falando de uma educação alimentar, de um hábito para toda a vida.

Não estou aqui afirmando que todas as dietas são questionáveis ou que não são necessárias ou úteis. Porque algumas delas cumprem bem ao que se destinam: resolver um problema pontual, como é o caso da macrobiótica.

Meu intuito é diferenciar Dietas, que devem primeiramente passar pelo crivo do bom senso e depois (se aprovadas) encaradas como de curto prazo; de Alimentação Consciente, que deve ser compreendida como uma prática para toda a vida.

Entretanto, quando o desejo de emagrecer rapidamente vira “a cegueira da visão”, a escolha da Dieta pode ser muito prejudicial à saúde.

Existem pessoas que “apelam” e compram drogas (coquetéis emagrecedores) tipo anfetaminas, uma prática que, quando automedicada e prolongada, pode levar a graves deficiências de vitaminas e minerais, anemia, desidratação, problemas cardíacos, depressão e até à morte.

A atitude segura e duradoura para emagrecer, perdendo somente o excesso de gordura corporal, é com a construção de um estilo de vida saudável, com uma alimentação consciente e atividade física regular.

De forma lenta e gradual, a perda de excesso de gordura corporal deve ficar entre 0,5 a 1,0 quilo/mês. Essa meta pode ser alcançada com um consumo de 1200 a 1500 calorias/dia, acompanhada da escolha de alimentos integrais, naturais e um programa de exercícios moderados.

Somente uma alimentação consciente e balanceada irá garantir o consumo equilibrado de todos os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo, como também a eliminação dos seus excessos, entre eles a gordura.

Somente seguindo uma alimentação que nutre e respeita seu corpo, você poderá resgatar hábitos alimentares sólidos e construtivos, emagrecendo e aprendendo a se alimentar corretamente.

Um desafio
A decisão de livrar-se definitivamente dos quilos indesejados envolve uma mudança no estilo de vida, em relação aos hábitos alimentares, à atividade física e tantos outros. Saber fazer melhores escolhas é um deles. Dar-se tempo para digerir os alimentos, as relações, você e a vida, é outro.

Conseguir emagrecer perdendo qualquer peso (líquidos corporais, massa muscular, etc.), com uma dieta severa ou inadequada, dá toda a margem para engordar tudo de novo assim que voltar a comer “normalmente”. Por isso é importante adquirir hábitos alimentares que possam ser mantidos pelo resto da vida – esse é o segredo do sucesso.

Alguns especialistas chegam a afirmar que a repetição do “emagrece-engorda” pode ser até mais prejudicial do que o excesso de peso em si.

Importante: antes de começar qualquer programa alimentar ou de exercícios, leve em conta as seguintes recomendações:

1. Se você está muito acima do seu peso normal, tem diabetes ou problemas de coração, deve consultar o médico antes.

2. Passe longe das dietas que reduzem drasticamente a quantidade de alimentos e calorias e prometem resultados rápidos demais.

3. Dietas extremas, que não respeitam as necessidades básicas do organismo só podem ser seguidas com supervisão médica.

4. Remédios para ajudar na perda de peso só podem ser receitados por médicos. Fuja das fórmulas milagrosas para emagrecer.

5. Não use diuréticos ou laxantes para perder peso: essa é uma prática perigosa, que pode prejudicar seu organismo seriamente.

Uma dica
É possível emagrecer com segurança, usando o bom senso, o respeito pelo seu corpo e saúde. O importante é adotar um tipo de alimentação que você vai continuar preferindo depois de ter atingido seus objetivos: A Alimentação Consciente e Balanceada + os Sucos Desintoxicantes.

Para ter sucesso
1. Não pule refeições. O ideal é uma refeição ou lanche a cada 3-4 horas, para manter a curva glicêmica estável.

2. Alimente-se aproximadamente no mesmo horário todos os dias. Isto ajuda a “programar” o apetite e controlar a fome entre as refeições.

3. Alimente-se devagar, mastigando e saboreando bem os alimentos.

4. Pare quando estiver satisfeita. Não se sinta obrigada a acabar com tudo que está no prato.

5. Evite lugares que representem um perigo para o seu regime, como praças de alimentação em shoppings, principalmente quando estiver com fome.

6. Habitue-se a conferir seu peso ao menos uma vez por semana, no mesmo horário, na mesma balança e, se possível sem roupas.

7. Não faça compras de supermercado quando estiver com fome. Lembre-se: tudo que estiver na despensa você acabará comendo.