Conceição Trucom
A água é um elemento essencial à vida e à purificação dos que habitam a Terra — homens, animais e vegetais. Mais de 65% do organismo humano é composto por água, e de modo aproximado, pode-se dizer que 55% dela vai para o interior das células, 7,5% para o plasma sanguíneo, 20% para a linfa (encontrada nos espaços entre as células), 2,5% para o líquido crânio sacral (que irriga o cérebro e a medula) e para o fluido dos olhos e dos ouvidos, 7,5% para os ossos e 7,5% para o tecido conjuntivo (que separa, protege e sustenta os diversos órgãos).
Desde a Antiguidade é conhecido o potencial renovador e curativo da água. Ela exerce efeitos terapêuticos não apenas interna, mas também ao ser usada externamente em banhos e compressas. Combate as mais variadas doenças, dores, traumatismos, e auxilia no tratamento de distúrbios emocionais. Além de revitalizar, a água possibilita maior circulação de energias curativas.
A água é elemento fundamental não só à própria vida, mas à saúde física e psíquica. É, por excelência, veículo para condução e armazenamento de cargas elétricas e magnéticas, tanto construtivas quanto destrutivas:
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- Quando pura, conduz energias universais de vitalidade, transformação, sutilização e elevação;
- Quando poluída, é meio de proliferação de microorganismos, doenças e vibrações inferiores.
Como na filosofia da Alimentação Desintoxicante, a água é uma ferramenta de limpeza e sutilização do corpo físico. Quanto melhor hidratado está um organismo, mais desintoxicado ele será, menos denso, menos lastros, mais leveza, mais aliviada permanecerá cada célula, órgão ou sistema.
Contudo, a falta de maior entendimento do homem sobre a necessidade de interação harmoniosa com a natureza tem posto em risco essa fonte de saúde e vida, bem como todo o planeta. Muito embora alguns tenham despertado para isso, a grande maioria permanece inconsciente, e o que em geral se vê é falta de respeito para com esse sagrado líquido. A destruição paulatina do meio ambiente, incluindo o desmatamento, a contaminação das nascentes, dos rios, dos lagos e dos oceanos, provoca desequilíbrios de graves proporções, que o homem se tem negado a considerar.
O mau uso que fazemos da água, desperdiçando-a e sujando-a desnecessariamente, interfere no equilíbrio do reino mineral e também no equilíbrio deste com outros reinos da natureza. Urgente seria todos aprenderem a usar a água corretamente, mas há bem poucos sinais de que isso vá acontecer em âmbito global. No entanto, já existem aqueles que estão mais conscientes e estão dispostos a agir de maneira construtiva. Nunca se sabe que repercussões isso pode ter, pois a natureza é pródiga em respostas, embora nem sempre as dê de imediato.
Segundo Peter Russel em O despertar da Terra (Editora Cultrix), chegará um momento de massa crítica, quando o nível de consciência chegará a um ponto, onde as mudanças planetárias serão analógicas, ou seja, transcenderão a lógica da previsibilidade cartesiana. E, para esta massa crítica ser alcançada algumas atitudes básicas são indispensáveis:
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- Conservar as nascentes, protegê-las do desmatamento, da contaminação e de lixos de qualquer espécie.
- Plantar mais árvores e evitar a destruição das existentes.
- Não jogar lixo e materiais no mar, tampouco em lagos, rios e riachos.
- Ser grato à natureza, que se doa incondicionalmente.
- Usar a água sem desperdício.
Muitos dizem: “Se a grande maioria não se importa com o que está acontecendo no planeta e não adota essas atitudes, se as águas continuam sendo poluídas por esgotos, pela mineração, por detritos industriais e outras substâncias, adianta fazer alguma coisa? Minha ação é insignificante”.
Em vista disso, lembramos aqui a fábula do beija-flor que uma vez, em meio a um incêndio florestal, ia ao rio, pegava um pouquinho de água no bico e voava em direção ao fogo. Lá chegando, lançava aquela água sobre as chamas e retornava ao rio para buscar mais. Havia feito esse trajeto centenas de vezes, quando outra ave lhe disse: “Não percebe quão inútil é esta sua atitude? Já viu a proporção do incêndio? Você nunca vai conseguir apagá-lo!”
Ao que o beija-flor respondeu com serenidade: “Estou fazendo minha parte. Se cada um fizer a sua, em poucas horas o incêndio estará contido”.
Além dos efeitos práticos que podem advir dessa conscientização, jamais poderemos avaliar a repercussão de um simples ato de amor, aparentemente inútil.
Como produzir sua água potável
Seria bom beber água sem impurezas e com pouca quantidade de sais. Água saudável é a que conserva sua energia natural, ou seja, é a rica em oxigênio livre, à semelhança da água de cachoeira, onde existe agitação e forte atrito das partículas.
Do ponto de vista prático, devem-se conhecer as características de uma água potável e as de uma água contaminada. A água potável é clara, limpa e sem cheiro, dissolve bem o sabão, cozinha bem os alimentos e não causa sensação de peso no estômago após ingerida.
A água contaminada tem características opostas. Pode conter resíduos de dejetos humanos, de animais ou resíduos industriais por perto de onde é colhida. Tal é o caso das águas próximas de estábulos, pântanos, fossas e terrenos poluídos. A má conservação de encanamentos e reservatórios ou a grande quantidade de algas na superfície também são indício de contaminação.
Quando se percebe o risco de uma água estar contaminada por bactérias e microorganismos, pode-se filtrá-la e depois fervê-la por 15 a 30 minutos. Após fervida, é bom vertê-la de uma vasilha a outra, várias vezes, para oxigená-la.
Importante lembrar que ferver a água é um recurso de emergência para viabilizar o consumo diante catástrofes, etc. Ou seja, é válido por alguns dias de consumo, porém em algum momento, o mais breve possível, voltar a consumir água natural. O ato de ferver uma água a torna ‘morta’ com todas as suas propriedades vitais anuladas.
A água de torneira permanece muito tempo nos reservatórios municipais e residenciais, perdendo assim o oxigênio livre. Além disso, costuma ser submetida a “tratamentos” em que lhe são acrescentadas substâncias químicas prejudiciais à saúde, embora oficialmente consideradas aceitáveis. Na maioria das vezes já não tem valor vital.
É recomendável usar filtros caseiros, tipo de barro com velas cerâmicas, para purificar essa água, embora não seja garantido que a deixem com melhor qualidade. Esses filtros apenas retiram as partículas de argila e outros macroelementos da água, mas não eliminam dela o cloro, os sulfatos, os defensivos agrícolas, os poluentes industriais e domésticos, as bactérias, e tampouco lhe devolvem o oxigênio perdido.
Lembrar: Qualquer filtro deve ser lavado periodicamente para evitar focos de cultura bacteriana.
Um recurso para purificar melhor a água a ser bebida é criar um filtro mais eficiente. Pode-se, para isso, reunir carvão, areia e cascalho.
O segundo recurso é a SOLARIZAÇÃO da água, mesmo que seja oriunda de uma água pura da nascente, porque irá sanear a água e torná-la mais estruturada e vital.
Filtro de carvão, areia e cascalho
Existe uma febre de comprar água mineral naqueles garrafões plásticos de 20 litros. Sem dúvidas, este é um super negócio.
Existe um outro grande negócio, que são os inúmeros tipos de filtros de água, sempre onerosos: um modelo para cada tipo de bolso.
No caso dos garrafões, pouco temos garantias de que aquela água é realmente potável e melhor que a água tratada de sua cidade. E pior, estamos incentivando a produção de toneladas de garrafões plásticos, que finalmente irão terminar em mais lixo não reciclável para o planeta. E, por último, chegará um dia em que ter dinheiro para comprar água não será suficiente.
Portanto, sugiro que aprendamos a tratar nossa água de cada dia desde já. Veja como é simples:
Fazer um orifício próximo à base de um garrafão e adaptar ali uma torneira bem vedada com arruelas de borracha e cola de silicone; a torneira deve ser precedida de uma pequena rede à guisa de peneira. (Eu usaria um filtro de barro para tal construção.)
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- Utilizar pedras ou cascalhos arredondados, de mármore, de cristais de quartzo ou de rocha; devem ser separados conforme por tamanho.
- Utilizar carvão vegetal puro (encontrado em lojas especializadas em aquários e filtros).
- Utilizar areia grossa e areia fina, previamente lavadas e esterilizadas. Para isso, deixá-las em fervura durante 20 minutos.
- Proceder a acomodação das camadas dos componentes, iniciando-se com as mais grossas e passando às mais finas, alternando carvão e cascalho. As camadas devem ter em torno de cinco centímetros de espessura; é preciso acomodá-las com cuidado, socando-as bem.
- Fazer a água de um filtro comum doméstico penetrar na parte superior do garrafão; enchê-lo, mantendo a torneira de saída fechada.
- Deixar o garrafão cheio durante uma hora e depois abrir a torneira de saída, mantendo a de entrada também aberta. Permitir que a água corra livremente por mais uma hora, para acomodar bem as camadas.
No começo a água pode ficar com gosto de carvão, mas após alguns dias seu sabor será excelente; não sairá escura, mas cristalina. O material deve ser trocado quando o gosto da água se tornar de novo semelhante ao de água de torneira, o que, no entanto, pode demorar vários meses a acontecer.
Ao passar por esse filtro, a água é bem oxigenada porque se choca com muitos obstáculos, embora não chegue a ficar tão rica em oxigênio livre quanto a natural. Não é totalmente purificada, mas perde mais de 80% dos agentes estranhos.
E, para vitalizar ainda mais sua água:
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- Acrescente ramos de ervas frescas.
- Coloque cristais como quartzo branco, malaquita ou hematita.
- Coloque música clássica ou new age ao lado do filtro.
(*) Texto extraído e adaptado por Conceição Trucom dos livros:
Ação Imediata em Emergências – Fabian Missiano – Editora Cultrix/Pensamento
O Despertar da Terra – Peter Russel – Editora Cultrix
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