Conceição Trucom
Esta é uma série de textos sobre aditivos & temperos onde todos os responsáveis pela alimentação de crianças irão se surpreender. O primeiro é o: sais, sal marinho, sal refinado, sal light, cloreto de sódio.
Os seres vivos podem consumir o sódio e outros sais minerais naturalmente, através dos alimentos de origem vegetal, maduros, frescos e integrais, sem precisar adicionar ‘sal extra’.
Alimentos industrializados sempre contém muito sal (cloreto de sódio
e outros sais) pois funcionam como um conservante, em geral, de baixo
custo. Mesmo os alimentos de sabor doce – industrializados – podem conter
dosagens insanas de sais, como é o caso dos refrigerantes.
O sal de cozinha é normalmente extraído de salinas (evaporação da água do mar) ou de rochas (Rio Grande do Norte), mas nesta forma concentrada será irritante e tóxico ao organismo. Em elevada concentração, vai matando as papilas e sua habilidade para sentir os demais sabores (doce, amargo, azedo, picante e adstringente), retarda a digestão e a excreção, e interfere negativamente nos rins e equilíbrio hídrico interno como a pressão dos líquidos corporais.
A maioria das pessoas ingere mais sal do que o necessário e acredito porque tudo começa errado na infância. Na idade adulta, o consumo exagerado de sal pode causar pressão alta e aumentar o risco de doenças cardiovasculares e deficiências renais.
As crianças, especialmente as que têm menos de um ano, são incapazes de processar altas concentrações de sal porque seus rins ainda não estão completamente desenvolvidos. Por essa razão, é fundamental não adicionar sal na alimentação de um bebê e, evitar o uso de cubos de caldo salgados ou refrigerantes e alimentos processados, sempre ricos em sal.
Procure evitar desde cedo que seu filho desenvolva compulsão por sal. Para crianças pequenas, dê sabor à refeição com ervas frescas ou desidratadas. Não incentive as crianças a adicionar sal no prato e, repense sua inclinação a fazê-lo, pois a tendência da criança é imitar a atitude e hábito dos pais (e/ou responsáveis).
O sal de cozinha é um conservante barato e alimentos industrializados e processados – principalmente, sopas enlatadas, salgadinhos de pacote, mesmo cereais matinais e doces – provavelmente contêm muito mais sal do que se imagina.
Você sabia que na industrialização do sal, freqüentemente, é feita uma lavagem à quente para “clarear” o produto? Depois de empobrecido, o sal industrializado é “enriquecido” com aditivos químicos.
Para evitar a umidificação e a consequente formação de pedrinhas, o sal recebe óxido de cálcio, que favorece aparecimento de pedras nos rins e na vesícula biliar. Outros aditivos do sal: ferrocianato e prussiato amarelo de sódio, fosfato tricálcico de alumínio, silicato de sódio e o carbonato de cálcio (todos sais). Assim, obtém-se o sal refinado, branco, brilhante, soltinho, rico em antiumectantes, alvejantes, estabilizantes!
Após um ano de idade existem algumas opções saudáveis para dar um leve toque nos pratos salgados que são: missô* (pasta fermentada de soja), molho shoyo* (também oriundo da fermentação da soja), azeitonas, ervas desidratadas, tomate desidratado ao sol sem adição de sal.
(*) Busque um fornecedor macrobiótico e confira no rótulo a não presença de glutamatos.
Texto da série Aditivos alimentares & Temperos
Aditivos alimentares & Temperos II – Pimenta, vinagre e condimentos
Aditivos alimentares & Temperos III: Açúcar
Aditivos alimentares & Temperos IV: Amidos e Fibras
Assista aos Vídeos: teor de SAL nos alimentos processados
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