Mônica de Oliveira Costa *
Cada vez mais nos afastamos da natureza. As crianças de hoje pensam que o leite sai da vaca em caixinhas. As hortas nos quintais se extinguiram. Colher uma fruta no pé é privilégio de poucos.
Entendo que a vida moderna nos afastou da natureza, mas nem por isso devemos nos prender ao consumo de alimentos industrializados. A ida ao supermercado deve ser feita de modo consciente.
O tempo se tornou um bem precioso. Os alimentos industrializados passaram a ser muito consumidos porque facilitam a vida das famílias nas grandes cidades. Porém, desejo ressaltar que a maioria das frutas já vem pronta para o consumo, após a correta higienização. Elas são excelentes opções para os lanches nos intervalos das refeições principais.
As verduras como alface, rúcula, agrião devem ser higienizadas, secas e acomodadas em travessas com tampa no dia da compra ou no final de semana. Isso facilita bastante o preparo das saladas durante a semana. Tomate, pepino, cenoura, rabanete entre outros são de rápido preparo no dia-a-dia. Aliás, ter um processador para ralar ou fatiar alimentos facilita um bocado e as próprias crianças podem realizar esta tarefa.
Vivemos num país abençoado, com uma variedade enorme de vegetais durante todo o ano. Até alguns anos atrás, tínhamos os alimentos de safra. Atualmente, com as novas técnicas de produção agrícola, temos manga no inverno e morango no verão. Mas sou a favor da agricultura orgânica porque ela respeita a época certa de se plantar e colher os alimentos.
Quando o alimento é de safra, isto quer dizer que ele foi colhido na sua plenitude de cor, sabor, aroma, aparência e nutrientes, ou seja, contém as substâncias necessárias para a boa manutenção da saúde. Um indicador é o preço dos alimentos nas feiras e mercados. Quando o alimento está abundante e barato é porque ele está na safra.
Os alimentos são a fonte de energia que precisamos para nos mantermos vivos e saudáveis. Escolhas corretas nos trarão retornos extraordinários! Prosperidade é investir em alimentos saudáveis para não gastar com médicos ou farmácia. A medicina preventiva é sempre a melhor opção.
Crianças e Adolescentes
Os hábitos alimentares se iniciam na infância. Queremos dar o melhor aos nossos filhos, para que cresçam saudáveis, alegres, cheios de energia, inteligentes, magnéticos e éticos. A fonte de energia vem da natureza, da luz do sol, das substâncias presentes nos vegetais, que retiram da terra e do sol as suas necessidades.
As crianças são extremamente curiosas. Novos sabores, texturas, cores devem ser oferecidos para que elas possam conhecer os vários tipos de alimentos. Quando as opções são escassas, todo o universo fica muito restrito. Essa limitação vai se refletir em vários aspectos na vida.
Alimentação monótona à vida (interna) monótona
O primeiro alimento a ser ofertado ao recém-nascido é o leite materno, que atende todas as necessidades do bebê, já vem em temperatura ideal e não requer nenhum tipo de higienização prévia. O bebê alimentado pela mãe não precisa de água ou chás. O peito deve ser oferecido várias vezes ao dia e não em horários previamente estipulados.
Conforme o bebê vai crescendo e com o surgimento dos dentes, novos alimentos devem ser oferecidos para completar a oferta de nutrientes responsáveis pelo desenvolvimento geral da criança.
O consumo de açúcar deve ser evitado, de preferência durante toda a vida. O açúcar vicia o paladar, destrói papilas importantes para a apreciação do prazer dos sabores naturais e sutis, de segurança aos exageros e até de acesso aos seis portais da sabedoria (tema palestra da Conceição Trucom).
O brasileiro consome muito açúcar, certamente por ter sido uma forte fonte econômica do Brasil colônia (aliás segue sendo). Podemos viver muito bem sem a presença dele. O açúcar não é um alimento, pois não fornece nutrientes importantes para a manutenção da saúde.
Muitos pais possuem o hábito de “premiar” os filhos com guloseimas e idas aos restaurantes fast-food. O melhor é premiar os filhos com algo que possa levá-los a um crescimento interior, ampliar seus conhecimentos, como livros, passeios, atividades lúdicas, artesanato: investimento estrutural e cultural.
É muito comum de se encontrar chocólatras atualmente. Isso está acontecendo porque as pessoas buscam o chocolate para superar as frustrações. Essa necessidade de comer algo doce remete à infância acalentada com guloseimas. Todos nós temos nossos momentos mais delicados e esses devem ser enfrentados e, não afogados em uma caixa de bombons.
Os adolescentes devem ser enxergados também com muito carinho. São muitas as mudanças que ocorrem nesse período, tanto físicas como psicológicas. É um momento de grandes descobertas, conflitos e, se não forem bem trabalhados, pode haver muito sofrimento.
Espinhas, cólicas menstruais, estrias, celulite e sobrepeso podem ser evitados quando o jovem segue uma alimentação rica em alimentos de origem vegetal e pobre em açúcar, farinhas e gordura. O organismo fica mais harmonioso, sem tantas toxinas a serem eliminadas e a auto-estima se eleva. A clareza e lucidez acontecem.
Para essa fase de muita insegurança, o gostar de si mesmo é importantíssimo. E, ter uma perspectiva mais desintoxicada também.
Os filhos são espelhos dos pais. Se os pais possuem hábitos alimentares saudáveis, consomem frutas e vegetais nas várias refeições, as crianças farão o mesmo. Quando chegarem à adolescência, por mais que freqüentem lanchonetes, consumam fast-food com os amigos, continuarão incluindo os vegetais na dieta, porque a base foi formada na infância.
* Mônica de Oliveira Costa é colaboradora do Doce Limão. É nutricionista formada pela FSP/USP, docente na Escola Técnica de Nutrição Carlos de Campos/SP, acupunturista, estudante de Florais de Bach e atualmente se considera uma pessoa encantada com os benefícios da alimentação crua viva.
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