Conceição Trucom
Desidratação
Quando desidratamos um alimento ele perde parte da sua energia vital. Portanto, preparos com desidratados precisam ter sua energia vital compensada com a presença de sementes germinadas. E, todo desidratado é muito concentrado e deve ser ingerido com cautela e parcimônia, porque sua digestão pode sobrecarregar o fígado e rins. Devem ser usados em menor quantidade que os alimentos crus e frescos. Um procedimento importante antes do consumo dos desidratados é a prévia re-hidratação.
A desidratação que recomendo é a desidratação solar, que utiliza fonte de energia limpa e renovável: a luz e calor do sol. Na desidratação solar os alimentos conservam seus nutrientes, desde que a exposição ao sol não ultrapasse o tempo de desidratação. Uso sempre bases de vidro, pirex, porcelana ou cerâmica. Sempre separe bem as peças ou faça filmes não muito altos ou espessos para permitir uma desidratação mais rápida e fácil. E, sempre coloque sobre o pirex que contém os alimentos um protetor de filó (preso com pragadores) para evitar contato com mãos sujas, insetos ou animais. Aliás, use um local limpo, arejado, ensolarado e longe do alcance de estranhos, crianças e animais.
A desidratação é uma técnica milenar que aumenta o tempo de armazenagem dos alimentos, mas é preciso que a água tenha sido evaporada até 15% máximo (não pode passar do ponto), haja absoluta higiene durante todas as etapas do processo e que sejam armazenados adequadamente. As frutas mais doces e ácidas são as de mais fácil desidratação e conservação.
Podemos desidratar frutas picadas ou suas polpas liquidificadas, tomates, jiló e até farinha de mandioca. Com estes desidratados podemos preparar pratos deliciosos como tortas, geléias, biscoitos, pães doces e salgados, hamburguers e tudo o que nossa criatividade permitir. Mas, tem que ficar por perto para virar as peças e acelerar a desidratação, e também para evitar que a desidratação passe do ponto e seque demais.
Uma alternativa de desidratação para quem mora em casas ou cidades que não têm muito sol, ou mesmo em dias (estações) de pouco sol; é o uso do forno mínimo. O meu truque é ligar o forno vazio no máximo, deixar ele aquecer até bem quente e desligá-lo. Colocar o pirex com as peças que serão desidratadas até que o forno esfrie. Repetir a operação até chegar no ponto ideal da desidratação. Claro, não é o ideal, mas será o melhor possível nas condições existentes.
Hidratação
Para hidratar frutas secas, sementes e tomate seco a dica especial é usar a água do coco-verde. Nada melhor que esta água ‘docinha’, estruturada, para “ressuscitar” esses alimentos desidratados pelo sol. E óbvio que podemos hidratar em água filtrada, água vitalizada, num chá de ervas, mas com água de coco-verde fica nota 10! Melhor ainda: acrescente umas folhinhas de hortelã, umas gotinhas de limão ou umas sementes de ervas finas.
Será preciso um mínimo de 10 minutos para uma boa re-hidratação. O ideal é que o processo seja realizado em um copo de vidro ou porcelana.
Texto da série Técnicas da ‘Cruzinha’
Técnicas da ‘Cruzinha’ I – Prensar Alimentos
Técnicas da ‘Cruzinha’ II – Refogar e Amornar Alimentos
Técnicas da ‘Cruzinha’ III – Marinar Alimentos
Técnicas da ‘Cruzinha’ IV – Fermentar Alimentos
Leia também: Como germinar grãos e sementes
2 respostas em "Técnicas da 'Cruzinha' V - Desidratar e Hidratar Alimentos"
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Olá, gostaria de saber o tempo de exposição ao sol de um alimento para desidratação. Moro num sítio e tenho sol em abundância, mas sempre questiono se já passou do tempo ou ainda não desidratou o suficiente.
Olá Denise, você pode ir testando de acordo com a crocância que desejar do alimento.