Conceição Trucom
Hummmmm, época de caqui…
Carioca que sou, quando cheguei em São Paulo (08.03.1978), recém formada, fiquei fascinada pelos caquis. Meu primeiro patrimônio: um cesto de vime para ir comprar minhas frutas na feira. E, como lembro daqueles caquis, meus companheiros desta aventura e chegada nesta cidade estranha, sem mar…
Bem, além da doçura extrema e cremosidade, o sabor suave mas inconfundível do caqui (Diospyros kaki L.) agrega ainda uma série de compostos importantes para a saúde como alto teor de polifenólicos, que, segundo vários estudos, ajudam a inibir a atividade de células neoplásicas. O pigmento é conferido, entre outros, por licopeno e, dependendo da variedade, pode ter mais que o tomate. Então, aproveite que é época e dá-lhe caqui: farto, maduro e barato…
É originário da China, sendo muito popular no Japão. Existem diversas variedades: o caqui estrela é aquele vermelho, que quando maduro, é muito doce e mole, precisa de todo cuidado no transporte para não amassar. O caqui chocolate é bem alaranjado e no interior tem riscas cor de chocolate, é mais duro e resistente, e não é tão doce quanto o vermelho. Por último vem o caqui maçã, de cor laranja bem claro e uma textura mais dura que exige mastigação… também um manjar dos deuses!
Frutifica do final do verão ao início do outono, com picos de produção nos meses de março e abril. Com sabor doce e agradável, seu teor de açúcar, supera o da maioria das frutas de consumo popular.
É muito recomendado contra afecções do fígado, problemas intestinais, catarros da bexiga e as enfermidades das vias respiratórias. As pessoas que sofrem do estômago e que apresentam manifestações de acidez, dores ou cãimbras, melhoram comendo 2 ou 3 caquis/dia.
Apesar de ser muito doce, a fruta fresca e crua – in natura – pode ser consumida pelos diabéticos.
Bem, fui fazer uma pesquisa para escrever sobre o caqui e tudo que encontrei de receitas com esta fruta, tão doce, foi com açúcar, leite condensado… Mama mia! O sabor delicado do caqui NAUFRAGA na presença destes nefastos ingredientes industrializados.
A sorte: todas as receitas que crio com o caqui são exatamente realçando a doçura NATURAL desta fruta da estação, quando trinca de madura e cremosidade…
Então, cheguei em casa e bati no liquidificador:
– 2 caquis médios e bem maduros (nem tirei a casca)
– 1 COLHER (SOPA) de castanha de caju crua previamente hidratada por mínimo 2 horas
– suco fresco de 1 limão
– Opcional: máximo 1/2 xícara de água solarizada, ideal de coco verde.
Ficou deliciosa e até tirei a foto lá em cima. Mas depois coei na panela furada 1 para ficar aquela vitamina bem lisinha… Hummm!
Geleia ou compota: deixe 1/2 xícara de uva passa branca ou damasco seco de molho em água de coco verde ou filtrada por 1 hora. Coloque no liquidificador a fruta seca hidratada, uns 6 a 8 caquis estrela bem maduros (suficiente para acertar a textura e doçura), gotas de limão, raspas da casca e canela em pó a gosto. Bata até obter a textura desejada. Sirva fresca porque não tem conservantes…
Tudo sem açúcar nem fogão!!!
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