Conceição Trucom
Ganhei da Mariáguida, aluna e assinante, com sua dedicatória e mais, autografado pelo autor, o livro “O Ser Humano” de Luiz Felipe Ormonde. Nossa!
Sendo ele um famoso astrólogo, posso afirmar que este foi um presente das estrelas: que leitura! Não podia ser mais adequada ao meu momento, da humanidade, do planeta.
Em síntese, de uma forma bem simples, Ormonde nos coloca diante da nossa real, porém inevitável fragmentação, gerada pelo mundo da dualidade (o Humano) e nos aponta os caminhos para autoconsciência do SER com absoluta SINGELEZA, coerência e contundência.
Aqui, a Necessidade de Ser vem com bula, manual e colo.
Assim, desejo que este super resumo da ópera te facilite esta linda jornada de conexão tão necessária e transcendente do Humano ao SER Humano.
E fica o convite da leitura na íntegra: editora idéias e letras…
Luiz Felipe Ormonde *
Em algum momento ao longo do nosso caminho evolutivo e certamente alicerçado no desenvolvimento do cérebro, incorporamos uma nova capacidade associada ao pensar e raciocinar. Isto representou um salto e uma conquista evolutiva sem precedentes. Passamos a ter acesso ao âmbito da mente, no qual os processos criativos e criadores se iniciam. Adquirimos a possibilidade de atuar como co-criadores da própria vida e como co-criadores da realidade.
Antes vivíamos numa espécie de paraíso, no Jardim do Éden, como o chamamos, num nível abaixo do da consciência individual e da capacidade mental, com total confiança em relação à vida e ao Universo, mas inconscientes do que realmente éramos... Este novo estado de consciência representado pelo fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal tornou-nos pensadores, dotados de capacidade de reflexão.
Mas esta nova capacidade nos interditou o acesso ao Jardim, e a experimentamos como uma espécie de aflição desconhecida, como uma assustadora obstrução ao reino divino. Esta foi a nossa expulsão do paraíso. Ao comermos desse fruto, perdemos o estado anterior de união e de segurança.
Passamos a não ter mais acesso à parte da nossa memória relacionada à nossa verdadeira origem, caindo numa espécie de sono profundo em relação ao que verdadeiramente somos. Este processo, que está inerentemente associado à evolução do ser humano, é o que aparece sob forma de diferentes narrativas relacionadas à expulsão do paraíso.
Esta expulsão refere-se somente a um processo ou a uma etapa que ocorreu
no desenvolvimento dos seres humanos? Ou está também relacionada
ao nosso próprio desenvolvimento?
A chamada expulsão, que está associada à perda do estado de confiança e de segurança originais, acontece e se repete na vida de cada um de nós. Está relacionada ao momento em que perdemos nossa inocência. A partir daí passamos a nos perceber como separados e distintos, tanto dos nossos pais ou daqueles que nos criaram, como das demais pessoas. E certamente neste momento perdemos a sensação de segurança e proteção que experimentávamos.
Com a perda desse estado de união conhecido como ‘a queda’, estabeleceu-se uma divisão, uma separação ou fragmentação.
Neste ponto começa efetivamente nossa grande
epopéia e existência como seres humanos.
Esta queda gerou a ilusão de estarmos separados de Deus, embora o tempo todo seja Ele quem olha por meio dos nossos olhos e caminha com os nossos pés. E isto se tornou uma espécie de crença primordial, que foi o que nos levou a substituir a consciência da ligação anterior, embora ainda uma consciência grupal, bem como o sentimento de amor incondicional que experimentávamos, por um sentido de separação, julgamentos constantes, e por um amor sujeito a uma série de condições. Mas em cada um de nós seres humanos uma lembrança dessa união ficou como que registrada no mais profundo de nossas naturezas.
E se converteu numa aspiração, num desejo, mais ou menos
consciente em cada um, de um retorno e de um reencontro.
Esta necessidade que podemos chamar de necessidade de serpassa a ser a aspiração mais profunda de cada um. É ela quem nos impulsiona a vivenciar o caminho de retorno, que necessariamente deve ser vivido e construído neste mundo.
Mas acho importante ressaltar que o homem caído não é fruto de um erro ou de um equívoco, mas o próprio verbo ou princípio divino que se fez carne, que tomou forma e que está momentaneamente esquecido de si mesmo e de sua verdadeira origem e estirpe.
Somos seres divinos e imortais, momentaneamente vivendo como humanos, sentindo-nos limitados e impotentes até que desenvolvamos a consciência do que efetivamente somos.
Mas, todos esses desafios são necessários e fazem
parte de um processo maior de crescimento.
Este esquecimento na realidade foi a chave de todo esse processo. Pois gerou a necessidade de contemplarmos a realidade que nos cercava e de nos reconhecermos nela por meio dela, já que passou a ser nosso âmbito ou universo de vida e atuação.
O resgate da unidade, por meio do processo da consciência
do que verdamente somos, deverá ser alcançado e vivido
neste mundo da diversidade, da dualidade, da polaridade e da oposição.
Aprendemos uns com os outros por meio dos erros e das diferenças e, por isso, não podemos ser perfeitos, porque se assim fosse não haveria a possilidade de aprendizado.
Fomos levados e obrigados a pôr o foco no mundo de fora, aprendendo a lidar com a própria sobrevivência e manutenção, buscando melhores condições de vida, conforto e segurança.
No estado anterior de ligação natural com a vida, ela nos provinha e alimentava com tudo o que necessitávamos, mas agora temos de conseguir isto por meio do esforço quefizermos e com o suor, os calos e as lágrimas do nosso próprio corpo.
E por termos feito e vivido isso, foi possível expressar nosso potencial latente por meio de todo um processo criativo, e construímos o mundo que temos hoje, com toda a sua tecnologia, seus recursos e conflitos.
Em resumo:
A Necessidade de SER de alguma forma precisará ser realizada e vivida por meio da nossa vida HUMANA, pois é justamente ‘vivendo’ a nossa vida DUAL que teremos todas as condições e oportunidades para amadurecer, ter mais consciência, satisfazer e realizar esta Necessidade de SER.
Vivemos atualmente um momento muito especial que afeta a todos nós, tanto num sentido coletivo como individual. Estamos sendo levados por diferentes influências, estímulos e informações que estamos recebendo de várias fontes, a questionar, a refletir e a realmente buscar compreender o sentido de nossa própria vida e daquilo que estamos fazendo aqui.
Possivelmente para a maioria das pessoas as respostas que obtiveram até hoje e a forma como foram colocadas continuarão servindo. Alguns irão até reagir de maneiras muito radicais a quaisquer possibilidades novas, mas muitos estão necessitando de um outro nível de compreensão e consciência.
Uma percepção mais consciente.
De uma maneira bem clara acredito que esta percepção envolve três pontos bem específicos:
– Primeiramente perceber que nossa verdadeira natureza é divina, o que nos faz e nos torna, portanto, seres divinos, embora numa experiência humana, limitados e momentaneamente esquecidos desta verdadeira origem.
– Em segundo lugar, compreender que este esquecimento não aconteceu nem foi obra do acaso, nem resultado de um erro, pecado ou equívoco. Foi parte de um mecanismo natural e necessário, que ocorreu em função do desenvolvimento da capacidade da autoconsciência e da fragmentação resultante. Como consequência desse processo fomos lançados no mundo da dualidade, sendo levados à necessidade de formar uma identidade ou referencial, que basicamente conseguimos desenvolver por meio de nossas realizações e conquistas.
Ao longo de todo este tempo da existência humana e como um somatório de todas as contribuições e realizações coletivas e individuais, construímos nosso mundo atual. Mas em função da necessidade de desenvolvimento desse referencial fomos levados a colocar nosso foco de atuação essencialmente no exterior e nos esquecemos do verdadeiro propósito e sentido da vida humana, relacionados à percepção e expressão do imenso potencial latente em nossa verdadeira natureza.
Bem, chegamos a um ponto de ruptura e transformação no qual os modelos, padrões e estilos de viver, que durante tanto tempo nos serviram, já mostram sinais inequívocos de esvaziamento, repetição e saturação. Embora tenham sido necessários e importantes, não nos estão permitindo vivenciar o que mais queremos e precisamos, o que nos leva, inevitavelmente, à necessidade de buscarmos e de vivermos novos modelos de vida.
– O terceiro ponto que considero fundamental, refere-se à compreensão de que a vivência e a realização de todo este processo da consciência de si mesmo acontecerão por meio da nossa vida humana e de tudo aquilo relacionado às experiências do nosso cotidiano. Estamos neste mundo numa espécie de serviço ou missão, que é a de trazermos por meio da nossa consciência o reino dos céus à terra.
Isto significa efetivamente revelar e manifestar em nossa vida, e por meio dela, todo o nosso potencial intrínseco, toda a nossa beleza e qualidade de ser. É isto o que considero e para mim significa viver realmente com excelência. Ao compreendermos isso, perceberemos que nossa vida funciona como um veículo para que este processo possa ocorrer, para que a natureza divina oculta e implícita na matéria possa revelar-se e manifestar-se neste plano de vida e existência.
Certamente não existe um propósito que seja maior do que este. E este é um ponto fundamental com relação a essa nova compreensão do sentido e significado de nossa vida. Por isso foi necessária a dualidade, de forma a que nos pudéssemos reconhecer naquilo que vivemos e no que vivemos. Mas não conseguiremos isto simplesmente continuando a viver como sempre o fizemos, e por isto novos modelos são fundamentais neste momento tão importante e especial de nossos processos e de nossa etapa, tanto individual como coletiva.
Bem, o restante do livro, que é envolvente, nos coloca um modelo de vida que nos possibilita estar Humano e ter acesso DIÁRIO ao SER Humano.
Texto extraído do livro O SER e o Humano – a conexão necessária – editora Ideias e Letras.
(*) Luiz Felipe Ormonde – Astrólogo, consultor em desenvolvimento humano – Rede Consciência e Unipaz. Para adquirir o livro entre em contato como autor: [email protected]
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte www.docelimao.com.br
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