Conceição Trucom
Nome Popular: Limão – Nome Científico: Citrus Limonium
Família Botânica: Rutáceas
Citrus, em latim, quer dizer limão. Daí todas as frutas cítricas serem parentes etimológicas do limão. Isso mesmo, o limão é a mais cítrica das frutas da sua família: é o pai e a mãe de todas!!!
Milenar, a grande maioria dos frutos cítricos tem origem da Ásia, de regiões compreendidas entre a Índia e o sudeste do Himalaia. Lá ainda é possível encontrar variedades silvestres – primitivas – de limoeiros.
O limoeiro, no início, era um simples arbusto que se espalhava espontaneamente pelo sudeste asiático.
Existem diferentes versões sobre a forma como o limão tornou-se conhecido na Europa. Alguns dizem que foi levado pelos muçulmanos entre os séculos VII e IX, durante o período em que ocuparam grande parte do continente europeu. E, a partir daí, a difusão foi muito rápida.
No entanto, existem relatos de que os romanos já conheciam o limão, usando-o como medicamento, mesmo antes de o fruto ser trazido pelos árabes.
Outros afirmam que o limão só foi introduzido na Europa com as primeiras navegações dos romanos em direção às Índias Orientais.
De qualquer forma, nas Américas, o limão chegou junto com os primeiros conquistadores portugueses e espanhóis, no século XVI. Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor mundial dessa fruta, especialmente do limão Tahiti, que é um fruto híbrido, resultante de uma enxertia da lima da Pérsia sobre o limão cravo (cavalo), motivo pelo qual não apresenta sementes. Por ser um híbrido, muitos não consideram o limão Tahiti um limão, mas uma “lima ácida”, tanto que em inglês essa variedade chama-se “lime” enquanto o limão siciliano é chamado “lemon”. Porém, na minha opinião, como estou focada nas propriedades terapêuticas deste fruto, o limão Tahiti é tão ou mais terapêutico que qualquer outra variedade de limão.
Privilegiados: em todo o Brasil, o limão é um fruto fácil de ser encontrado, já que é gerado durante todo o ano, nas suas diversas variedades, embora seja mais produtivo de dezembro a maio.
Em geral, todas as variedades do limão apresentam aspectos básicos semelhantes, ficando a diferenciação na cor, tamanho, forma e textura da casca, que pode ser desde lisa, como no limão galego, até muito enrugada, como no limão cravo.
Variam do verde-escuro do limão Tahiti, ao amarelo-claro dos limões siciliano e galego, passando pelo laranja do limão cravo.
Existem cerca de 70 variedades de limão em todo o mundo, porém as mais conhecidas por nós, brasileiros, são:
Limão Tahiti: trata-se de um híbrido da lima da Pérsia com o limão cravo, motivo pelo qual recebe também o nome de lima ácida. Fruto robusto, de formato arredondado, casca lisa ou ligeiramente rugosa, de coloração verde, polpa esbranquiçada, muito suculenta e de qualidade menos ácida. As sementes são ausentes nesta variedade, porque se propaga por enxertia, tendo como base (cavalo), no Brasil, o limão cravo.
Mais adaptado ao clima tropical, necessita de muito sol e umidade controlada para gerar frutos suculentos e graúdos. Devido à sua robustez, é uma variedade que praticamente não necessita do uso de agrotóxicos. Forte e saudável, mesmo cercado pela cultura da laranja, não se contamina, distribui ou dissemina pragas. Tal característica, juntamente com a ausência de sementes, o torna mais adequado economicamente e ao consumo “in natura”.
É o limão de maior valor comercial no Brasil, tendo excelente potencial de exportação. O seu valor de mercado está relacionado à ausência de sementes, cor e aroma exóticos (na Europa) e à sua capacidade de produzir o ano inteiro, apesar de ser mais produtivo de dezembro a maio.
Limão Siciliano: trata-se do limão verdadeiro, digamos, o limão original. Seu cultivo é abundante, basicamente, em áreas de climas mais frios ou subtropicais, motivo pelo qual é bastante produzido e consumido na Europa, assim como nos países andinos da América Latina. Entretanto, não são facilmente encontrados no Brasil e nas regiões tropicais do mundo. Na falta de sol, apresentam menos suco e mais casca.
Maior e mais alongado, terminando com duas extremidades proeminentes, é de cor amarela, casca grossa, abundante e levemente rugosa, portanto menos suculento.
É uma variedade bem apropriada – pelo seu elevado percentual de casca – para a fabricação do óleo essencial (OE) de limão, de pectina e de farinha.
Seu consumo no Brasil é desaconselhável por sua inadequação ao nosso clima tropical, portanto, custo mais elevado e possível presença de agrotóxicos.
Limão Galego: trata-se de fruto redondo, pequeno e muito suculento. Apresenta casca fina e lisa, de cor verde ou amarela-clara. A polpa tem de cinco a seis sementes, é rica em suco de sabor ácido, porém agradável.
Bastante comum nos quintais do nordeste e centro-oeste brasileiros, onde a produtividade de frutos por pé é exuberante. A planta é de porte médio e produz muito o ano inteiro. Até recentemente era um limão muito popular, mas seu consumo foi substituído pelo limão Tahiti.
Limão Cravo: trata-se de uma variedade bem rústica, motivo pelo qual é conhecido por vários nomes regionais: limão rosa, limão capeta, limão vinagre, entre outros. Disseminado pelos passarinhos é comum de ser encontrado no campo e em quintais do interior brasileiro, porém difícil de ser encontrado nas grandes cidades. Parecido com uma tangerina, por ter a casca levemente solta da polpa, além de casca e polpa na cor laranja-avermelhado.
Tem sabor e aroma bem característicos, abundante em sementes e suco ácido, por ser a variedade com menor teor de frutose.
Tem sido usado com sucesso no Brasil como porte (cavalo) para o enxerto do limão Tahiti.
Cientistas começam a estudar o óleo essencial extraído da casca deste limão, que até o momento, apresenta propriedades terapêuticas acima da média, quando comparado às outras variedades.
Concluindo
Uma vez que todas essas variedades de limão contêm entre 5 a 7% de ácido cítrico em seu suco fresco, todas podem perfeitamente ser consumidas ou usadas no preparo de alimentos e produtos terapêuticos.
O mais importante é que o fruto esteja maduro, ou seja, da estação, e tenha sido colhido na região onde a pessoa vive. Ou seja, não recomendo o consumo de nenhum alimento importado, pois, além de mais caro, costuma conter quantidades elevadas de aditivos químicos e não apresentar a “alquimia” de cura adequada. A planta colhida na sua região é a mais terapêutica de todas.
Leia mais em: Os componentes ácidos do limão
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