Mônica Lacombe Camargo *
A este equilíbrio ácido-base podemos dar o nome de bioeletricidade ou eletridade da vida. E, através desta bioeletricidade podemos compreender a forma de manutenção e comunicação celular dos organismos humanos – Conceição Trucom
A qualidade de vida de uma célula está diretamente relacionada à diferença de potencial (ddp) entre os líquidos intra e extracelulares. É essa diferença que faz com que a célula pulse, viva! Comunicação celular.
O líquido interno precisa conservar uma carga ligeiramente positiva, isto é, com o pH ácido. O líquido extracelular, no qual a célula está mergulhada, por outro lado, tem que ser mantido negativamente polarizado, isto é, com o pH ligeiramente alcalino.
Qualquer diminuição na diferença entre as cargas bioelétricas desses dois líquidos refletir-se-á na desaceleração da pulsação celular. E, células desvitalizadas é um sinônimo de células envelhecidas. O mecanismo mais comum para que isso ocorra é a acidificação dos líquidos extracelulares, que variam rapidamente de acordo com o que acabamos de ingerir. Açúcar e farinha branca, frituras em óleos ranços, alimentos ‘aditivados’ pelo progresso industrial, bebidas gasosas etc., enfim, tudo aquilo que já conhecemos como alimentos de natureza bioestática e biocida, são os grandes protagonistas desse quadro onde as células mortas, igualmente acidificantes, só tendem a acelerar ainda mais o processo do envelhecimento. Pelo tempo que esse ciclo vicioso estiver em vigor, o organismo manter-se-á sob padrões de degenerescência orgânica…
Saúde x Ausência de Saúde
Um corpo saudável é (entre outras coisas) aquele cujos órgãos de eliminação conseguem retirar do organismo tanto a parte inaproveitável dos alimentos como os nutrientes que naquele momento lhe são desnecessárias e todo o lixo ácido resultante do metabolismo alimentar e orgânico.
Enquanto os mecanismos de eliminação estiverem saudáveis e a sobrecarga metabólica não for uma constante, sempre será fácil corrigir excessos eventuais.
Os problemas começam a aparecer quando passamos a acumular, de forma ininterrupta, uma quantidade de lixo maior do que conseguimos eliminar. Esse é o padrão para irmos progressivamente afastando-nos do equilíbrio ácido-alcalino que mantém a saúde celular.
Sistemas Tampão
Para que o pH do sangue seja mantido dentro dos seus limites sanos, contamos com inúmeros sistemas de proteção conhecidos como sistemas tampão – mecanismo pelo qual o organismo consegue absorver ou neutralizar os resíduos ácidos que a corrente sangüínea não tem mais condição de acumular, e que os pulmões ou os rins, por incapacidade ou sobrecarga, encontram-se sem condições de eliminar.
Quando utilizamos os tecidos conjuntivos como ‘esponjas metabólicas’, o lixo ácido é acumulado nas fibras do colágeno. E se esse padrão não for interrompido, a estrutura coloidal dos tecidos tende a se transformar num gel cada vez mais espesso que acaba se solidificando e provocando deformações estruturais.
Para neutralizar uma acidez do pH sangüíneo, o organismo tende a utilizar-se do fosfato de cálcio sob a forma mineral da hidroxiapatite, poderoso alcalinizante que estocamos em abundância nos ossos. Este, quando em meio ácido, se dissolve rapidamente e deságua na corrente sangüínea até que o pH do sangue volte ao normal. Assim, em detrimento (em prejuízo) da densidade óssea, a possibilidade de um colapso metabólico é neutralizada.
Pelo que acaba de ser exposto… urge que seja amplamente divulgada, como um serviço educacional de saúde pública, a informação de que a acidez da corrente sangüínea com todas as suas conseqüências patológicas não é castigo de Deus nem tampouco um jogo de sorte ou azar. Ela é simplesmente o reflexo da qualidade dos alimentos ingeridos, da inter-relação do organismo com o meio ambiente que freqüenta e das atitudes mentais geradas pelo Ser.
A Acidificação do Organismo
Rins e pulmões são os mais importantes portais de eliminação do lixo ácido. Os ácidos voláteis ou fracos, oriundos do metabolismo das proteínas de origem vegetal, são mais fáceis de serem normalmente eliminados pelos pulmões. Entretanto, a eliminação dos ácidos fortes, derivados do metabolismo das proteínas animais e elementos químicos, é restringida pelas limitações dos rins.
Desde que os ácidos sejam passíveis de ser naturalmente eliminados, a boa saúde do organismo não está ameaçada. Mas, se começamos a somar a ausência de vitaminas e sais minerais, dos quais depende a eficácia das enzimas digestivas e do ácido clorídrico, ao excesso de consumo de proteínas, logo começaremos a viver nos limites do perigo. E se a esse quadro adicionarmos uma corrente sangüínea constantemente sobrecarregada de resíduos ácidos (intoxicada), e mais rins e pulmões inadimplentes, aí sim, passamos a conviver com processos de degenerescência preocupantes.
No caso de um excesso de proteínas animais virem a acionar o sistema tampão dos tecidos conjuntivos, os resíduos ácidos resultantes do seu metabolismo irão se fixar nas fibras do colágeno, proteína responsável pela sustentação, respiração, nutrição e hidratação de todas as células e tecidos do organismo. E aí aguardarão até que a corrente sangüínea volte a se alcalinizar, ao trocar a nociva acidificação diurna, pela esperada natural eliminação e revitalização noturna, para alcançarem os rins e serem eliminados.
Como diz o ditado popular: devemos comer como reis pela manhã e como príncipes ao meio dia, mas que comamos como pobres à noite. O preceito de abstermo-nos de alimento nas três últimas horas que precedem o sono é um denominador comum à maioria dos inúmeros códigos de higiene alimentar. A sabedoria por trás de ambas as lógicas é que um aparelho digestivo em repouso, pelo menos à noite, garante a alcalinização do sangue e, conseqüentemente, a possibilidade de varredura e eliminação do lixo ácido estocado nos tecidos conjuntivos ao longo do dia.
Alimentos Alcalinizantes
Se formos generalizar, as frutas, as verduras e os legumes seriam todos alimentos alcalinizantes cujas maiores riquezas são: enzimas digestivas, sais minerais já ionizados e moléculas vivas de água – na medida que estejam na sua forma original até a hora de serem preparados para consumo, já que sua carga elétrica de suas moléculas depende do campo eletromagnético no qual se encontra inserido e este depende da forma do alimento como campo gravitacional!
A pesquisa sobre os alimentos ácidos e alcalinos nos leva a listagens discordantes em vários aspectos. O gel da Aloe vera barbadensis Miller, entretanto, faz parte dos unanimemente considerados como um dos mais alcalinizantes. Semelhante ao limão, que apesar do sabor ácido, depois de metabolizado, deixa uma grande reserva alcalina no organismo.
Conclusão
O desenvolvimento da consciência e da “auto-gestão” do equilíbrio ácido-básico é a solução para inúmeros problemas de saúde. Mascarar sintomas com a ingestão de remédios que, como diz seu nome, são feitos para remediar situações, reflete o grau de consciência em que o mundo moderno encontra-se submergido.
A saúde de um organismo, como já era de bom senso desde os tempos de Hipócrates, depende da higiene alimentar, pois é nos intestinos que a grande maioria das doenças florescem. Entretanto, devido à baixa qualidade dos alimentos atuais e à vida muito estressante (leia-se acidificante) que todos levamos, uma alimentação com a maior percentagem sendo composta de frutas e verduras da mais alta qualidade e a suplementação com alimentos funcionais bio-fito-minerálicos com grande potencial alcalinizante, não pode mais ser negligenciada nem classificada como supérflua, sobretudo quando sabemos que a acidificação do organismo extrapola a saúde física e atingem as esferas do bem-estar emocional e da sanidade mental.
A consciência do impacto que a higiene alimentar exerce sobre o metabolismo ácido-basico do corpo físico, e de seu reflexo sobre as reações emocionais, também serve de grande ajuda para a redução no consumo de remédios, os quais criam dejetos ácidos no organismo.
Fonte: Trechos de texto extraídos do livro Saúde & Beleza Forever – Mônica Lacombe Camargo – Edição Esgotada. As 2 figuras são propriedade do Difusão Auto-Ecologia.
* Mônica Lacombe Camargo é a criadora do Projeto de Educação e Cultura, onde dedica-se à difusão de conhecimentos básicos sobre Auto-Ecologia e Alimentação Auto-Ecológica, pois acredita que na compreensão dos fundamentos dos processos degenerativos (e cada um tem o seu) seja possível encontrar a chave para revertê-los ou, pelo menos, retardá-los.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte: http://www.difusaoautoecologia.com
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