Açúcar é viciante – Parte 1

Conceição Trucom *

Desde que a Dilma Roussef iniciou a escolha do seu ministério que ouço comentários de super especialistas sobre a necessidade de se implementar – urgente – no Brasil uma política arrojada de saúde pública.

E, tais comentaristas afirmam, repetidamente, que é preciso, faz décadas, investir na informação diária, várias vezes/dia, de toda a população (todas as faixas etárias e sociais), sobre hábitos saudáveis de alimentação.

Educação pesada, para todos, com envolvimento de todos os setores da sociedade…

O modelo americano, que todo o planeta absorveu, em muitos aspectos, mas principalmente no da alimentação industrializada, do fast food e grandes volumes de açúcar + gordura animal, já tem a fotografia revelada no próprio país de origem: obesidade, diabetes, câncer e doenças crônicas ditas ‘modernas’ com curvas ascendentes e galopantes. Lá nos EUA o percentual de obesos e obesos mórbidos, inclusive crianças e adolescentes, já saiu dos trilhos, é um descalabro, uma endemia, pandemia…

Sim, a água está mesmo batendo no nariz dos governantes brasileiros e, a grande prova é que a própria TV Globo (todos os seus canais) tem feito matérias diárias e semanais, em toda a sua programação, sobre esta temática.

Surpresa, assisti no programa do Faustão de 07.05, uma entrevista à nutricionista Dra. Roseli Rossi, aliás muito competente e coerente, falando sobre tudo isso, respondendo questões legítimas da platéia: fiquei emocionada. Um programa tão popular, tão vazio de conteúdo, estar levando este tipo de informação? Sinal de novos tempos e que a coisa está mesmo pegando.

Fico feliz, pois a união faz a força. É preciso mesmo muita mídia poderosa como a da Globo (que acaba servindo de modelo para os demais veículos) para remar na contra-corrente desta indústria alimentícia, desta apologia ao alimento vazio: refinado, gorduroso e açucarado…

Falando no assunto, na Revista Época de maio 2011, a matéria de capa é sobre o açúcar, com a seguinte pergunta: açúcar mata?

A toxicidade do açúcar, segundo o pesquisador norte-americano mencionado pela Época (Robert Lustig, da Universidade da Califórnia, que também afirma categoricamente que “açúcar é veneno, e deveria ser considerado tão ruim e viciante quanto o cigarro e o álcool“), parece ser do tipo “toxina crônica”: ou seja, “não é tóxico depois de uma refeição, mas talvez seja depois de consumo diário e várias vezes/dia”. Um efeito acumulativo, de estresse constante no fígado, pâncreas, rins…

Segundo estudos mais recentes, bebidas açucaradas aumentam a gordura visceral – a mais perigosa para a saúde e, pessoas que tomaram sucos adoçados tinham mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes, que aumentam os riscos de sofrer infarto ou AVC.

Este conjunto de alterações é o que os médicos chamam de ‘síndrome metabólica’, e pior, já há algumas evidências de que o excesso de açúcar pode provocar até câncer. Isso porque o excesso de insulina promove o crescimento tumoral. As células de muitos tipos de câncer dependem de insulina para crescer e se multiplicar. Quanto mais insulina circular no sangue, mais facilmente o câncer se desenvolve. Segundo os pesquisadores, muitas células cancerígenas jamais se transformariam em malignas se não tivessem insulina a seu dispor.

Mas trata-se de um círculo vicioso, porque a obesidade provoca a diabetes tipo 2, que provoca o excesso de insulina inoperante, que provoca trocentas doenças…

Perceba acima a pirâmide que deveria ser preconizada nesta nova era de resgate da consciência, da valorização do alimento do reino vegetal e não industrializado.

Bons profissionais da saúde recomendam consumir em média cinco porções de frutas e legumes todos os dias. Entre os benefícios de seguir essa regrinha diária, destacam-se o combate a doenças, a redução da gordura em nossa dieta, o controle do peso e a absorção de uma variedade de vitaminas e minerais.

Será que um dia ainda vamos ver todos os profissionais da saúde proibindo alimentos pobres em nutrientes, nocivos à saúde: física, emocional, mental e espiritual?

Será que um dia vamos ver as embalagens de refrigerantes e os negócios de fast food com alertas do tipo: veneno, estes produtos MATAM lentamente…

Recentemente assistimos a grande mobilização da população brasileira contra o rapaz que assassinou 12 crianças numa escola pública do Rio de Janeiro. Concordo com a mobilização, que até fez renascer a polêmica do desarmamento. Mas, o que desejo deixar aqui como sugestão é que esta mesma união, rebelião e contestação; essa FORÇA DE REVOLTA, aconteça, diariamente, contra as indústrias que produzem e divulgam, dentro de nossas casas, em todos os lugares por onde passam e estudam nossas crianças; os doces, balas, pirulitos, refrigerantes, barrinhas, chocolates (lotados de açúcar, corantes, gordura hidrogenada e aromas), bolos, biscoitos recheados e por aí segue uma lista imensa de não-alimentos, desnecessidades, que nos empobrece em todos os seguimentos da vida: saúde, lucidez, assertividade, produtividade, prosperidade…

Aprenda a escolher as frutas, nossa melhor fonte de doçura, quando elas estão bem maduras, pois estão mais doces. Quando estão na estação, portanto mais aromáticas, suculentas e baratas.

Aprenda a preparar sucos, vitaminas, sobremesas e lanches sem o uso do açúcar, mas somente com frutas maduras, cruas e frescas, ou frutas secas produzidas em casa ou compradas em fornecedores idôneos.

Continua: Parte 2

Leia também: Como reduzir o consumo de Açúcar
Dopamina, Drogas e Vícios

Vídeo 1: Por trás dos rótulos, os corantes artificiais

Recomenda-se a leitura na íntegra dos livros Alimentação Desintoxicante (Editora Alaúde) e Mente e Cérebro Poderosos (Editora Pensamento-Cultrix), o que possibilitará a prática dos exercícios e filosofia de vida com responsabilidade.

25 de setembro de 2019

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