Aditivos alimentares & Temperos III: Açúcar

Conceição Trucom 

Todo cuidado é pouco com os ‘alimentos’ com elevada densidade energética.

Carboidratos são macronutrientes reconhecidos com a função de energéticos. São a principal fonte de energia do organismo e podem ser divididos em três grupos: açúcares, amido e fibras.

Os açúcares são carboidratos encontrados naturalmente em frutas (na forma de frutose) e no leite (na forma de lactose), mas o mais conhecido é o açúcar refinado: a sacarose. O açúcar refinado é o que conhecemos como um ‘não alimento’ de elevada densidade energética, ou seja, literalmente um fornecedor de energia concentrada e, nestas condições pode desencadear, ao longo do consumo massivo e diário, muitos problemas.

O açúcar refinado, seja branco, cristal, demerara ou mascavo, é um produto isolado, ou seja, um produto que tende ao concentrado, algo como quase 100% de sacarose refinada. Açúcar refinado é um produto industrializado e SINTÉTICO, apesar de ter como origem um produto vegetal e natural: o sumo da cana ou da beterraba.

Nós não precisamos de açúcar ou de farinhas. Utilizamos esses ingredientes por pura dependência psicológica, bioquímica e fisiológica. Uma alimentação pobre ou ausente de açúcares (isolados) está relacionada a um aumento da longevidade em animais e humanos. Dr. Alberto Gonzalez

Em todas as abordagens deste site e meus livros a indicação é a escolha do alimento na sua forma integral. Motivos não faltam e até já colocamos muitos  nos conceitos da alimentação desintoxicante e da alimentação crua e viva.

Entretanto, é hora de colocar aqui um conceito simples, porém super esquecido pela humanidade, conforme vai se distanciando da natureza e aumentando o consumo dos alimentos industrializados.

Toda vez que consumimos uma fruta, por exemplo, fazemos uso de um conjunto de informações físicas e metafísicas, que chamo de ‘alquimia’ daquele alimento.  Ou seja, junto com a frutose encontramos farta concentração de água estruturada, fibras, enzimas, vitaminas e sais minerais. É algo como ingerir o alimento e levar junto todo o manual de instruções de como fazer bom uso e aproveitamento do mesmo. O mesmo conceito podemos usar para um cereal, semente, folha ou raiz e seus amidos e assim por diante.

Pois bem, a indústria alimentícia criou os refinados, isolados, desidratados etc.; para facilitar a vida e ganhos da industrialização. E, para manter esses produtos ‘sintéticos’ (já que não estão mais in natura), estabilizados, embaláveis, estocáveis e transportáveis, alguns aditivos serão necessários. E para isso a indústria alimentícia tem sempre soluções. Cada vez mais e mais variadas e sintéticas.

A questão é que para digerir estes ‘sintéticos’ é preciso muito mais esforço digestivo pois a alquimia foi rompida (não tem mais manual de instruções em anexo) e o organismo não foi criado para se nutrir deste tipo de alimento: concentrados, sintéticos…

Um exemplo: ao consumir uma fruta teremos X gramas de frutose diluída em seu pacote alquímico. Quando adoçamos essa fruta colocamos 10x gramas de sacarose 100% concentrada. O organismo, digamos o pâncreas, recebe essa missão como um verdadeiro naufrágio: o que faço com tanto carboidrato de uma só vez? E ainda sem os alquímicos que seriam meus cúmplices na missão da assimilação e uso metabólico?

E o louco é que quando comecei a pesquisar livros e sites sobre receitas infantis, sentindo tristeza e lamento, descobri que O COMUM (o normal) é encontrar sobremesas, sucos e vitaminas enriquecidas com muito açúcar. Até num doce de banana, uma fruta primorosamente doce, os adultos insistem em receitar adição de açúcar e mel.

A sacarose é rapidamente absorvida pela corrente sanguínea, provocando no organismo da criança um rápido pico de energia, conhecido como ‘pico glicêmico’, momento em que o cérebro implora ao pâncreas por rápida providência. Entra a insulina no circuito, seguida por uma queda brusca da glicose no sangue, assim que essa energia é queimada ou armazenada na forma de gordura. Níveis flutuantes de açúcar no sangue afetam diretamente ao cérebro (centro de controle da mente e hormonal) e podem fazer com que uma criança apresente variações de humor, acessos de raiva e irritabilidade.

Para evitar e minimizar esse efeito, escolha alimentos como as frutas naturalmente doces e maduras, da estação. A energia desses alimentos será liberada mais lentamente e o pico de energia e atividade alerta do cérebro será mais prolongado.

É muito  importante evitar a adição de açúcar na alimentação de bebês com menos de um ano.

Tudo bem, nada de neurose, mas é de bom-senso usá-lo com moderação nas refeições dos pequenos e nas fases posteriores da vida, ou seja, não há necessidade de eliminar o açúcar completamente. Mas, um truque fácil de praticar: não tenha na despensa o açúcar e você perceberá, ao longo do tempo, que ele não irá fazer falta.

Os verdadeiros vilões são os alimentos industrializados como bolos, biscoitos, doces, achocolatados, bebidas gaseificadas e suquinhos, que são carregados de açúcar e fornecem “calorias vazias” com pouquíssimo, ou nenhum outro, benefício nutricional. Esses alimentos podem causar sérios problemas nos dentes, ossos, formação, energéticos, afetivos e psicológicos.

Finalizo esta parte com um texto do Dr. Alberto Gonzalez, autor do livro Lugar de médico é na cozinha – editora Alaúde.

Nossa dieta sobrecarrega o pâncreas, um órgão hipertrofiado, aumentado de tamanho (3 a 4 vezes maior em relação aos outros órgãos do que em qualquer outra espécie animal) e função, já que é obrigado a produzir insulina e enzimas digestivas em excesso, em uma tentativa frenética de reduzir o açúcar no sangue e de digerir as densas gorduras, farinhas e açúcares usados na dieta contemporânea.

Texto da série Aditivos alimentares & Temperos

Aditivos alimentares & Temperos I – o Sal

Aditivos alimentares & Temperos II – Pimenta, vinagre e condimentos

Aditivos alimentares & Temperos IV: Amidos e Fibras

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