Começou o período de extração de sal na Região dos Lagos do Rio de Janeiro e até julho de 2015 o trabalho nas salinas terá ritmo acelerado. A expectativa dos salineiros com a produção é positiva diante do tempo seco, sol intenso e ventos fortes. Mas apenas ter condição climática favorável à produção não significa sucesso para o setor. É preciso que o produto tenha vazão no mercado, uma dificuldade enfrentada nas últimas quatro décadas, período em que o número de salinas entre Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama caiu 40%. A produção que hoje é de 15 mil toneladas já teve seu auge em 1930, com 80 mil toneladas em 120 pontos de extração.
De acordo com os produtores, o estoque da safra de 2013 ainda está cheio. O sal novo está sendo retirado das salinas sem garantia de venda e o receio é que o produto se acumule nos galpões que já estão lotados.
”Não é vantajoso comprar o sal daqui porque o grau de impureza deixa o processo mais caro”, diz Aurêncio Ribeiro, o coordenador técnico da Sal Cisne, uma das maiores indústria beneficiadoras de sal do país, localizada em Cabo Frio.
Quem ainda trabalha na atividade busca outros destinos para escoar a safra. O sal é vendido em indústrias parceiras em outras regiões do país. Esse é o caso do produtor Domingos Francisco, que vende o sal quinzenalmente para uma indústria de queijos em Barbacena, em Minas Gerais.
”De quinze em quinze dias a gente vende uma viagem de sal para Barbacena, para fazer salmoura no queijo”.
A falta de mão de obra é outro problema na produção do sal. A remuneração é cerca de R$ 80 diários e há pouca gente disponível. Muitos trabalhadores deixaram as salinas e foram trabalhar na construção civil.”O trabalho é puxado, olha as minhas mãos, são iguais de homem. O mais difícil é puxar o sal”, afirma a produtora Veriana Ferreira.
A atividade já foi uma das principais para a economia das cidades que beiram a Lagoa de Araruama. De acordo com o Sindicato da Extração de Sal da região, nos últimos 40 anos o número de salinas ativas caiu de 54 para 20 e a produção que era em torno de 80 mil toneladas caiu para cerca de 15 mil toneladas. Hoje sobrevive ao declínio, mas a atividade não está conseguindo sair da estagnação.
ATENÇÃO:
O sal mineral comercializado para consumo do gado NÃO É PARA HUMANOS.
Ele é aditivado com minerais para alimentação e cuidados de saúde de BOVINOS.
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