Dr. Ralph Bircher *
Para festejar o centenário da Academia de Medicina de Nova Iorque houve uma reunião com médicos famosos para debater o seguinte tema: “Como enfrentar a desgraça provocada no mundo por políticos e cientistas”. O professor John A. Ryle, da Universidade de Oxford, explicou: “Durante 30 anos da minha vida tenho observado como as doenças são estudadas com uma minúcia cada vez maior e microscópios cada vez mais potentes, sem que isso faça sentido. Já é tempo de passar do microscópio para o telescópio e enxergar os homens como um todo e como parte da família e de grupos sociais maiores; de ver a relação estreita de saúde e doença com as condições de vida e trabalho no meio em que vivem.
Os médicos deveriam, alguma vez, tentar responder a questões ainda não pesquisadas: O que dá saúde às pessoas saudáveis? Por que as úlceras do estômago e do duodeno – que antigamente eram raras – aumentaram tanto neste século? Por que tantas doenças diminuíram durante a guerra?”
Isso ocorreu no ano de 1947. Há mais de 50 anos! Como suas palavras, hoje mais do que nunca, são atuais!
Também é atual aquilo que o professor E. M. Bluestone, diretor do Hospital Montefiori de Nova Iorque, escreveu no jornal da Associação Médica Americana em 1947:
“Pela estatística de óbitos em Nova Iorqueverificamos que, por um lado, graças às novas conquistas da medicina, muitas doenças infecciosas dificilmente levam à morte. Por outro lado, as doenças degenerativas mostram, apesar de toda a luta, um aumento alarmante das taxas de mortalidade. As doenças crônicas se destacam entre os problemas não resolvidos da humanidade. Além da guerra, não existe nada que tenha um alcance tão grande e provoque tanta devastação quanto as doenças crônicas. Existem na Terra poucas coisas capazes de humilhar, deprimir e desmoralizar tanto – de tornar a pessoa mais dependente de parentes e amigos – quanto uma doença crônica que penetra na vida, exaurindo o corpo e a alma. A doença crônica é um adversário perigoso do progresso social e extremamente cruel, por sua evolução lenta e implacável até a invalidez e morte.
Não existe quase ninguém que, no ambiente familiar, tenha sido poupado das trágicas consequências desse sofrimento. Entretanto, é necessário que cheguemos finalmente à ação. Para o médico, trata-se de um fracasso da medicina preventiva, que aparece na estatística em números assustadores. Sem que esse inimigo desapareça da face da Terra, não haverá vitória.
É um paradoxo: a ciência médica, com suas conquistas – quimioterapia, antibióticos, transfusões de sangue – diminuiu a ameaça de doenças agudas a um mínimo enquanto, simultaneamente, a ameaça das doenças crônicas aumentou ao máximo.”
Que coragem mostram estas palavras do famoso médico perante o flagelo que começou naquela época e, desde então, cresceu ao extremo – porque não respeitamos as leis simples de vida e alimentação que sustentam a “defesa imunológica” contra as doenças degenerativas.
Os problemas do futuro estão mais relacionados com a doença crônica e com infecções causadas pela deficiência imunológica. O vírus e a bactéria não são mais o maior problema, mas sim o doente, que está com sua defesa imunológica comprometida. A medicina precisa voltar para as medidas naturais que fortalecem, reavivam e direcionam as energias vitais do próprio organismo, em outras palavras, o “médico interior”.
(*) Dr. Ralph Bircher, filho do famoso médico suíço Dr. Max Bircher-Benner, publicou estas linhas no livro “Geheimarchiv der Ernährungslehre” (Arquivo secreto da ciência alimentar).
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autora e a fonte www.docelimao.com.br
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