Cientistas descobrem mecanismo vegano super eficiente de absorção de ferro

Hospital Infantil e Centro de Pesquisa de Oakland *

Mecanismo de absorção de ferro recentemente identificado sugere que as leguminosas poderiam fornecer a chave para o tratamento da deficiência de ferro em todo o mundo.

Tradução exclusiva para o Doce Limão: Fernando Trucco

Em estudo pioneiro realizado pelo Instituto de Pesquisas do Hospital Infantil de Oakland (CHORI) a cientista Senior e condutora do projeto Elizabeth Theil, Ph.D., tem revelado pela primeira vez a existência de pelo menos dois mecanismos independentes de absorção de ferro a partir de fontes não-cárneas (não-heme) que tem potencial para o tratamento da deficiência de ferro, que é a carência nutricional mais comum em todo o mundo.

A descoberta de um mecanismo alternativo para a absorção do ferro utilizando como fonte leguminosas e vegetais (hortaliças) anunciado pela Dra. Thiel, pode ser a chave para ajudar a resolver a deficiência de ferro em todo o mundo, proporcionando uma alternativa acessível e fonte disponível de ferro, principalmente para as que mais sofrem desta carência: as crianças!

Em uma publicação da revista The Journal of Nutrition (edição online 18 de janeiro de 2012), a Dra. Theil e colaboradores demonstram que além do mecanismo já conhecido de absorção do ferro mediante moléculas de pequenos complexos de ferro, existe um mecanismo alternativo de absorção que se realiza graças a ferritina, uma macro proteína que contém ferro mineral e que se encontra nas leguminosas, também conhecidas como feijões.

 
Opções de leguminosas ou feijões: secas ou frescas!
No meio das leguminosas muitas são PANC como o feijão andu, bolinha…

“Nosso estudo mostra que este mecanismo independente de absorção de ferro encontrado na ferritina das plantas, é mais eficiente e oferece maior controle às células intestinais e pode ser uma nova forma de ajuda para resolver a deficiência de ferro em todo o mundo” diz a Dr. Theil.

A deficiência de ferro é a carência nutricional mais comum tanto
em países desenvolvidos bem como não desenvolvidos.

Pitaco Conceição Trucom: a alimentação crua e viva, a pré-germinação, fermentação e consumo integrado das leguminosas com muitas ervas digestivas pode ser determinante nesta nova proposta de ‘suplementação natural’ de ferro… ou melhor: poli-mineral!!!

Os tratamentos tradicionais incluem suplementos de ferro
e o aumento do consumo de carne. No entanto,
estas duas opções têm provado ter limitações significativas.

Os suplementos de ferro muitas vezes causam efeitos colaterais desagradáveis, incluindo gases, inchaço e diarreias, o que leva a um consumo inconsistente. Por outro lado, em algumas culturas onde a deficiência de ferro é endêmica, a carne é escassa. Pense que as crianças e as mulheres em idade fértil são as pessoas mais suscetíveis à deficiência de ferro.

A descoberta de um mecanismo alternativo e altamente eficiente para a absorção de ferro a partir das leguminosas poderia fornecer a chave para ajudar a resolver a deficiência de ferro em todo o mundo, fornecendo uma fonte de ferro facilmente disponível e acessível, já que a produção de feijões, em suas diversas variedades, formas e cores, existem em todos os cantos do mundo. Nem sempre tão popular como no Brasil, mas existem…

O novo estudo combina os resultados de duas experiências diferentes, uma conduzida com humanos e a outra realizada com camundongos.

Nas experiencias realizadas com camundongos, porções do intestino foram banhadas com soluções de ferro rastreável utilizando alternativamente a) um tipo comum de suplemento de ferro e b) macro ferritina (proteína portadora de ferro mineral). As medições mostraram que tanto a macro ferritina como os pequenos complexos de ferro foram absorvidas pelo intestino.

No estudo realizado com seres humanos os participantes receberam alimentos A) de origem VEGETAL contendo ferro na forma de ferritina, b) de origem animal contendo ferro-heme (na hemoglobina da carne) e C) suplemento de ferro não cárneo, para observar se os dois tipos de ferro competiam com o ferro da ferritina pelo mesmo mecanismo de absorção. O resultado mostrou que não existe efeito nenhum sobre a absorção do ferro contido na ferritina.

“Esses estudos juntos mostram que durante a digestão, a forma mineral complexa da ferritina que contém milhares de átomos de ferro, não sofre a separação dos átomos de ferro individuais, como acontece com muitos suplementos de ferro”, explica a Dra. Theil.


Imagens de uma MACRO-PROTEÍNA a MACRO-FERRITINA.
Os organismos vivos, desde as bactérias aos mamíferos, usam uma nano-cavidade esférica
de uma proteína, A FERRITINA, para armazenamento de ferro.

“Em vez disso, o ferro da ferritina é absorvido em sua forma mineral de ferro contido na proteína, mediante um mecanismo diferente e independente; o ferro absorvido como ferritina deixa o intestino mais lento, mas pode proporcionar maior segurança para os intestinos do que os suplementos de ferro.”

Além de ser potencialmente mais seguro, causando menos irritação para o intestino, a absorção do ferro como ferritina é realizada pelo intestino com maior facilidade.

O ferro encontrado na carne e nos suplementos de ferro não cárneos têm uma taxa de absorção no intestino de um átomo de ferro por vez, sendo que cada etapa de absorção exige um gasto de energia pelas células intestinais.

Quando o intestino captura uma única molécula de ferritina, no entanto, ganha mil átomos de ferro contido numa molécula de MACRO-FERRITINA fazendo que a absorção do ferro seja muito mais eficiente.

Embora sejam necessários mais estudos para elucidar o mecanismo exato de absorção da macro-ferritina, no entretanto, os resultados demonstram que os alimentos ricos em ferritina tais como as leguminosas podem fornecer uma fonte significativa de ferro na dieta para aqueles que mais necessitam de aumentar a sua ingestão de ferro.

Pitacos da Conceição Trucom: ao consumir leguminosas bem frescas use o recurso do ‘bafo’ no vapor por máximo 3 minutos. Ao consumir leguminosas secas SEMPRE deixe-as hidratando por 8-12 horas (jogar água da hidratação fora e lavar, pois contém resíduos dos antinutricionais como saponinas e inibidores de tripsina) antes do seu cozimento, que após tal prévia hidratação não necessitará de panela de pressão ou grandes tempos de cozimento. No caso das 7 leguminosas que podemos consumir ‘cruas’ após germinação, sugiro o mesmo ‘bafo’ indicado para as leguminosas frescas. Este bafo torna-as mais saborosas e digestivas.

E, não esqueça de temperar com LIMÃO para aumentar ainda mais esta absorção do ferro e demais minerais daquela refeição ou lanche!

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(*) Fonte: Matéria reproduzida a partir de documentos fornecidos pelo Hospital Infantil e Centro de Pesquisa de Oakland. Science Daily

Nota: esta matéria pode ser editada na íntegra, desde que mencionadas as fontes e a tradução de Fernando Trucco.

Jornal de referência:

E. C. Theil, H. Chen, C. Miranda, H. Janser, B. Elsenhans, M. T. Nunez, F. Pizarro, K. Schumann. Absorption of Iron from Ferritin Is Independent of Heme Iron and Ferrous Salts in Women and Rat Intestinal Segments. Journal of Nutrition, 23.01.2012; DOI: 10.3945/jn.111.145854

20 de setembro de 2019

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