Depressão – Resistência à mudança

Por Cristina Jorge*

O maior inimigo da cura da depressão é, sem dúvida, a resistência à mudança. Uma pessoa com depressão, entende claramente que a vida lhe está exigindo uma mudança interior e, uma responsabilização pela resolução dos conflitos internos, causadores de todo o sentimento de confusão, vazio e dor.

Grande parte de nós tem a percepção que se não houver uma mudança de atitude, perante a vida e o mundo que nos rodeia, vamos colher sempre os mesmos resultados e desafios. No entanto, é difícil para todos, aceitar que somos responsáveis pelas nossas colheitas.  Sem autoconhecimento, perpetuamos os resultados, o desequilíbrio e a resistência à mudança. É mais fácil atribuir culpa aos acontecimentos, situações e pessoas exteriores a nós do que aceitarmos que a mudança é necessária em nós, dentro de nós.

Se mantivermos essa visão e postura, nada mudará. O filme se repetirá muitas vezes…

A nossa vida é o resultado dos nossos padrões de pensamento e hábitos.

Os nossos desequilíbrios internos são o reflexo de todas os nossos padrões de pensamento atitudes, opções, hábitos e decisões tomadas ao longo de toda a vida. No entanto, cabe a cada um escolher passar a vida a acusar o mundo pela nossa desgraça. Se assim for, é possível que nada de diferente aconteça e que tudo continue no mesmo estado de caos e dor.

Se conseguirmos ter o entendimento claro de que as acusações, julgamentos e críticas não resolvem nossos dramas internos, assim como também não mudam nada, nem ninguém, portanto completamente inúteis. Passarmos a vida focados nos defeitos e erros dos outros não nos torna seres mais especiais e ainda nos esgota profundamente.

É preciso compreender que a nossa vida muda se mudarmos nossa mente.

O mais importante na nossa vida é nos proporcionarmos mudanças, transformações, para algo novo e melhor. É essencial que deixemos de nos focar nos erros dos outros e no que os outros fazem e, passemos a focar nossa atenção no que há em nós e impede que a nossa vida flua ou melhore.

Torna-se cada vez mais óbvio que se o nosso passado nos trouxe estados de desequilíbrio e ansiedade, independentemente dos acontecimentos exteriores, cabe a nós escolher o que fazemos com tudo isto. E, a melhor solução, certamente, não é continuar a repetir os mesmos padrões.

Se iniciarmos um processo de mudança “agora”, deixar sair o velho, tomar novas decisões, mudar atitudes, avaliar as nossas verdades e questioná-las, será uma forma assertiva de iniciar uma nova fase da vida. Em primeiro lugar é mesmo essencial uma análise profunda de quem somos e é importante que seja aberta uma possibilidade de questionar as verdades que constroem os nossos alicerces, nossas crenças.

A resistência à mudança é uma rejeição que fazemos à possibilidade de nos abrirmos para o autoconhecimento e, de nos entregarmos ao melhor que a vida tem para nos dar.

Permita-se curar a depressão e iniciar “agora” um processo de mudança interior, começar a alterar o padrão de pensamentos, mudar as atitudes, mudar os hábitos, o “amanhã”, pois o “futuro” será o resultado dessa nova forma de estar e de ser AGORA.

*Texto extraído do site http://tratamentodadepressao.org/

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12 de outubro de 2019

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