E se o mundo se tornasse vegano?

Por Lorena Guzman H. * + Pitacos Conceição Trucom em azul PAZ
Em 5 de novembro 2016
Tradução exclusiva para Doce Limão: Fernado Trucco **

Muitas pessoas têm adotado a ideia de não comer carne não só por razões de saúde, mas também pelo custo de produção que significa para o planeta. Mas, os efeitos dessa abstenção, como revelou esta pesquisa-reflexão, não seriam tão benéficos como parece.

A pergunta que se fez para este estudo foi: O que aconteceria se de repente os cerca de 8 bilhões de pessoas que habitam o planeta decidissem parar de comer carne?

Como cientista que sou, reconheço que toda pesquisa pode ter falhas ou trincas. A primeira delas pode ser a amostragem – forma e filtros, número de amostras… – que pode não representar com exatidão a questão da pesquisa. A segunda falha pode ser a parcialidade da equipe de pesquisa: pesquisas pagas sempre darão margem a questionamentos. No caso desta pesquisa, e vários livros que li, percebo que o autor tem uma parcialidade: então ele defende o que está de acordo com seus conceitos e, muitas vezes, descarta ou denigre, o que não abona seus conceitos. A terceira falha é a nossa limitação: a ciência e vida aqui no planeta são muito jovens, não sabemos tudo. Então uma boa regra para os bons cientistas é reconhecer que TUDO INDICA, até onde PUDEMOS CHEGAR, expressões do gênero.

Mas considero super válido o estudo a seguir, porque nos leva a crer que
JÁ SE QUESTIONA esta e outras transformações do gênero: sustentabilidade, etc…

Vamos ao estudo:

Além da mudança no cardápio das pessoas, as consequências seriam bastante diversas e seus benefícios não são necessariamente convincentes para todo o mundo. Vamos ler até o fim…

Um estudo realizado pelo Programa Martin Oxford for The Future of Food (O futuro da comida), da Universidade de Oxford, Reino Unido, utilizando cálculos e modelos computacionais concluiu que se o mundo se tornasse vegetariano até 2050, as emissões de gases de efeito estufa provenientes da agricultura e da pecuária poderiam se reduzir em 60%.

Não se trata apenas do efeito da conversão para o veganismo, disse Marco Springmann, líder do estudo publicado na revista Proceedings da Academia National of Sciences (PNAS), Estados Unidos. “a contribuição dos sistemas de produção dos alimentos para a mudança climática será difícil de diminuir, e vai demorar mais do que apenas realizar as mudanças tecnológicas necessárias”, disse ele.

Se bem que efetivamente haveria uma redução das emissões com a mudança da dieta, o cálculo final é bastante complexo. Não só devemos levar em consideração a remoção do metano produzido pelas vacas que pastam e a liberação de áreas de pastagem para produzir alimentos que substituem as proteínas animais.

De acordo com a FAO, 26% da superfície do mundo são áreas de pastagens, que por sua vez compõem 70% da área agrícola do planeta. “A maioria não pode ser utilizada para culturas que forneçam alimentos direto para o homem, e, portanto, deixam de ser uma contribuição para a alimentação se não fosse produzida mais carne”, diz Rafael Larraín, do Departamento de Ciência Animal Academic agronomia da PUC. CALMA AÍ: DISCORDO! Mesmo que fosse absoluta verdade, florestas nativas, matas ciliares, florestamentos sempre cuidaram das águas, do solo, do ar, da manutenção de condições ambientais mais equilibradas…

Dos cinco mil milhões de hectares para a agricultura no mundo, quase 70% é reservada para o gado. Ainda segundo a FAO, enquanto os países desenvolvidos representam apenas 15% da população mundial, o consumo destes 15% chega a 37% e 40% do total de carne e laticínios produzidos respectivamente.

Quanto à redução dos poluentes gerados pela produção de carne, esta seria um pouco menos de 8% das emissões globais, porque as áreas onde os sistemas de produção animal forem substituídas por culturas agrícolas, que não são exatamente neutras nas emissões em questão. “O efeito global seria menor”, diz ele. E não é o único parâmetro da equação. REALMENTE COMPLEXO, mas há que se perceber com que parcialidade estas avaliações complexas estão sendo feitas… A balança minimiza ou maximiza conforme a parcialidade impulsiona…

Os 14% de redução na geração do gás metano vem da atividade pecuária e apenas a metade vem das vacas, acrescenta Carlos Zamorano, pesquisador do Centro para a Ciência e Resiliência Climática (CR2). “Está demostrado que animais desnutridos produzem mais metano porque sua digestão é menos eficiente”, diz ele.

Além disso, cerca do 37% do material vegetal produzido como alimento para seres humanos (produção de azeite, frutos, hortaliças, sucos, etc.) produzem subprodutos não comestíveis, que em geral podem ser consumidos pelos animais. Há que se reduzir o desperdício das produções de origem vegetal, verticalizar regionalmente, produzir compostagem, biogás… Não tem sentido justificar a pecuária para comer os restos dos cultivos e perdas alimentares. Restos e perdas precisam ser minimizados pelas otimizações dos processos… Incluso, as pessoas precisam valorizar os alimentos ‘menos bonitos’ (evitados pela cultura do consumismo), reduzindo assim os desperdícios e a subnutrição…

Esta parte gostei bastante, porque já começa haver um reconhecimento:

Ainda assim, o impacto do gado na Terra não é pouco e é algo que deve ser regulamentado, diz Carlos Zamorano. O especialista participou de um estudo no Chile que cobriu a área da Cordilheira de Nahuelbuta, Cañete e Nova Imperial, para determinar o impacto das vacas na floresta.

“O resultado é dramático, na medida que aumenta a presença das vacas,
a Araucária (importante árvore da região) desaparece”, diz ele.

O problema é que o solo na área é muito frágil. “A passagem de apenas um animal faz com que mudem as condições. As espécies são muito eficientes no consumo de recursos de modo que qualquer variação altera o equilíbrio. “A floresta está se empobrecendo pela perda da diversidade. A solução não é eliminar as vacas, mas sim regulá-las. “As pessoas da região vivem delas e isto não pode ser ignorado”.

Tudo fica anti ecológico quando a escala muda. Uma coisa é o localismo outra coisa
é a escala do consumismo, das mega fazendas de distribuem
derivados da pecuária para todo o país, todo o planeta…

Substituição proteica

Se bem quase todo o mundo poderia ter uma dieta sem carne, fazê-lo requer algo mais do que simplesmente mudar a lista do supermercado. Por exemplo, no caso do Chile deveriam ser substituídos 15 kg de carne de vaca, 17,5 Kg de carne de porco e 30,9 Kg de aves/pessoa/ano, segundo dados da OCDE.

“O ser humano depende da carne para obter alguns micronutrientes que não podem ser sintetizados pelo organismo, entre os quais está a vitamina B12”, explica Karin Papapietro, nutricionista do Hospital da Universidade de Chile.

Se o organismo não recebe a quantidade adequada de vitaminas pode desenvolver anemia, alterações no sistema neurológico e na função cognitiva, diminuição da visão e de outras funções nervosas e ainda afetar o desenvolvimento fetal, além de outras consequências.

Trata-se de uma polêmica, muitas vezes oportunista, terrorista (porque causa medo), tendenciosa. Já existem estudos que comprovam que a deficiência de B12 acontece em todas as formas alimentares. Não se trata somente de uma deficiência, mas de idade, estilos de vida, velocidade de dissipação (porque a B12 refluxa no sistema), capacidades de manutenção, etc. 

Também, numa produção de alimentos vegetais convencionais (não orgânicos), existe uma tendência dos alimentos irem se tornando a cada safra mais vazios de minerais, vitaminas, vitalidade…

Um tema que não se fala quando a B12 está na ribalta é do quanto a digestão do alimento de origem animal impacta na acidificação do organismo, no empobrecimento da microbiota humana. Seja por diversidade, seja por números populacionais, já que a microbiota humana se alimenta de fibras, que os alimentos de origem animal NÃO CONTÉM.

Suplementos vitamínicos e consumo de outros alimentos podem substituir a ausência de carne, mas você tem que saber fazê-lo. “É preciso mudar a cultura de alimentação a fim de obter a proteína da mais alta qualidade”, diz o especialista. A substituição por vegetais nem sempre é simples.

CONCORDO: Qualquer que seja uma decisão, seja na área alimentar, profissional, relacionamentos, mater(pater)nidade, ela precisa de CONSCIÊNCIA, MATURIDADE, COMPROMETIMENTO, ESTUDOS CONTÍNUOS. Ser onívoro, vegetariano, vegano, macrô etc. não é somente uma decisão…

Um outro problema na substituição é que muitas das estimativas do impacto positivo da eliminação dos animais da dieta estão baseadas na substituição por quilograma de alimentos ou por calorias, e não pelo valor não nutricional, diz Rafael Larrain. “Assim, os efeitos supostamente benéficos da eliminação da produção de carne são artificialmente exagerados. Além disso, apenas para fornecer a mesma quantidade de proteína da carne seria necessário aumentar a área cultivada um 58%.

CONCORDO na parte de que é difícil avaliar assim num modelo computacional todas as consequências e números. Porque será uma total mudança de paradigma, social, ambiental, geográfica mesmo.

Mas discordo de PROTEÍNA ANIMAL se substitui com igual quantidade de PROTEÍNA VEGETAL… Trata-se de um novo modelo alimentar: outras formas de digerir, de aproveitar e assimilar a vitalidade dos alimentos.

Assim, finalmente, o consenso está mais inclinado para reduzir o consumo de carne ao invés de eliminá-lo completamente para que seja benéfico para o planeta.

CONCORDO: e o bom começo já está ocorrendo COM A SEGUNDA SEM CARNE… E mesmo os números do IBGE já mostram uma redução em 25% no consumo de carne pelo brasileiro. Seja pela crise, seja pela saúde ou pela maior consciência, há um tendência SIM pela redução do consumo de alimentos de origem ANIMAL.

E finalizo meus PITACOS lembrando do livro O despertar da Terra do Peter Russel (Sextante – esgotado – só em sebos), que sinaliza que esta decisão de pararmos com o consumo de alimentos de origem animal NÃO SERÁ NOSSA: será de GAIA, será do PLANETA TERRA… Segundo o Peter: basta uma epidemia que contamine os animais que são usados para alimentação humana e a decisão não será mais de nossas mentes e desejos…

Então, conforme colocado em meu livro E SE NÃO HOUVER ALIMENTO?, você não precisa tomar uma decisão RADICAL, mas pense, reflita, PRATIQUE… Segundas, depois Segundas e Quintas, depois Segundas, Quartas e Sextas…

Que possamos responder com alegria a esses desafios.

E se não houver alimento?

Trata-se de um chamado, porque assim senti, da Comunidade de Figueira/MG e do Frei Artur,
sobre como seguirmos conectados com a paz, com a terra, com os reinos e amparos,
mesmo diante de Momentos de Emergência, de Escassez ou Caos.

O título é instigante, abrangente e inclusivo:

E se não houver alimento?

Porque todos, com seus diversos ‘conceitos’ sobre alimento serão forçados a rever
seus paradigmas do que é o ‘verdadeiro alimento’ e refletir sobre escassez.
Ou como consumir somente os alimentos da estação e locais.

Um livro dedicado ao Planeta Terra e
às Sementes do Amanhã. 

Fonte (*) : Emol

(**) Fernando Trucco, Professional Translations. Reprodução permitida, desde que citada a fonte e o tradutor.

Leia também: O Despertar da Terra – Cadernos Educação Meio Ambiente – MATAS CILIARES

2 de outubro de 2019

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