Esquizofrenia é curável

J. P. Knaus

A terapia tradicional (alopática) para tratar a esquizofrenia consiste primordialmente em receitar um psicofármaco apropriado e elevar a dosagem até que os sintomas desapareçam. Em muitos casos, esta terapia é permanente para evitar recaídas. Com este tipo de procedimento, aproximadamente 40% dos pacientes saram e 30% melhoram temporariamente, mas sofrem recaídas no decorrer da vida. Os demais são considerados incuráveis. Lamentável!

Terapia familiar

O psiquiatra americano Langsley submeteu 150 pacientes esquizofrênicos e depressivos a uma experiência: os 150 deveriam ser internados em uma clínica psiquiátrica. Um grupo de 75 pacientes foi realmente internado e tratado com medicamentos. Não foi possível internar os outros 75 pacientes, mas cada um recebeu uma terapia familiar com o objetivo de harmonizar a vida familiar. Em ambos os grupos foi observado, durante 6 meses, o número de recaídas que levaram a uma internação e a duração das internações por ocasião das recaídas.

O grupo que foi internado e recebeu medicamentos teve 16 recaídas, com duracão média de 68 dias. O grupo que recebeu terapia familiar teve 14 recaídas, com duração média de apenas 30 dias. A terapia familiar foi, portanto, bem mais eficiente que a terapia com medicamentos na clínica.

Por que a terapia em família tem tudo para ser mais eficaz? O psiquiatra londrino Brown observou a evolução da doença em pacientes esquizofrênicos que tiveram alta e voltaram para suas famílias. A alta levava, muitas vezes, a uma piora da esquizofrenia quando o convívio familiar causava muita emoção ou quando o doente era objeto de hostilidade e de repressão autoritária. Pelo visto, emoções, hostilidades e a dominação dentro da família contribuem para a esquizofrenia. Sua eliminação e a harmonização da vida familiar são fatores de cura.

Terapia com vitaminas

O psiquiatra canadense Denson submeteu pacientes esquizofrênicos internados a uma experiência dupla cega. Para os pacientes que receberam nicotinamida (vitamina B3), o tempo de permanência na clínica era em média de 106 dias; para os pacientes que receberam um placebo, era de 177 dias. O psiquiatra canadense Hoffer observou pacientes esquizofrênicos com alta: para aqueles que receberam nicotinamida, uma nova internação era menos frequente do que para pacientes que não recebiam esta substância.

O Dr. Rimland, do Institute for Child Behaviour Research em San Diego, Califórnia, fez uma experiência dupla cega com crianças autistas: passando de um placebo para vitamina B6, houve melhora no comportamento das crianças; passando de vitamina B6 para um placebo, o comportamento voltava a piorar.

Em duas clínicas norueguesas, examinaram o teor de vitaminas B12 no soro sanguíneo dos doentes mentais recém-internados. Os casos com teor baixo de vitamina B12 eram comuns.

O inglês Milner observou pacientes esquizofrênicos durante uma experiência dupla cega. Ao receberem vitamina C, a esquizofrenia melhorava, enquanto um placebo não fazia efeito.

Como se explica a eficácia dessas vitaminas no tratamento da esquizofrenia? Na nossa alimentação atual faltam vitaminas porque ingerimos muitos alimentos cozidos, muito açúcar e muitos produtos de farinha branca. O cérebro humano regula constantemente os processos vitais do organismo humano: dia e noite. Para realizar este trabalho contínuo, o cérebro humano precisa de nutrientes, oxi­gênio e vitaminas em quantidades elevadas. A carência de vitaminas em nossos ali­mentos industrializados aparece com particular intensidade no cérebro e causa esquizofrenia em diferentes graus. Administrando vitaminas, a carência no cérebro desaparece e com isso também a esquizofrenia. O prêmio Nobel Linus Pauling considera que as curas permanentes da esquizofrenia podem aumentar de 40% para 80% por terapias integradas  com atenção no consumo de vitaminas.

Ecologia clínica

O médico canadense Hoffer tratou 60 esquizofrênicos – que não respondiam à terapia com vitaminas – com um jejum de 4 dias. Na manhã do quinto dia, 40 dos pacientes estavam isentos de esquizofrenia. A alimentação contém substân­cias que provocam esquizofrenia. Os componentes da alimentação que causam a doença com maior frequência foram analisados em dois estudos americanos. Dohan observou o tempo de permanência de esquizofrênicos em uma clínica psi­quiátrica. Com uma dieta sem cereais, a permanência era, em média, de 17 dias; com uma dieta rica em produtos a base de cereais, a média era 30 dias. Singh observou em uma experiência dupla cega que os sintomas dos esquizofrênicos internados melhoravam com uma dieta sem glúten e pioravam com uma alimenta­ção rica em glúten.

Por que o glúten no cereal e no pão é causa de esquizofrenia? Muitas pessoas são alérgicas ao glúten, principalmente quando falta a vitamina E, que equilibra o glú­ten. Quando os grãos são moídos e a farinha é aquecida, a vitamina E é destruída. As pessoas que reagem ao glúten com alergia podem se tornar esquizofrênicas. O glúten também pode provocar a doença celíaca, em que o intestino delgado deixa de digerir e absorver os alimentos.

Nos EUA e na Inglaterra, está crescendo o movimento de médicos ecologistas. Estes consideram que esquizofrenia e outras doenças mentais são provocadas por alergia contra pão e outros alimentos. Eles detectam os alimentos que provocam a doença e procuram eliminá-los para obter a cura.

Terapia com vitaminas, a medicina ecológica e a terapia familiar eliminam as cau­sas da esquizofrenia e resultam em cura. A terapia com vitaminas, o médico ecologista e o terapeuta familiar podem, em conjunto – sempre que o paciente coopera – curar um número elevado de casos de esquizofrenia de forma permanente.

Terapia do futuro

A terapia com medicamentos elimina apenas os sintomas da esquizofrenia, mas não as causas da doença. As causas continuam agindo, continuam prejudicando e continuam provocando a doença. Por isso, terapia com medicamentos – sozinha – é apenas paliativa.

A terapia do futuro consiste na administração de vitaminas, medicina ecológica, terapia familiar de um lado e a terapia com medicamentos do outro. Os medicamen­tos podem atenuar ou cortar rapidamente os sintomas incômodos. São muito agradá­veis para o paciente e representam uma complementação valiosa das diversas tera­pias que eliminam as causas e curam.

Na Inglaterra e nos EUA, há centenas de psiquiatras e médicos clínicos que tra­tam esquizofrenia e outras doenças mentais com vitaminas. Em ambos os países, também existem centenas de médicos ecologistas que afastam o pão branco e outros alimentos ‘nefastos’ para o cérebro e com isso obtêm a cura. Nos EUA, também o número de terapeutas familiares está crescendo.

Importante mencionar o capítulo “Esquizofrenia: influência de alguns alimentos na gênese da doença menta!” no livro “Nutrição & Doença” de Carlos Eduardo Leite, publica­do pela IBRASA, São Paulo em 1987.

Fontes: A revista Natur und Medizin, número 3, 1994.

Livro Conheça outras terapias, organizado por Hildegard B. Richter, São Paulo, 2007, quarta edição, editora TAPS/Paulus.

Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte www.docelimao.com.br

8 de outubro de 2019

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