Exercícios para tornar a mente mais dócil

Conceição Trucom

Exercício dos fios negros

Deite-se de costas sobre uma superfície dura (tapete, carpete); faça um relaxamento mantendo os braços ao longo do corpo. Sem fazer nenhum movimento físico, utilize o polegar e o indicador da mão direita (é importante que seja a direita) para desfiar mentalmente, a partir do umbigo (o umbigo também é chamado de “a fonte de todo o mal”), um fio negro para cada medo do qual você deseja se livrar ou, melhor dizendo, que você acredita ter de se livrar. Retire todos os fios dos medos e temores e, à medida que os retira, jogue-os a seu lado direito e imagine uma fogueira que os queima.

Extraia do ponto onde está situado o plexo solar (a boca do estômago) um fio negro para cada ressentimento (ou então para cada pessoa pela qual você nutre algum ressentimento).

Sempre do mesmo ponto, extraia um fio negro para cada insatisfação, ou seja, para todas as ocasiões em que você pensou não ser eficiente, capaz, forte o bastante, etc.

Para terminar, extraia do mesmo ponto um fio negro para cada coisa que não lhe agrada em você mesmo, seja em relação ao seu corpo ou ao seu caráter. Conclua preenchendo os vazios deixados pelos fios com luz branca, e afirmando: “Eu sou o que sou e como é justo que eu seja. Ninguém pode pretender que eu seja diverso daquilo que sou.”

Pode acontecer que, nesse processo mental, você encontre nós, emaranhados ou alguma outra coisa que impeça a extração completa de um fio. Neste caso, imagine ter na mão uma tesoura e com ela corte o fio, deixando-o, portanto, onde ele está até a próxima sessão do exercício. No início, procure eliminar os fios referentes às situações mais simples.

Esse exercício serve para eliminar a energia dos medos, das insatisfações, dos ressentimentos e das negatividades que abrigamos em nós mesmos.  Pode ser feito inclusive pelas crianças.

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Exercício para o controle mental

Este exercício parece banal, mas não é. Asseguro que, se você tiver a persistência de fazê-lo por ao menos 15 minutos contínuos, diariamente, durante algumas semanas, poderá observar uma notável melhora da sua capacidade de controlar a mente.

1. Escolha um lugar onde ninguém poderá perturbá-lo durante cerca de 15, 20 minutos.

2. Sente-se ereto, mas não rígido, os pés paralelos, as mãos sobre o colo.

3. Feche os olhos muito lentamente, massageie as sobrancelhas, os seios da face e o nariz respirando profundamente, boceje e espreguice com toda a liberdade.

4. Coloque as mãos sobre a barriga e respire tranquilamente; observe se respira com a barriga (se você sente que ela se levanta e se abaixa) ou então com os pulmões (a barriga permanece quase parada e são os ombros que se levantam e se abaixam). Se você respira com os pulmões, é conveniente usar alguns minutos para exercitar a respiração abdominal (empurrar o ventre para fora quando o ar entra e vice-versa).

5. Sem alterar o ritmo da respiração, siga o percurso do ar, imaginando que ele é feito de luz branca, e pensando:

• Paz, inspirando.
• Amor, expirando.
• Sabedoria, inspirando.
• Alegria, expirando.
• Prossiga por 15, 20 minutos, e termine espreguiçando lentamente.

Se a mente “fugir” durante o exercício, retome-o com calma, recomeçando do início.

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Visualização para superar o ressentimento

Descreveremos agora como se pratica o processo de visualização. Antes de começar, é conveniente escolher uma pessoa com a qual você deseja se reconciliar: não será difícil encontrá-la. Se começar a rememorar uma ferida do passado; a retornar com a mente a um episódio doloroso; a ruminar continuamente sobre aquilo que você deveria ter dito ou feito; a recordar o comportamento injusto de alguém, significa que abriga sentimentos ainda não resolvidos sobre aquela experiência. Você pode enfrentá-los com a técnica abaixo, proposta pelo autor Emmett Fox:

1. Sente-se em uma cadeira cômoda, com os pés no chão e os olhos fechados.

2. Se sentir-se tenso ou distraído, prepare-se fazendo um exercício de relaxamento.

3. Evoque na sua mente uma imagem nítida da pessoa por quem você sente ressentimento.

4. Imagine que coisas boas acontecem para essa pessoa. Vizualize-a recebendo amor, reconhecimento ou dinheiro, qualquer coisa que, na sua opinião, a fará feliz.

5. Tome consciência das suas reações. Se para você é difícil imaginar coisas boas acontecendo para aquela pessoa, não se preocupe. Trata-se de uma reação natural que irá se modificando com o exercício.

6- Repense o papel que lhe tocou naquele episódio doloroso e em como seria possível uma interpretação diversa do episódio e do comportamento da outra pessoa. Experimente imaginar como seria a mesma situação vista a partir dos olhos do outro.

7. Perceba o quanto agora você se sente mais relaxado, mais em paz. Repita que você não esquecerá aquilo que acaba de compreender.

8. Agora você está pronto para abrir os olhos e retomar suas atividades.

Esse exercício não leva mais de cinco minutos. Pratique-o toda vez que perceber estar divagando sobre um episódio desagradável, doloroso ou frustrante ocorrido no passado. Meses poderão se passar sem que você sinta necessidade de praticar esse exercício. Em outros períodos, precisará praticá-lo 5-6 vezes/dia.

Você poderá inclusive ter de praticá-lo no momento em que uma situação desagradável estiver acontecendo. Por exemplo, se estiver na rua ou na estrada e um carro repleto de rapazes cortar o seu percurso, procure imaginar que eles chegarão sãos e salvos ao seu destino, que tenham êxito nos estudos, no trabalho ou no esporte. Pense em quando você era um rapazola ou uma moça e em todas as bobagens que fazia então, e certamente compreenderá melhor certos problemas dos jovens.

Fonte: Revista Planeta 411 – Editora 3