Fim da Globalização! Início da Localização!

Fim da Globalização?
O que a crise do petróleo reflete no fim da globalização?
Energias alternativas?
Alimentos de cultivo local?

Por:  Daniel Francisco de Assis – www.comidaecologica.com.br

“Se existe um caminho melhor, certamente começa por uma análise completa do caminho em que estamos, mesmo que seja o pior” – Tomas Hardy em 1887

Desejo comentar um livro, que faz um ótimo resumo crítico desta relação: custo de vida x crise do petróleo. Futuro econômico e social do planeta.

O livro: The transition Hand Book – From oil dependency to local resilience
Autor: Rob Hopkins – www.transitionculture.org

Neste livroo autor faz uma apresentação geral do custo de vida, impacto ambiental, nosso sistema de geração de energia e seu custo de produção.

Muito bem embasado, tem muitas informações científicas explicadas de uma forma muito simples. Está constatado que quanto maior o consumo de petróleo, mais onerosa a sua produção, pois tende mais rapidamente à escassez. Mesmo que novos poços de petróleo sejam encontrados, não significa que os preços irão baixar, pois o custo da extração não é o mesmo dos últimos 100 anos. Hoje está cada vez mais difícil de encontrar, purificar, separar e processar o petróleo.

Veja o caso dos últimos poços encontrados:

No Canadá: chamado petróleo areia, onde está misturado com areia. Sua separação é a mais custosa de todas, até mesmo os que se encontram no Brasil que estão a 3.000 metros de profundidade. Rob Hopkins comenta que é o mesmo que querer tomar cerveja de um carpete de um bar.

No Brasil: o custo diário de uma plataforma de petróleo é 10 a  50 vezes mais caro que os antigos poços de petróleo que estavam a 50 metros de profundidade.

Conclusão: é uma ilusão pensar que o custo do barril um dia baixará porque mesmo que a quantidade de petróleo encontrada seja a mesma, o custo de produção não será o mesmo, ao contrário, tende a aumentar cada vez mais.

Petróleo, biodisel, energia nuclear e petróleo em areia, são as fontes energéticas mais caras, além de maior impacto ambiental e menor rendimento: custo extração x energia gerada.

Há 50 anos investia-se X quantidade de energia para conseguir 80 X de energia extraída. Hoje se gasta X para obter 4 X. Ou seja, muito custo para pouco resultado.

A que oferece o menor custo, investimento e impacto ambiental, com maior rendimento é a energia extraída da subida e baixa das marés. Porém muitas outras oferecem melhor resultado que as que temos hoje.

O que acontece é que as indústrias energéticas não querem investir para gerar lucro. Por isso tantos escândalos envolvendo o BNDS para socorrer estas empresas energéticas.

Elas não são mais rentáveis. Ao invés de investir em novas tecnologias, o governo prefere seguir um modelo energético onde somente  beneficia os grandes empresários do setor, que têm uma batata quente nas mãos. Com a justificativa de que geram empregos e onerosos subornos, os políticos aprovam investimentos em sistemas fracassados. Um dos maiores, mais danoso e recente escândalo foi o do rio madeira onde o principal objetivo é vender concreto e não gerar energia. Uma hidrelétrica em um relevo amazônico onde os rios carregam uma grande quantidade de sedimentos é como cavar um buraco na areia da praia onde a onda bate e dentro de pouco tempo estará inundado.

Mas qual a relação entre petróleo, custo de vida e globalização?

A globalização é um modelo econômico que só é possível uma vez que é viável transportar. Globalizar a produção, globalizar o comércio, globalizar o uso, tudo isto só é possível uma vez que montar um carro é mais barato se as peças são fabricadas em diferentes partes do mundo. Mas, quando o transporte destas peças se torna caro, globalizar perde o sentido.

A incoerência deste sistema de mercado é tanta que os mesmos produtos são importados e depois exportados de países a países. Um gasto desnecessário que tem que ser questionado.

Conheço muitas pessoas que tiveram que fechar as portas de suas empresas e tenho certeza que outros milhões de micro-empresas pelo mundo, geradoras de emprego, responsável pela geração de renda de bilhões de pessoas, tiveram que fechar pelo fato dos produtos chineses arrasarem o mercado com preços tão baixos que era impossível competir.

Quando o transporte destas mercadorias se torna caro, pelo elevado preço do petróleo, os sistemas feudais voltarão a ser moda, as comunidades voltarão a ter sentido. Condomínios auto-suficientes serão parte da solução. Comprar produtos produzidos localmente será o mais econômico e ecológico.

Os alimentos entram nesta história. Aliás, este é um bom começo!

Precisamos ter a consciência de que o alimento mais saudável e terapêutico é aquele que cresce a nossa volta. A quinoa é excelente para o povo das altitudes, a tâmara para o povo do deserto e as frutas tropicais para os brasileiros. Precisamos lembrar da enorme quantidade de dinheiro e energia gasta para transportar os alimentos de outros países, estados e regiões. Respeitemos as safras, os ciclos da natureza. Valorizemos o que está perto, mais barato e abundante.

* Brasil vai precisar de mais investimentos para explorar pré-sal, diz Petrobras

A Petrobras vai investir US$ 112,4 bilhões entre 2008 e 2012 dentro e fora do país. Tal montante não considera, no entanto, o dinheiro que será necessário para explorar as reservas de petróleo na camada pré-sal, que vai exigir muito mais investimentos.

Segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, apenas na reserva de Tupi, onde já há dois poços perfurados, a capacidade estimada é de 5 bilhões a 8 bilhões de barris. Esse volume representa, em média, quase metade das reservas brasileiras totais hoje, que são de 14 bilhões de barris. Há ainda outros sete poços já perfurados.

“Os volumes encontrados provavelmente serão volumes muito grandes e vão exigir uma adaptação especial. Não poderemos persistir com essa tecnologia conhecida e teremos de evolui para viabilizar a produção nessa região”, disse o presidente da estatal durante apresentação no CDES (Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sobre investimentos no país.

A área do pré-sal possui 112 mil quilômetros quadrados, sendo que 38% dessa área já foi concedida exploração. O governo ainda irá licitar a exploração de outros 62% dessas reservas.

A Petrobras tem uma participação equivalente a 31% da área total do pré-sal. O restante está com empresas privadas.

Gabrielli não deu números sobre os investimentos que serão necessários nessa exploração. Disse apenas que o pré-sal vai exigir “muito mais” que o realizado até hoje.

“Para tirar esse petróleo precisamos de muito investimento, muita tecnologia e muita capacitação. Com o pré-sal esses números serão muito maiores”, afirmou. (Fonte: Eduardo Cucolo / Folha Online)

Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citada a autoria e fonte.

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