Inimigos ocultos – Um poema às doenças

Maurício Santini *

Sofre de reumatismo, Quem percorre os caminhos tortuosos, Quem se destina aos escombros da tristeza, Quem vive tropeçando no egoísmo.

Sofre de artrite, Quem jamais abre mão, Quem sempre aponta os defeitos dos outros, Quem nunca oferece uma rosa.

Sofre de bursite, Quem não oferta seu ombro amigo, Quem retesa, permanentemente, os músculos, Quem cuida, excessivamente, das questões alheias.

Sofre da coluna, Quem nunca se curva diante da vida, Quem carrega o mundo nas costas, Quem não anda com retidão.

Sofre dos rins, Quem tem medo de enfrentar problemas, Quem não filtra seus ideais, Quem não separa o joio do trigo.

Sofre de gastrite, Quem vive de paixões avassaladoras, Quem costuma agir na emoção, Quem reage somente com impulsos, Quem sempre chora o leite derramado.

Sofre de prisão de ventre, Quem aprisiona seus sentidos, Quem detém suas mágoas, Quem endurece em demasia.

Sofre dos pulmões, Quem se intoxica de raiva e de ódio, Quem sufoca, permanentemente, os outros, Quem não respira aliviado pelo dever cumprido, Quem não muda de ares, Quem não expele os maus fluidos.

Sofre do coração, Quem guarda ressentimentos, Quem vive do passado;

Quem não segue as batidas do tempo, Quem não se ama e, portanto, não tem coração para amar alguém.

Sofre da garganta, Quem fala mal dos outros, Quem vocifera, Quem não solta o verbo, Quem repudia, Quem omite, Quem usa sua espada afiada para ferir outrem, Quem subjuga, Quem reclama o tempo todo, Quem não fala com Deus.

Sofre do ouvido, Quem prejulga os atos dos outros, Quem não se escuta, Quem costuma escutar a conversa dos outros, Quem ensurdece ao chamado divino.

Sofre dos olhos, Quem não se enxerga, Quem distorce os fatos, Quem não amplia sua visão, Quem vê tudo em duplo sentido, Quem não quer ver.

Sofre de distúrbios da mente, Quem mente para si mesmo, Quem não tem o mínimo de lucidez, Quem preza a inconsciência, Quem menospreza a intuição, Quem não vigia seus pensamentos, Quem embota seu canal com a Criação, Quem não se volta para o Universo, Quem vive no mundo da lua, Quem não pensa na vida, Quem vive sonhando, Quem se ilude, Quem alimenta a ilusão dos outros, Quem mascara a realidade, Quem não areja a cabeça, Quem tem cabeça de vento.

Causa e efeito. Ação e reação. Tudo está intrinsecamente ligado. Tudo se conecta o tempo todo. E assim, sucessivamente, passam os anos sem que o ser humano conheça a si mesmo.

Somos, certamente, o maior amor das nossas vidas!

Assim como o nosso maior inimigo é aquele que está oculto e que habita, inexoravelmente, no interior de nós mesmos.

Texto extraído do livro Alimentação DesintoxicanteConceição Trucom – editora Alaúde.

* Maurício Santini é jornalista, compositor e escritor. Amei esta poesia que encerra o capítulo 1 – A doença é um Mestre – deste meu livro.
Complemento com este texto que recebi via net, de autoria desconhecida.

Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico.

Quando a boca cala… o corpo fala!!!

– O resfriado escorre quando o corpo não chora.
– A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
– O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
– O diabetes invade quando a solidão dói.
– O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
– A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
– O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
– A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
– As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
– O peito aperta quando o orgulho escraviza.
– A pressão sobe quando o medo aprisiona.
– As neuroses paralisam quando a criança interna tiraniza.
– A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Leia também: A Doença é um Mestre – Parte 1

22 de setembro de 2019

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