Por Conceição Trucom
Todos podemos ter o Poder, mas é necessário reconhecê-lo, tomar posse e usá-lo. O poder verdadeiro só é possível quando existe em nosso interior.
Quando não o exercemos, buscamos a realização do poder externamente, tentando controlar as pessoas e as situações.
A necessidade de controlar os outros vem exatamente do fato de não controlarmos o nosso interior e não exercermos conosco o poder que nos cabe. São aquelas situações típicas quando gostamos de dirigir a vida dos outros, dando conselhos, palpites e diretrizes que, na maioria das vezes nem foram solicitados. E ainda ficamos irritados quando os outros não agem como nossa orientação.
A mente, através dos pensamentos, exerce um controle sobre nós que impede o nosso domínio interior. Como é vivermos sobre o domínio da mente?
A mente cria os desejos e eles escravizam a pessoa, que passa a querer coisas. Sua vida é direcionada para satisfazer os desejos. Eles dominam o mundo interior da pessoa.
Viver dominado pelos desejos é não “curtir” o presente, porque eles nos levam para o futuro, causando ansiedade e aflição. A pessoa que vive esse mecanismo torna-se vazia, monótona e improdutiva, pois sua mente não está ali naquele momento. O indivíduo produtivo é calmo, sereno e vive intensamente no presente.
Quem permite que a mente o domine, vive na desordem interna e os pensamentos perturbam sua paz interna.
O poder não deve ser exercido sobre os outros, mas sobre nós mesmos.
O primeiro passo para se colocar ordem interior é não criar desejos sem atingir antes um estado mínimo de lucidez e consciência, pois quando há necessidade de algo, a “providência divina” cria os meios de satisfazê-la, porque fazemos parte dela. Se estamos aqui para vivenciar determinado tipo de experiência humana, seria ilógico acreditarmos que ela nos abandonaria durante o transcorrer da vida.
Quando isso ocorre, é porque somos nós que nos distanciamos dela, querendo fazer tudo sozinhos. Ela por sua vez, devido ao respeito muito grande que tem por nós, permite que assim seja. Dada sua infinita bondade, como nós não pedimos, ou não temos consciência de que merecemos, ela entende que não queremos e não dá.
Quem não sabe pedir também não sabe receber.
O segundo passo para exercermos o domínio sobre o nosso interior é aprendermos a controlar o poder de impressão e sugestão. A partir desse ponto, a pessoa consegue sugestionar os outros e o ambiente. Quando alguém consegue dominar-se, impressionando-se apenas com desejos construtivos e expansivos, passa a contagiar os outros. Ao aumento do poder sobre si próprio chamamos de presença de espírito. E, basta que ela entre num ambiente para que todos que ali estejam fiquem contagiados com a alegria que ela traz dentro de si. Nesse estágio do poder, a pessoa já se desidentificou das sombras e máscaras da vida e, por isso, chegou mais perto dela mesma.
O próximo estágio, que é exercer o poder absoluto sobre nós mesmos, é chamado de lucidez.
Quando se fala de um ser de luz, essa luz não está relacionada à iluminação, mas sim ao fato de estar lúcido, com total controle de todos os mecanismos interiores. É o estar presente, por inteiro, em qualquer lugar que se esteja.
É alguém que assumiu a postura de comando, acima de todas as informações gravadas na memória. Que pela sua superioridade interior, adquiriu uma atmosfera de dignidade. Alguém que não é seduzido nem pelos próprios pensamentos, muito menos pelos dos outros ou pelo meio social. Ao contrário, impõe só com a sua presença um poder e autoridade que é chamado de carisma. Uma pessoa carismática é aquela que tem poder sobre si, e irradiando esse poder, exerce grande influência sobre os outros.
E só assim podemos transformar o mundo.
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