DÉFICIT DE ATENÇÃO E SAÚDE
Lindsey Tanner – 13/4/2004*
Tirem as crianças da frente da TV. Pesquisadores descobriram que cada hora passada diante da televisão faz com que crianças em idade pré-escolar aumentem suas chances de desenvolver problemas de déficit de atenção mais tarde. Os resultados atestam que a TV pode diminuir os níveis de atenção das crianças e apóiam a recomendação da Academia Americana de Pediatria, segundo a qual crianças com menos de dois anos não devem assistir a programas de televisão.
“Existem milhares de motivos para que as crianças não assistam TV. Estudos anteriores mostraram que o hábito está associado a obesidade e agressividade infantil”, afirma Dimitri Christakis, pesquisador do Centro Médico Regional de Seattle. O resultado do estudo conduzido pelo doutor Christakis foi divulgado na edição de abril da revista Pediatrics, publicada pela Academia Americana de Pediatria.
Foram pesquisadas 1.345 crianças de um a três anos de idade. De acordo com informações fornecidas pelos pais, aproximadamente 36% das crianças com um ano de idade não assistiam nunca à TV, enquanto 37% assistiam de 1-2 horas/dia e por isso apresentavam um aumento de 10 a 20% de chances de desenvolverem problemas de atenção.
Nas crianças com três anos de idade, apenas 7% não viam TV e 44% assistiam de 1-2 horas/dia.
O resultado da pesquisa sugere que o hábito de ver TV super estimula e modifica o desenvolvimento normal do cérebro de uma criança. Entre os riscos encontrados estão dificuldade de concentração, impulsividade, impaciência e confusão mental.
Os pesquisadores não se preocuparam em saber que programas as crianças assistiam, pois, segundo Christakis, o conteúdo não é o culpado pelos danos causados ao cérebro. O problema é a rápida superposição de elementos visuais, típica dos programas de TV. “O cérebro de uma criança se desenvolve muito rapidamente durante os primeiros três anos de vida. Ele está realmente sendo ‘conectado’ neste tempo”, diz o pesquisador. O estímulo excessivo durante este período em particular pode criar mecanismos danosos à mente da criança. Comentários Conceição Trucom: pensar que durante este período a criança está passiva e não realiza atividades físicas e motoras, importantíssimas para seu desenvolvimento ósseo e muscular: estrutural. Para complicar, os programas infantis estimulam o consumo de “porcarias”, também conhecidos como alimentos vazios, que podem desencadear problemas de subnutrição e obesidade, portanto vitalidade e disposição para tarefas e desafios.
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(*) Lindsey Tanner é jornalista em Chicago (EUA) especializada em notícias médicas.
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