Por Conceição Trucom
Só conseguimos perceber e sentir a vida de forma saudável quando estamos centrados no presente, em contato com a realidade. Estar no passado não nos permite sentir as emoções de vida provenientes de tudo o que está acontecendo no presente. Estar no futuro não nos permite perceber a vida fluindo. Em consequência, é não estar aproveitando a experiência humana.
O passado e o futuro não existem. Um já passou e acabou. O outro ainda não aconteceu. Ambos são ilusões, perda de tempo, perda de energia.
O passado é uma lembrança que trazemos para o presente e nos faz reviver todas as emoções provenientes dela, agradáveis ou não. Trata-se de apego, marasmo mental.
O futuro fala de conjeturas, castelos mentais, construídos pelo medo ou desejo que criamos em função do que tememos ou aspiramos. Trata-se de uma PRÉ OCUPAÇÃO. Desperdiçamos nossas energias com emoções antecipadas de algo que não existe ainda, e que nem mesmo há certeza de que acontecerá.
O presente é real e representa a somatória de tudo o que criamos ao longo da vida. O futuro será portanto, uma consequência da maneira como vivemos cada minuto do nosso presente.
Os pensamentos representam importante função em nosso mundo interno. A nossa maneira de pensar faz com que nos identifiquemos com ela, e direcionemos nossa energia para aquela finalidade. Aqui reside a importância de mantermos o domínio sobre a mente, e de não permitirmos que os pensamentos nos dominem.
A mente é passiva, mas se não a dominarmos, ela nos domina. A força ativa do pensamento ocorre sobre nós porque nos tornamos passivos mentalmente, quando permitimos que o meio em que vivemos nos causem forte impressão. Toda vez que nos impressionamos com algo, aumentamos seu valor, e agimos de maneira condizente a essa supervalorização.
Quando dominamos nossa mente, colocando ordem e disciplina nos pensamentos, passamos a dar maior atenção ao que estamos fazendo, e com isso percebemos cada instante de nossa vida, sentindo as menores nuances das sensações internas.
Quando atingimos este estado de lucidez, estamos inteiros e presentes a cada momento. Somos capazes de estar no aqui e agora, e não sermos influenciados pela nossa mente, nem pelo meio ambiente. Esse estado permite mantermos um bom relacionamento com a realidade da vida. Isso é o que verdadeiramente chamamos de viver a vida, pois estamos ligados a ela, notando-a, sentindo-a e verdadeiramente vivendo-a.
Se estivermos muito ligados ao mundo psíquico, grandes detalhes do dia-a-dia passarão desapercebidos e deixaremos de notar até mesmo os bons momentos que estão acontecendo, pois estamos sonhando com eles e não vivendo-os.
Quando estamos em equilíbrio interior, acontece uma harmonia com a expressão, a mente e os sentimentos. As emoções fluem normalmente, o prazer é sentido nas devidas proporções, a alegria sem euforia. Assim sendo, todas as sensações agradáveis serão prolongadas e curtidas por mais tempo. Sem desequilíbrios.
Ao atingirmos essa fase, podemos afirmar que estamos no centro. Estar centrado é ter condições e estrutura emocional e psicológica adequadas para direcionar positivamente as experiências de vida.
Desde que nascemos nossa mente recebe e grava impressões questionáveis como: Eu mereço? Eu consigo? Estou preparada?
Essas atitudes dissipam nossas energias e nos mantêm sempre distantes dos nossos mais puros anseios. Para superar, devemos agir no presente, que é a única realidade tangível, e concentrar nele o raio azul da fé: eu creio, eu mereço, eu posso, estou preparada, eu sou divinamente poderosa!
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