Milene Siqueira *
Sobre a compreensão das fases e o resgate de ritmos através da dança, da música e dos aromas.
Ciclos, fases, ritmos… palavras cúmplices do universo feminino. Um ciclo é o conhecimento de uma trajetória, como uma volta circular.
Fases. Faces diferentes de uma mesma atribuição. Assim como a lua, sempre lua e a mulher que independente de suas fases (e humores!) manterá sua essência.
E ritmo, que é feito de tensões alternadas, como sons e pausas. E assim como as ondas do mar, folhas ao vento ou chamas em fogo, o segredo de um ritmo consiste na organização de suas pausas. Pausas não estáticas, mas sim transições entre uma ação e outra. Sem essa coordenação, não existe forma e a função se perde.
É fácil dar o exemplo de um belo ritmo: tensão e relaxamento contínuas e ritmadas organicamente explodem em êxtase.
Nos ciclos femininos, há pequenos e grandes círculos.
Um grande ciclo existe, por exemplo, em nossa ancestralidade, ligadas pelos ventres de todas as mulheres que aqui chegamos.
Nessa longa esfera estão mulheres sábias, selvagens, fortes, e também mulheres reprimidas, sabotadas, fragilizadas… muitas faces… do atributo feminino, cada qual reverberando em nós. Essas mulheres teceram um longo caminho, ajudando a construir quem agora somos!
E quem somos?
Relembrar e SER quem somos é o nosso maior desafio por aqui… afinal também teceremos pela vida essa identidade com cada ação, cada gesto e opção que fará ecoar ao mundo quais são nossos valores. Quem então agora Somos.
E o desafio fica grande, porque tantas vezes seremos penalizadas por não SER, penalizadas pelo medo e pela distância psíquica de nossa origem. Vamos nos ocultar, se enchendo de tarefas, adiando ou na inércia, não se concedendo tempo, nem valor.
E assim em nossa identidade de fêmea vamos enlouquecendo com relacionamentos que não nos valorizam, baixa-estima, humores instáveis, tensões pré-menstruais, menstruações doloridas, infertilidade, transtornos na menopausa, enxaquecas, candídiase, tumores e por aí vai com muitas síndromes modernas!
O grande ciclo, nossas origens, ajudam a organizar nossos pequenos ciclos.
Como podemos então passar pelas memórias deste grande círculo sagrado do feminino?
Refazendo contato com a natureza instintiva da psique feminina.
E os aliados dessa busca podem ser a dança, a música e os aromas!
Música e Dança
No corpo de cada mulher existe uma música, um perfume, uma dança.
Nossas células guardam memórias antigas de danças rituais e celebrativas, que faziam o corpo tocar a alma da grande vida… e numa roda, onde dessa forma a alma da vida também era tocada! Tambores marcavam os diferentes compassos do coração numa celebração ao viver. A música sempre deu luz aos movimentos, fluindo e expandindo os corpos.
As músicas orientais são remotas, uma viagem no tempo… E, as danças orientais, como a do ventre, de origem sagrada e propulsora da força criadora – com seus movimentos orgânicos circulares, espirais ou stacatos – fazem “dançar” regiões físicas e psíquicas adormecidas. A força da vida, o equilíbrio, estão no centro. Nos seres está no ventre. Observe o ponto de apoio de animais e bebês: o ventre!
A dança do ventre respeita a estrutura feminina em todas suas idades, fases. A dança inclui alongamento, respiração, postura, coordenação e flexibilidade, em movimentos de ventre, quadris e pelve que irão massagear os órgãos, irrigando em especial os reprodutores, enchendo-os de vitalidade.
Os movimentos chegam como troca energética em ritmo pulsante e circular ao tórax, coração, braços e mãos; numa transição sempre rítmica.
A dança do ventre esconde e revela, sublima e expressa, integra presente e passado.
As danças…
Continua em O Ciclo do Feminino – Parte 2 – Aromaterapia
(*) Milene Siqueira – aromaterapeuta inata, fala do assunto com a naturalidade de um sábio. Criou a Arom’Arte, uma empresa que respira e transpira a aromaterapia, mas com o plus da beleza e o delicado de cada etiqueta, bula ou embalagem.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte www.docelimao.com.br
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