O estresse mata os neurônios

Conceição Trucom 

Acredite: indo contra a corrente de que sempre podemos aumentar a qualidade e complexidade dos neurônios, existe uma síndrome da vida moderna que faz exatamente o contrário.

O estresse contínuo (sem espaço para o relaxar, o prazer, a “curtição”) pode desencadear a morte dos neurônios.

O estresse na sua medida é importante, pois nos impulsiona, nos faz crescer. Uma pessoa sem desafios vai ficando desanimada e a vida sem sabor. Nada que ver.

Mas, com a vida moderna que é super desafiadora e acelerada, o estado de tensão e estresse é constante e elevado, e neste caso, uma série de sintomas e doenças começam a dar sinais de que algo não está bem: dificuldade de aprendizado, esquecimentos, baixa vitalidade, acidentes, insônia, indigestões, taquicardias e até infertilidade.

Agora, cientistas de dois importantes centros de pesquisa paulistanos, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), descobriram mais um efeito nocivo, para não dizer devastador do estresse: estados de tensão permanente provocam inflamação no cérebro, que se crônica, pode levar os neurônios (as células cerebrais) à morte.

Onde acontece principalmente?

    • No hipocampo, área da massa cinzenta associada à memória,
    • No córtex frontal, responsável pelos raciocínios mais complexos.

Fonte: Mantenha seu cérebro vivo – Lawrence Katz Ph. D. e Manning Rubin – Editora Sextante.

Os danos causados pela morte gradual dessas células nervosas podem ser desde pequenos esquecimentos (lapsos de memória) até doenças degenerativas, como Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson.

Na verdade, quando a vida e a saúde estão em harmonia, o estresse “normal” é encarado de forma saudável, ou seja, na medida certa, faz o corpo liberar os famosos cortisóis, família de hormônios que funcionam com ação antiinflamatória. Em pequena quantidade, bem entendido. Mas, quando a carga destes cortisóis é freqüentemente excessiva, o efeito será exatamente o oposto – quadros inflamatórios e morte dos neurônios por cansaço.

Em situação crônica de estresse, acontece um círculo vicioso de tensão constante, com mudanças na estrutura das células nervosas, potencializando sua fragilização e morte.

Uma hilária ironia: neste desencadear, é a inteligência (da defesa, da preservação) que está destruindo os próprios neurônios.

Então, lá vem a vã filosofia: bom senso nunca faz mal a ninguém. Use as suas inteligências para tocar a vida de um jeito mais sábio, ou seja, dar-se tempo para parar e filtrar esta carga violenta de estímulos ao estresse.

SÁBIAS DICAS

Alimente-se com consciêncialeia o texto sobre os melhores alimentos para o cérebro.

Ria, brinque e relaxe – assista filmes de comédia, ouça e conte piadas, deixe a ludicidade invadir e contagiar sua vida, afinal, você não vai sair mesmo vivo dela! Hehe.

Medite – procure meditar alguns minutos por dia, pois este pequeno intervalo tem o poder de combater os efeitos negativos do estresse e resgatar a ótica da sua criança interna. Você pode caminhar em silêncio, observando cada detalhe do seu corpo e ao seu redor. Assim, você estará praticando uma atividade física associada com a meditação e o grande barato que é ficar em contato com a natureza. Conheça algumas técnicas de meditação no ícone Meditação

Pratique exercícios cerebrais – conheça boa parte deles com a leitura dos demais textos no ícone Exercícios & Testes

Texto extraído do livro Simples Mente FelizConceição Trucom – edição independente esgotada.

12 de outubro de 2019

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