Princípios de uma Agricultura Orgânica

Conceição Trucom

Uma internauta me escreveu perguntando: o que são e quais são os SuperAlimentos?

Em princípio são alimentos com elevado poder nutracêutico (que nutrem e tratam da saúde), mas quais são varia muito de acordo com autor, interesses comerciais, avanços científicos etc.

De qualquer forma, na minha opinião SuperAlimentos são todos os vegetais produzidos segundo as bases da Cultura Orgânica, que é bem alinhada com a Cultura da Vida (conceito do Dr. Gabriel Cousens1).

E mais, para ser um SuperAlimento, além de orgânico, precisa estar fresco, maduro, cru ou germinado, íntegro (in natura, sem refinos). Sendo alimento de cultura orgânica é repetitivo dizer que é da estação, portanto PLENO de todos os nutrientes fundamentais para a manutenção da vida, mas também para promover a vitalização e a expansão da vida.

Outro detalhe: o SuperAlimento precisa ser de cultura local, nada de importado. Como afirmavam os essênios: o melhor alimento é aquele que é cultivado (ou colhido) ao alcance dos seus olhos… EcoSustentabilidade e EcoMedicina!

Bases da Cultura Orgânica

O alimento proveniente de uma cultura orgânica tende a ser mais nutritivo e sadio, porque cultivado sem agrotóxicos e fertilizantes sintéticos.

Eles provêm de sistemas agrícolas baseados em processos naturais, que não agridem a natureza e mantêm a vida do solo intacta.

As técnicas usadas para a produção de orgânicos fazem uso de insumos agrícolas, porém  naturais como o emprego de compostagem, da adubação verde, o manejo orgânico do solo e da diversidade de culturas, que garantem a mais alta qualidade biológica dos alimentos.

O alimento proveniente da agricultura orgânica é completamente diferente do produto da agricultura convencional, já nas bases e conceitos de como usar a natureza.

Na cultura orgânica existe uma consciência de sustentabilidade e inclusão de tudo o que está naturalmente disponível no local de produção: as águas, os solos, as pessoas, os animais, os insetos, a micro flora e fauna, as vegetações nativas…

Na cultura convencional parte-se de uma desconstrução de tudo o que há naquele local, do emprego de doses cada vez mais maciças de inseticidas, fungicidas, herbicidas e adubos químicos altamente solúveis. Ou seja, aquele eco-sistema tende a um processo de destruição e natural perda de produtividade e força vital.

Toda esta agressão fazem com que os alimentos tenham a cada colheita menor valor nutricional e, em sua toxicidade pode estar a causa de muitas doenças, que afetam o homem, em proporção crescente. Além do mais, esses agroquímicos contaminam o ambiente, poluindo a água, o ar, a terra, a flora e a fauna.

A agricultura orgânica é o modo verdadeiramente natural e respeitoso de produzir alimentos saudáveis e assegurar a integridade do meio ambiente. Embora milenar, os estudos científicos, as fazendas modelo, os agricultores que nela acreditaram, só vem a comprovar os bons resultados em todos os aspectos desta economia de sustentabilidade.

Algumas razões para aumentarmos a produção e consumo dos orgânicos

Seu sabor é melhor: O sabor é pessoal, porém existem certos critérios determinados por “degustadores” que afirmam que os alimentos orgânicos possuem mais “gosto” que os alimentos produzidos pelo sistema convencional. Também, por seu menor teor de água, tendem a ser mais crocantes.

É mais saudável: Os produtos da agricultura orgânica passam por todas as etapas do seu crescimento sem uso pesticidas e fertilizantes sintetizados artificialmente. Resultantes de um eco-sistema em harmonia, estes alimentos tendem a conter maior quantidade de minerais e nutrientes que alimentos proveniente de culturas convencionais (também conhecidos como alimentos vazios). Escolhendo os produtos orgânicos, o consumidor usufrui na totalidade as frutas e vegetais, havendo portanto um custo benefício.

São produtos livres de organismos geneticamente modificados: A prática da engenharia genética cria novas formas artificiais de vida que não possuem um desenvolvimento natural. Este processo visa extrair e enxertar genes de uma espécie em outra, para criar novos tipos de safras e animais, objetivando assim uma melhor produtividade e colheita. O assunto é polêmico e ninguém pode afirmar categoricamente sobre os efeitos destes alimentos na genética dos nossos filhos e netos.

Um alerta: na europa já existem alimentos de cultura orgânica que partem de sementes transgênicas, certificados com uma nomenclatura especial. Ou seja, o capitalismo selvagem já adentrou a cultura orgânica. Menos mal que são evidenciados…

É uma cultura que está em harmonia com o meio ambiente: Não causam impacto ou contaminação das águas, seus produtores e toda a microflora e fauna daquela propriedade ou região. Na cultura convencional os fertilizantes sintéticos e pesticidas são levados aos rios, lagos e lençóis freáticos através das chuvas e/ou irrigação. Traços de pesticidas são encontrados em peixes, gado e outros animais que se nutrem destas águas.

É uma agricultura sustentável: Nos anos 90 foi bem difundida a cultura de “usar o solo até esgotá-lo”. Em uma propriedade onde ocorre a agricultura orgânica as gerações futuras poderão usufruir da terra e seus benefícios, pois este tipo de cultura nutre e preserva o solo, alimentado-o naturalmente com produtos originados por compostagem e estercos.

É mais nutritivo: Alimentos provenientes de uma agricultura orgânica normalmente possuem menor teor de água em sua composição, quando comparado com os alimentos convencionais (aproximadamente 20% menos). Uma expressão interessante é a de que os agrícolas da cultura convencional, tomam tantas drogas que estão sempre inchados e de ressaca.

Dito isto, os orgânicos oferecem seus nutrientes cerca de 20% mais concentrados. Assim como o conteúdo de açúcar, motivo do sabor mais adocicado dos vegetais orgânicos. Produções orgânicas tendem a ter maiores níveis de vitaminas, como em tomates orgânicos, que contêm 23% mais vitamina A do que os convencionais.

IMPORTANTE: O fato de ser um alimento orgânico não elimina a necessidade de higienizá-los, pois etapas como a água de rega, contato com a terra, manuseio humano e o transporte, são fontes naturais de contaminação.

(1) Em seu livro – Vença a Diabetes pela Alimentação Viva – Editora Alaúde

Leia também: Hidropônicos ou Orgânicos? Parte 1

Dez bons motivos para consumir produto orgânico

28 de setembro de 2019

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