Tradução Fernando Trucco Professional Translations
Nesta sessão já analisamos os benefícios da linhaça com relação às suas fibras e, na prevenção dos riscos de doenças cardiovasculares. Este texto discute a evidência de outros benefícios da linhaça para a saúde.
Metabolismo ósseo
Os fito-estrogênios podem ajudar a prevenir a osteoporose. A osteoporose é uma doença na qual a massa óssea é baixa e conseqüentemente o risco de fraturas ósseas é elevado. O estudo da linhaça em relação com o metabolismo ósseo está recém começando. Pesquisadores da Universidade de Oklahoma informaram que a linhaça poderia ter um efeito positivo sobre os ossos das mulheres pós-menopáusicas através do aumento da atividade antioxidante. Os investigadores encontraram que os radicais livres gerados nos ossos tendem a causar reabsorção óssea, o que aumenta seu comprometimento. O bloqueio da formação de radicais livres nos ossos realizado pela semente da linhaça é possível, porque a principal lignana da linhaça, a SDG e seus metabólitos mamíferos, são antioxidantes.
O ALA pode ajudar a prevenir a perda óssea e a osteoporose bloqueando a produção de citocinas, particularmente do fator de necrose tumoral alfa (TNF-?) que promove a reabsorção óssea e inibe sua formação. Um estudo realizado com adultos com sobrepeso ou obesidade (20 homens e 3 mulheres), encontrou reduções significativas de TNF-? quando os voluntários consumiram durante 6 semanas uma dieta rica em ALA obtido de nozes, de óleo de nozes e de óleo de linhaça comparando-se com uma dieta típica americana. Quando o metabolismo ósseo foi medido nestes mesmos voluntários encontrou-se que a dieta rica em ALA tinha reduzido a reabsorção óssea, sem reduzir a sua formação. A redução da reabsorção óssea pode ter acontecido devido à diminuição da relação dietética ômega-6/ômega-3 como resultado de uma dieta rica em ALA.
Por outro lado, três estudos não encontraram relação entre o consumo de linhaça e a formação óssea e reabsorção em mulheres pós-menopáusicas, cujas dietas foram suplementadas com 25 a 40 g (3-5 colheres de sopa) de linhaça moída por dia durante um período de 3 a 12 meses. A observação de que a linhaça não tem efeito sobre o metabolismo ósseo nos estudos de mulheres pós-menopausa, sugere que qualquer potencial benefício da linhaça sobre o metabolismo ósseo não é suficiente para superar a remodelação dos ossos que ocorre pela deficiência de estrogênio durante a menopausa.
Diabetes **
A linhaça contém três componentes que podem ajudar a proteger contra a diabetes de organismos do reino animal: a proteína, o SDG e o ALA. Em seres humanos, o consumo de linhaça diminui a glicemia em adultos jovens e mulheres pós-menopáusicas com colesterol elevado. Em um estudo, seis homens em jejum tomaram uma refeição consistente em pão feito com farinha branca ou com semente de linhaça, contendo 50 g. de carboidrato. O resultado para os homens que consumiram o teste de pão de linhaça indicou uma diminuição de 28% da glicose no sangue, em relação com os resultados dos homens que consumiram o pão de teste de farinha branca. No mesmo estudo, os voluntários que consumiram mucilagem de linhaça misturada com glicose, mostraram uma redução de 27% na resposta à glicose no sangue, em comparação com aqueles que tomaram glicose simples. Em outro estudo, a resposta glicêmica foi melhor em um grupo de pessoas saudáveis que consumiu pão feito de farinha de linhaça, em comparação com o outro grupo que consumiu pão feito com farinha de trigo comum.
Doenças renais
A linhaça reduz a inflamação e melhora a função renal em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). A doença de LES é uma doença inflamatória crônica auto-imune com conseqüências graves para a saúde, incluindo disfunção renal, artrite, convulsões e um risco aumentado de doença cardiovascular prematura. Ainda não se sabe as causas da LES, mas o estresse oxidativo, as citocinas, o fator de ativação das plaquetas e certos eicosanóides, parecem estar vinculados na patologia da doença. Tem-se constatado em ratos e camundongos que a linhaça e o óleo de linhaça reduzem a inflamação e melhoram a função renal. Verificou-se que em pessoas com lúpus, o consumo diário de semente de linhaça moída em níveis de (15, 30 ou 45 g) por pelo menos quatro semanas, melhora a função renal e reduze a inflamação.
Em um teste realizado em ratos com doença renal policística o óleo de linhaça com ou sem adição de SDG, melhorou a função renal ao reduzir as atividades das células imunológicas e a inflamação. A alimentação à base de óleo de linhaça durante a gestação e lactação de ratos com doença renal cística herdada, diminuiu o estresse oxidativo e os danos nos rins de filhotes. A inclusão de óleo de linhaça na dieta materna reduziu a progressão desta doença crônica nos rins dos filhotes.
Potencial laxativo **
A linhaça, assim como os cereais e leguminosas, tem o potencial para aumentar o poder laxativo devido ao seu teor de fibra alimentar, o que aumenta o volume da massa no intestino e diminui o tempo de trânsito. O benefício da linhaça (moída na hora do consumo) na oxidação foi demonstrado em adultos saudáveis e idosos. Em um estudo realizado com 10 adultos jovens saudáveis, a função intestinal semanal aumentou em 30% quando consumiram diariamente duas panquecas contendo 50 g. de farinha de linhaça. Em outro estudo, 26 adultos saudáveis que consumiram uma média diária de 9 g. fibra da linhaça, por um período de 3 semanas, tiveram um aumento no peso de suas fezes.
Os adultos maiores geralmente têm dificuldade crônica de evacuação devido à inatividade, a hábitos de dietas pobre em fibras e/ou o uso de medicação. Em um estudo de sete voluntários, cuja idade média era de 78 anos, a freqüência diária de evacuações e o número de dias consecutivos com evacuações aumentaram naqueles indivíduos que consumiram 50 g. de semente de linhaça moída diariamente. Neste estudo a linhaça foi fornecida sob a forma de panquecas e consumidas por um período de quatro semanas. Vinte indivíduos de um centro de atendimento em Winnipeg, Manitoba, experimentaram um aumento na freqüência de evacuação entre 30% e 54% após consumirem uma colher de semente de linhaça moída diariamente na primeira refeição da manhã durante um período de 2 a 3 semanas.
O uso de supositórios foi reduzido em 35% e a utilização de lavagem intestinal foi reduzida em 40% e 33%, respectivamente, na população estudada.
Sintomas da menopausa
Tem-se divulgado que a linhaça ajuda a aliviar os sintomas da menopausa, como os calores repentinos. Um estudo apóia essa teoria, no qual durante dois meses, 25 mulheres na pós-menopausa com sintomas moderados, consumiram 40 g. (5 colheres) de semente de linhaça moída diariamente ou tomaram uma reposição hormonal de estrogênio e progesterona (0, 625 mg. concentrados de estrogênio por dia). Dois meses depois de terminado o tratamento, o grupo de mulheres que consumiram linhaça começaram a tomar estrogênio e vice-versa, por mais dois meses. Este estudo mostrou que a linhaça era tão eficaz como a terapia de reposição hormonal para aliviar os sintomas da menopausa moderada. O índice de Kupperman foi usado para medir as 11 queixas mais comuns da menopausa neste estudo.
Em outros dois estudos, o consumo de linhaça reduziu a severidade dos sintomas da menopausa, mas os resultados associados com a linhaça não diferiram do placebo.
(**) A melhor forma de consumo da linhaça é enquanto crua e viva, ou seja, pré-hidratada por 8 horas em água potável (1 parte de semente para 5 partes de água potável) + 8 horas na água para germiná-la e triturada na hora do consumo. Ao cozinharmos a linhaça, não lhe retirarmos todos os antinutricionais, não aproveitamos seus nutracêuticos e ficam somente as fibras como fonte de informação terapêutica.
Texto extraído e adaptado por Conceição Trucom do site www.flaxcouncil.ca
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