Reflexão final do livro Cadê o leite que estava aqui?

Conceição Trucom 
Texto extraído do livro Cadê o leite que estava aqui?
Edição independente Doce Limão

Eu tenho um sonho, eu tenho sonhos!

– O reconhecimento e comprometimento de todos com o locavorismo,

– Que os CSA – sistema de agricultura em que a comunidade apoia, econômica e respeitosamente, o agricultor – se multipliquem e prosperem por todo o Brasil, por todo o mundo,

– Que os produtores orgânicos, biodinâmicos, bioéticos, os permacultores, os defensores da agrofloresta, os ambientalistas e todos os consumidores construam uma ponte de fácil acesso e livre comunicação entre todos.

Por que os atores do agronegócio, da indústria farmacêutica e da doença são tão unidos e fortes?

Somos em muito maior número, porém pulverizados, como formiguinhas trabalhando árduo, mas isoladamente, sem força de comunicação e união.

Eu tenho sonhos!

Vamos nos unir e buscar uma bandeira, um logo de atalho -holográfico-, que represente e nos plenifique de força!

Que a distância do produtor e do alimento do campo, do quintal ou da horta comunitária à mesa, seja mínima.

– Que a entrega de alimentos em casa de alimentos maduros, recém colhidos, seja fruto da união de produtores e consumidores. Se comunicando com total transparência e precisão, de tal forma que produtos frescos, depois de escolhidos, sejam embalados de forma reciclável – sistema leva e trás – em caixas reenviadas para reutilização.

Neste sentido, todos os envolvidos se organizariam com entregas partilhadas, na qual vários pedidos são abrangidos pelo mesmo serviço de entrega, permitindo assim que comunidades, escolas e bancos de alimentos se coordenem para entregas.

Estes sonhos falam de novos empregos, de prosperidade, de sustentabilidade, de mínimo desperdício e de poluição. De saúde plural: pessoal, social, ambiental.

Pense nos 40% ou mais de desperdício de toda a produção agrícola do mundo.

Nestes sonhos, ao “saltar” a cadeia de abastecimento tradicional para a entrega rápida e direta dos alimentos do campo à mesa, todos, agricultores, fornecedores e consumidores podem se alimentar de forma mais saudável, ao mesmo tempo que o desperdício de alimentos é minimizado.

Em paralelo, o valor e o respeito por todos acontece e cresce. 

Eu tenho sonhos…

Sucesso e longeva vida viva!