Maria Chantal Amarante *
No 1º Setênio que vai do zero aos 7 anos
– A criança está aberta ao mundo;
– Tem confiança ilimitada;
– Recebe impressões sensoriais;
– Não elabora julgamento ou análise;
– Está na fase do desenvolvimento motor;
– Suas percepções inadequadas são armazenadas no inconsciente (não compreende o pensamento dos adultos);
– aprendizado é por imitação e através dos movimentos, do fazer;
– O brincar livre é a expressão da criança e a sua interação com o mundo;
– Sua memória está em construção, ela começa a fixar as imagens que se repetem, depois vai se situando no tempo, o que foi ontem, é hoje e amanhã;
– O educador Waldorf deve ser digno de ser imitado, pois nessa imitação inconsciente estará fundamentando sua moralidade futura.
A característica predominante é que “O mundo é bom”, a criança deve vivenciar nesse período que o mundo é Bom, por isso a importância de ser cuidada e amparada.
Os Sete Processos Vitais
Os processos vitais são processos orgânicos e a base para os processos anímicos. Os processos orgânico-físicos influenciam os processos anímico-emocionais, e vice-versa. Por isso podemos dizer que as doenças do corpo físico são psicossomáticas.
Pela respiração e alimentação as substâncias entram em nosso organismo. Tudo que entra deve ser aquecido e destruído (digerido) para que seja assimilado, ou eliminado. Em seguida o que é assimilado é usado para construir novas substâncias, propiciando crescimento e amadurecimento, ampliando a vida. Assim nos tornamos capazes de reproduzir um novo organismo.
Do ponto de vista do anímico da alma temos o mesmo caminho. Tudo que sentimos também deve se digerido, transformado e depois assimilado, para tomarmos posse e amadurecermos.
Processos físicos:
1 – Na Respiração: o homem inspira e expira;
2 – No Aquecimento: o homem equilibra a temperatura, o mundo externo e interno;
3 – A Alimentação: é o processo que nos liga com a vida na terra e nos dá vida.
4 – Na Segregação: nos apropriamos das coisas que recebemos como alimento, fazemos disso algo próprio, pessoal e único e na excreção o eliminamos o que é necessário. Cada alimento deve ser transformado para ser assimilado.
5 – A Manutenção: pela circulação fazemos que o que foi conquistado não se perca. O que foi transformado e conquistado é apropriado e mantém a vida;
6 – O Crescimento: é a multiplicação, ampliamos a vida. Multiplicação das células, crescimento do corpo.
7 – Na Reprodução: finalmente podemos doar ao mundo aquilo que processamos. Reproduzimos outro ser humano.
Processos anímicos:
1 – Na respiração: captamos um fenômeno pelos sentidos;
2 – No Aquecimento: precisamos nos ligar ao que percebemos. Percepção externa e interna.
3 – Na Alimentação: digerimos as informações, separarmos o que é a essência do supérfluo, e digerimos.
4 – Na Segregação: individualizamos, quebramos o que digerimos das impressões e nos apossamos do conhecimento.
5 – Na Manutenção: precisamos da manutenção constante e rítmica dos conhecimentos e do corpo físico. Exercitar e repetir os processos.
6 – O Crescimento: precisamos nos exercitar, nos movimentar para crescer;
7 – Na Reprodução: necessitamos dos processos saudáveis para sermos capazes de reproduzir e criar uma coisa nova a partir de nós mesmos.
CONCLUSÃO
Quando olhamos para a criança de cabeça grande ou de cabeça pequena**, estamos lidando com o corpo físico. Por esta razão, o tratamento é através do físico. Pela alimentação, atividades físicas e o sono.
No caso da criança terrena e da criança cósmica, estamos lidando como esta forma foi originada e o funcionamento do corpo etérico. Por isso atuamos no etérico pelo ritmo, pela respiração no dia a dia, na expansão e contração das atividades.
Com a criança rica ou pobre em fantasia, nossa atenção está focada no conteúdo da consciência, em como lidamos com o corpo astral. Aqui, os nossos esforços terapêuticos devem ajudar a criança a desenvolver seu sistema do meio, um sentimento de sua própria humanidade, pelas atividades artísticas, lúdicas e criativas que alimentam o sistema respiratório/circulatório.
Mais uma e outra vez Rudolf Steiner chama a atenção do professor para a tarefa de aprender a respirar corretamente. Aprender a respirar corretamente significa em termos da visão antroposófica do ser humano: Aprender a viver no nosso organismo e a encontrar a esfera do meio.
Ele indica para todos os tipos constitucionais a música a Euritmia. Em termos de sala de aula, na escola e em casa, aprender a respirar corretamente significa receber o assunto do dia a dia com interesse, o manipulando e o tornando próprio, com alegria, leveza.
Claro, onde há amor, há sempre a dor. Receber algo com interesse ou amor não significa necessariamente que sempre é fácil, pois pode também envolver um esforço. Mas se o professor está imbuído em seu tema e o apresenta de maneira a fazer uma conexão com a criança, então até mesmo uma criança com grandes dificuldades de aprendizagem pode ser tocada de tal forma que sua simpatia é despertada. Assim, para fazer o tratamento para esses tipos opostos de crianças, o professor deve aprender a respirar corretamente em suas aulas.
* Secretária da FEWB – Professora Waldorf por 25 anos e Colaboradora da Aliança pela Infância.
** Os 6 tipos constitucionais das crianças
Da mesma autora: Criança precisa de tempo, de espaço e de simplicidade
Fonte: Biblioteca Virtual de Antroposofia associe-se aqui
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