Viver, Aprender, Sorrir e Seguir…

Wagner Borges *

Se nós, que estudamos assuntos espirituais, objetivando uma evolução consciencial, somos constantemente assolados por pensamentos negativos e emoções confusas, imagine aqueles que nem mesmo sabem disso.

Precisamos ter mais compreensão, lucidez e bom humor com as pessoas e também com nós mesmos. Afinal, vivemos no mesmo planeta, e apesar das diferenças de pontos de vista de cada um, somos filhos da mesma LUZ. Isto é, somos irmãos, se não em opiniões, pelo menos em essência espiritual.

Quando nossos corpos densos caírem, viveremos em corpo sutil em outros planos… E, mais além, ao longo da evolução, acessaremos estados de consciência pura em níveis extrafísicos sem forma, plenos de serenidade e amor real. Porém, nosso lugar no momento é a Terra. Mesmo que a experiência daqui seja dura, é o nosso lugar de aprendizado.

Vivenciar as experiências da vida e ainda acrescentar nelas boas doses de radicalismo e mau humor é colocar mais peso nas provas diárias.

Baseado nisso, estudar assuntos espirituais, aumentar a compreensão e melhorar a lucidez e o bom humor são maneiras de melhorar nosso rendimento na escala terrestre.

Como dizia o mestre Aïvanhov*: “O verdadeiro espiritualista é aquele que sabe trabalhar sobre suas dificuldades para delas fazer pedras preciosas”.

Resumindo: é a nossa vez de viver, aprender, sorrir e seguir…

Então, vamos fazer valer a pena.

Sim, e que o Grande Arquiteto Do Universo nos inspire para o melhor.

Notas do autor:
– Omraam Mikael Aivanhov (1900-1986) – mestre espiritualista búlgaro, que morou a maior parte de sua vida na França, onde fundou a Fraternidade Branca Universal (não confundir com a Fraternidade Branca do Himalaia). É um dos mentores espirituais dos trabalhos do IPPB.

Mais informações sobre o seu trabalho podem ser conseguidas em Aïnvanhov – um educador da Alama

– Enquanto eu passava essas linhas a limpo, lembrei-me de um texto do inspirado padre Anthony de Mello. Segue-se o mesmo na sequência.

O SENHOR VISHNU **

O senhor Vishnu estava tão farto das contínuas petições do seu devoto que, um dia, apareceu diante dele e lhe disse: “Decidi conceder-lhe as três coisas que você deseja pedir-me. Depois não voltarei a atendê-lo em mais nada.”

Cheio de alegria, o devoto fez o seu primeiro pedido sem pensar duas vezes. Pediu que sua mulher morresse, para que pudesse se casar com uma melhor. Seu pedido foi imediatamente atendido.

Mas, quando seus amigos e parentes se reuniram para o funeral e começaram a recordar-se das boas qualidades da finada esposa, o devoto caiu em si e conclui que havia sido um pouco precipitado. Agora reconhecia que havia sido absolutamente cego às virtudes da mulher. Por acaso, será que era mais fácil encontrar outra mulher tão boa como ela?

De maneira que, pediu ao Senhor que a ressuscitasse.

Com isso, só lhe restava um pedido a fazer. E estava decidido a não cometer um novo erro, porque, desta vez, não teria possibilidade de remediá-lo.

Pediu, então, conselho aos demais.

Alguns amigos o aconselharam a pedir a imortalidade. Mas, de que serviria a imortalidade – disseram-lhe os outros -, se não tinha saúde? E de que lhe serviria a saúde, se não tivesse dinheiro? E de lhe que serviria o dinheiro, se não tivesse amigos?…

Passaram-se os anos e ele não podia determinar o que deveria pedir: vida, saúde, riquezas, poder, ou amor?…

Por fim, suplicou ao Senhor: “Por favor, aconselha-me. O que devo pedir?”

O senhor riu ao ver os apuros do pobre homem, e lhe disse: “Pede para que você seja capaz de contentar-se com tudo o que a vida lhe ofereça, seja lá o que for…”

Nota do autor: Anthony de Mello (+ Bombaim, 4 de Setembro de 1931 e – Nova York, 2 de Junho de 1987) foi um padre jesuíta e psicoterapeuta que se tornou conhecido por seus escritos sobre espiritualidade em que mesclava a doutrina judaico-cristã aos conceitos orientais do Budismo e do Hinduísmo. Muitos de seus contos portam aquela atmosfera da sabedoria oriental, em que os ensinamentos de Buda, Krishna e Lao-Tzé se fundem numa síntese maravilhosa com os ensinamentos de Jesus. E por essa abordagem universalista, muitos de seus escritos inspirados são citados e reproduzidos por diversos autores, seja em livros ou pela Internet.

Esse texto sobre Vishnu e os pedidos do devoto encerra uma grande lição: o ser humano não sabe o que quer realmente!

Talvez, lendo esse conto inspirado, nós possamos agradecer mais ao Senhor da vida, em lugar de ficar enchendo o seu saco divino com nossos pedidos mesquinhos e nossas ilusões sensoriais.

* Wagner Borges – é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros. Visite seu Site

** Vishnu – do sânscrito – literalmente, é o “Todo-Interpenetrante”. Na trimurti hinduísta, Vishnu é um dos aspectos do Divino (Brahma, Vishnu e Shiva). É o Senhor do Amor que viaja no coração espiritual de todos os seres. Ele também é conhecido como Narayana, o protetor divino, e o seu mantra mais conhecido é Om Namo Naraya Naya. O seu bija-mantra (mantra semente) é “Hari Om”.

Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte www.docelimao.com.br

10 de outubro de 2019

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