Dr. Alberto Gonzalez*
Que existem bactérias nocivas ao nosso organismo que podem nos causar terríveis doenças todos já sabemos. O que poucas pessoas sabem, entretanto, é que também existem bactérias benéficas em nosso meio que auxiliam no funcionamento geral de nossos sistemas e até mesmo previnem ou curam doenças!
Infelizmente devido à teoria do germe, as bactérias são vistas com maus olhos e são sistematicamente eliminadas de nossa alimentação diária, uma atitude completamente contra produtiva.
Na agricultura a maioria das substâncias químicas utilizadas visa a completa eliminação da microbiota do solo, evitando assim que bactérias importantes cheguem vivas a nossos corpos, onde elas são necessárias.
Na área da nutrição o consenso é de que os alimentos devem ser esterilizados, pasteurizados e irradiados, eliminando assim toda e qualquer bactéria – inclusive as benéficas. Não se leva em consideração a importância de uma alimentação probiótica na nossa saúde, e nem que a esterilização do alimento não impede que nossos processos internos o transformem em alimento para bactérias patogênicas que podem estar vivendo dentro de nós.
E as bactérias do nosso INTESTINO ?
As bactérias que residem em nossos intestinos evoluíram junto com a espécie humana, a fim de manter intacta a relação simbiótica já estabelecida desde o nosso surgimento como espécie – e talvez até antes. Elas são parceiras de nosso sistema imunológico e até mesmo nos defendem de outras bactérias e microrganismos nocivos à nossa saúde. Nossa microbiota nos nutre e protege, e devemos fazer exatamente o mesmo por ela.
Cada bactéria da microbiota intestinal tem seu devido lugar reservado dentro de nossos intestinos. A ingestão dessas bactérias por meio de uma dieta saudável baseada em plantas vivas garante que elas cheguem a seus devidos lugares e os ocupem.
Essa ocupação possui dois grandes papéis fundamentais: ao mesmo tempo que conversam com o sistema imunológico intestinal de maneira amigável e saudável, revestem as paredes do intestino formando uma camada que protege o órgão e impede que bactérias nocivas se fixem naquele lugar.
Além disso, as bactérias benéficas do intestino são capazes de se associar a outras bactérias simbióticas presentes em nosso organismo, a fim de garantir a proteção de todo o sistema gastrintestinal. Elas trabalham bem em equipe: seja com outras bactérias benéficas, seja diretamente com nosso organismo.
Além da grande função de protetoras da nossa saúde, as bactérias também nos alimentam
Quando adotamos uma dieta baseada em plantas orgânicas ingerimos junto com os vegetais as bactérias naturais do solo, que então completam o ciclo natural da vida dentro de nossos intestinos. Elas nascem, crescem, se reproduzem e morrem, e é justamente nesse momento que nossas paredes intestinais as digerem e absorvem.
É nessa absorção da matéria residual de nossas amigas bactérias que incorporamos nutrientes decisivos para o bom funcionamento de nosso organismo, dispensando assim qualquer complemento nutricional vendido nas prateleiras de todas as farmácias.
Enquanto uma alimentação orgânica baseada em plantas nos fornece bactérias benéficas e nutrientes para todo esse sistema simbiótico que elas formam em parceria com nosso organismo, uma alimentação baseada em produtos industrializados tem consequências catastróficas. Bastam apenas um ou dois dias sem alimentos de origem vegetal (idealmente orgânicos) para que ocorra uma alteração drástica em nossa microbiota intestinal: o número de bactérias benéficas diminui, e seus lugares nas paredes intestinais são ocupados por bactérias nocivas causadoras de doenças degenerativas.
A cultura da pasteurização e da alimentação industrializada...
Nossa cultura pasteurizadora tem grande impacto em nossa saúde: ao mesmo tempo em que são eliminadas as bactérias nocivas, elimina-se também as bactérias benéficas! O que não se leva em consideração é que mesmo após exaustivos processos de esterilização do alimento, bactérias patogênicas ainda podem encontrar caminho até o interior de nossos corpos.
A única diferença é que com essa alimentação industrializada as bactérias benéficas não chegam em número suficiente para combater os microrganismos nocivos, que aproveitam a falta daquela microbiota saudável para atacar nossos sistemas. Assim surgem uma variedade de doenças que poderiam ser facilmente evitadas caso a microbiota estivesse intacta e saudável.
Existem fortes evidências de que o excesso de esterilização dos alimentos, a dieta industrializada e o uso indiscriminado de vacinas e antibióticos tem relação direta com o aumento da incidência de doenças como alergias, asma, esclerose múltipla, diabetes do tipo 1 e doenças inflamatórias do intestino. A doença nada mais é que falta das bactérias benéficas e a prevalência daquelas que nos são nocivas.
Portanto, muita atenção a isso...
Sendo assim, podemos concluir que uma alimentação orgânica baseada em plantas afeta positivamente diversos aspectos de nossa vida. Ela não alimenta apenas a nós, mas também nutre outras pequenas vidas que são de extrema importância para a manutenção de nossa saúde. Esses pequenos seres vivendo dentro de nosso organismos são tão importantes que sua presença ou ausência afeta todo a nossa saúde em todos os aspectos.
A degeneração de nossa microbiota intestinal significa a degeneração de nossa saúde em geral, portanto é de suma importância que cuidemos de nossas amigas minúsculas da mesma forma que cuidamos de nós mesmos. Garantir a saúde e o bem estar de nossos intestinos é garantir também saúde e bem-estar em nossas vidas.
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Vamos assistir esta entrevista do dr. Alberto sobre a alimentação baseada em plantas?
Para finalizar algumas imagens do Sítio Nirvananda, local em Capão Bonito/SP
onde Maya e Alberto são guardiões da floresta e das águas.
Também do nosso almoço preparado a muitas mãos, que realizamos antes das entrevistas.
A caldeirada do mato teve até cogumelo shimeji e ficou deliciosa!
Palmito coletado em Itanhaém e preparado na chapa de pedra.
Molho pesto preparado pelo Alberto com serralha + pimenta rosa
recém colhidos no quintal do Nirvananda. Usamos um azeite alemão divinal...
A minha contribuição foi com esta salada de abacate em cubos e tomatinho silvestre
do quintal e cebolinha picada. Temperei com suco de laranja e pitadinha de sal.
(*) O Dr. Alberto Gonzalez e sua Oficina da Semente, seus cursos BASES 1 e 2 são referências deste profissional da medicina que pratica a Alimentação Crua e Viva em seus atendimentos e protocolos de cura. Autor dos livros Lugar de Médico é na cozinha e CIRURGIA VERDE, ambos pela editora Alaúde. Conheça seu site aqui
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