Dr. Alberto Gonzalez *
O que ocorre na Alemanha é uma campanha vergonhosa contra os alimentos naturais, orgânicos e vivos. Toda acusação que incrimina hortaliças, pepinos e os brotos de sementes germinadas é improcedente. Isto é um abuso de poder. Todos os que conhecem microbiologia sabem que as cepas letais de E. Coli e bactérias em geral crescem em matéria desvitalizada, como laticínios e carnes.
Os alimentos vivos são aqueles que contam com o menor número de bactérias por grama (500 unidades), quando comparados a qualquer outro tipo de alimento.
O verdadeiro pivô da crise: A carne de porco
Esta campanha visou desviar a atenção da opinião pública mundial do verdadeiro pivô da crise: a carne de porco. Neste momento, todas as mostras de carne infectada devem estar devidamente incineradas e enterradas. Uma verdadeira operação foi montada para evitar a real notícia, que levaria à quebra da industria de carne de porco. Trata-se do alimento mais importante do país mais importante da comunidade européia.
O governo alemão destina agora 200 milhões de euros (346 milhões de reais) aos agricultores prejudicados, para acalmar os ânimos. Um preço barato, quando comparado ao prejuízo que ocorreria após a veiculação do verdadeiro culpado pelas mortes.
O governo alemão já afirma que "o real causador da doença poderá não ser identificado". Pedem para que acreditemos em Papai Noel! A Alemanha, com seus laboratórios altamente sofisticados e sistemas avançados de rastreamento sabe muito bem o causador da epidemia letal. Mas não pode veicular a verdade, o que levaria a uma crise sem precedentes e um efeito econômico "dominó", na já combalida Europa.
E quem paga pelos efeitos morais e éticos? Um governo aparentemente sério como o da Alemanha aponta o dedo contra um tipo de alimento! Isso deixa marcas por dezenas de anos e mesmo até gerações. Se observarmos bem, já existe uma falsa idéia de que alimentos crus possam conduzir doenças.
A maioria das pessoas que ingere carne, leite e muitos alimentos deteriorados, todos eles "cozidos", pensa estar protegida. Mas podem haver até um bilhão de bactérias em um prato cozido que você come na rua. Ninguém traz isso à tona. Por milagre, e por eficiência dos sistemas imunes intestinais, sobrevivemos a estes ataques.
Mesma sorte não tiveram aqueles que ingeriram hamburgueres da rede Burger King em Seattle, nos Estados Unidos. Foram 200 mortes causadas por E.Coli H 520. Mas as industrias se aproveitam da pouca memória e mesmo da falta de informação das pessoas.
Lançaram esta calúnia contra os alimentos crus. É como inocentar um assassino adulto e armado e jogar a culpa em uma criança que brinca no parque.
A falácia sobre alimentos crus vem da idade média, quando ratos caminhavam entre os alimentos e havia fezes nas ruas da Europa. Coisa dos tempos do cólera, da Inquisição.
É hora de virar a página. Estamos no século XXI. Segurança alimentar é alimento vegetal - cru, vivo, orgânico e natural. O resto é hipocrisia e interesses financeiros.
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