Mônica Cristina Campos *
Assunto mega importante porque atinge a todos no momento que não nos alimentamos com algumas bases da Qualidade de Vida como boas escolhas dos alimentos, idealmente integrais e prósperos de água e fibras, mas também atividade física regular, lazer e tempos de paz.
Esta aula da MOC faz parte dos Cursos Online Novo Modelo da Digestão Humana, 10% HUMANA e certamente do novo filhote Cadê o leite que estava aqui?
Vamos saber mais?
Disbiose intestinal
As bactérias que habitam o nosso trato gastrointestinal são reconhecidas como constituintes de um órgão funcionalmente ativo e chamadas de microbiota intestinal. No intestino grosso, onde a microbiota é mais numerosa e diversificada, há o predomínio da microbiota probiótica, ou seja, composta de bactérias com reconhecidas ações benéficas para o organismo, representadas pelas Bifidobactérias e Lactobacilos. Porém, há ainda a presença da microbiota patogênica, ou seja, com potencial nocivo, representada porgêneros como Clostridium, Pseudomonas Klebsiella e Enterobacter.
Segue um texto da nutricionista funcional Valéria Paschoal que descreve com primazia a disbiose humana:
A microbiota probiótica exerce funções fundamentais para a sobrevivência dos seres humanos, por exemplo, (1) proteção: impede a colonização e a proliferação de bactérias patogênicas por meio da produção de bacteriocinas, competição por nutrientes e receptores; (2) imunomodulação: células imunológicas interagem com as bactérias intestinais, o que gera um “estado de alerta” do organismo, fazendo com que as células de defesa respondam de forma rápida, eficaz e equilibrada frente a substâncias nocivas ao organismo; (3) benefícios nutricionais: as bactérias intestinais são fonte de vitaminas (complexo B e vitamina K), sintetizam enzimas digestivas como a lactase, estão relacionadas à redução dos níveis de colesterol plasmático e agem sobre as fibras, formando os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), principal fonte energética para manutenção de um intestino saudável e bem colonizado.
O equilíbrio entre a microbiota probiótica e a patogênica é crucial para a saúde humana, e o desequilíbrio desse ecossistema microbiológico é chamado de disbiose intestinal. O quadro de disbiose acarreta em alterações inflamatórias e imunológicas, provocando alguns sintomas como diarreia, dor abdominal, flatulência e constipação, além de infecções do trato genitourinário, intolerância à lactose, piora da imunidade e doenças inflamatórias intestinais, como a doença celíaca, que é causada principalmente por um aumento do número de bactérias gram-negativas e diminuição do número de bactérias gram-positivas.
Assim, para garantir o crescimento e reprodução das Bifidobactérias e Lactobacilos é necessário que elas encontrem os substratos ideais, ou seja, fibras solúveis, insolúveis, amido resistente e oligossacarídeos. A fermentação desses componentes alimentares no intestino grosso estimula o crescimento das espécies, causando alterações significativas na composição da microbiota intestinal pelo aumento do número de probióticos e pela redução no número de bactérias potencialmente patogênicas. Além disso, com a fermentação desses componentes alimentares pelas bactérias probióticas, há a produção local de ácidos graxos de cadeia curta (propionato, acetato e butirato), que atuam na regulação do metabolismo de lipídios e glicose no fígado e ainda fornecem energia às células intestinais. Além da produção de AGCC, há produção de ácido lático e gases, com consequente redução do pH intestinal e estimulação da proliferação de células do intestino.
Fibras solúveis, insolúveis, amido resistente e oligossacarídios estão naturalmente presentes em alimentos de origem vegetal, como cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, talos, raízes, folhas e sementes de diversos vegetais. Em contrapartida, estudos relatam que o consumo de uma dieta ocidental, em que predominam as gorduras saturadas(presentes nas proteínas de origem animal) e açúcares isolados (sacarose), altera significativamente as proporções de bactérias comensais no trato gastrointestinal, influenciando, assim, na alteração da microbiota intestinal.
A nutrição funcional valoriza e incentiva a alimentação natural, estimulando o consumo de alimentos in natura, de acordo com a safra e com a nossa biodiversidade. Conjuntamente, a redução no consumo de produtos alimentícios e, consequentemente, de seus aditivos químicos, é essencial. Dessa forma, disponibilizamos ao nosso organismo mais nutrientes e compostos ativos, essenciais para a manutenção da saúde intestinal.
Confira todas as referências sobre DISBIOSE INTESTINAL AQUI
Mônica Cristina Campos (visite o blogdamoc) - Nutricionista desde 1995 pela Universidade Metodista de Piracicaba, especializada em Nutrição Clínica Funcional desde 2006 pelo Centro Valéria Paschoal de Ensino – SP, com vasta experiência na área hospitalar, ambulatorial e educação nutricional infantil. Atuou como Nutricionista da Oficina da Semente com Dr. Alberto Peribanez Gonzalez de 2012 a 2016 e nas Oficinas e Detox no Doce Limão com a escritora Conceição Trucom desde 2015.
Dra. Valéria Paschoal é nutricionista e gestora, juntamente com a Dra. Andréia Naves (professora de Educação Física e nutricionista), da VP uma empresa de consultoria na área de Nutrição, que oferece vários serviços aos nutricionistas, aproveitando da experiência de mais de 16 anos da Dra. Valéria em consultorias e cursos pelo Brasil e pelo mundo afora.
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* Conceição Trucom (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citadas a autora e a fonte: www.docelimao.com.br