O Conceito
Déficit de Atenção: que rumo tomar?
Carin Primavesi *
São crianças, adolescentes e adultos que não conseguem fixar a atenção em uma atividade por mais do que alguns minutos: sobem em móveis, falam compulsivamente, vivem perdendo o material escolar, não suportam bem as frustrações. Qualquer sinal de conduta fora do normal vem o diagnóstico: déficit de atenção ou hiperatividade ou ambos. Como ajudá-los? Qual seria a causa para esses sintomas?
Várias podem ser as origens dos problemas comportamentais. Uma agitação e impulsividade, um déficit de atenção, dispersão, falta de memorização e hipoatividade podem ser consequências de atitudes psicopedagógicas falhas (vínculos afetivos, estresse, disciplina, autonomia, superproteção, permissividade, mimar) e hábitos não oportunos (diversificação de estímulos, cuidados com o sono, praticar exercício físico, eletrônicos em excesso ), quando não houver disfunção bioquímica. Também pode ser associado à uma deficiência de um cérebro não nutrido adequadamente (excesso de açúcares, deficiências de minerais, vitaminais e gorduras ômega-3, intoxicações por metais tóxicos, agrotóxicos e aditivos dos industrializados), no caso de uma disfunção bioquímica.
O fato de as escolas estarem alfabetizando cada vez mais cedo sem as crianças estarem preparadas, elas têm dificuldade de ficar sentadas e se concentrar por mais de 30 minutos. Também é da natureza humana se mexer, a motricidade reorganiza o cérebro constantemente e promove a neurogênese. Habitando espaços onde isso não se permite, ou o fato de ficar muito tempo estático em frente a eletrônicos, faz o aluno procurar se movimentar em algum momento... e o educador entende como indisciplina.
Pesquisas mostram diferenças significativas na estrutura e funcionamento do cérebro de pessoas com TDAH. Tanto a formação anatômica normal como o funcionamento adequado dos processos funcionais, bioquímicos, elétricos e metabólicos de um organismo vivo, dependem dos nutrientes que ele recebeu, advindos da alimentação, provenientes de um solo sadio. Uma alimentação constituída de:
- Processados com muitos aditivos, envenenada por agrotóxicos,
- Deficiente em minerais e vitaminas,
- Excesso de carboidratos e gorduras trans...
Destroem a mielina do neurônio, dificultam a promoção do impulso nervoso e a formação de neurotransmissores.
Destroem a microbiota saudável do intestino, que é o nosso segundo cérebro, onde normalmente seriam produzidos mais de 40 neuropeptídios e 90% da serotonina, hormônio da alegria e bem-estar, e 50% da dopamina, hormônio que faz focar, o qual falta nas pessoas com déficit de atenção e hiperatividade.
Devido a segregação dos professores e dos colegas, esses alunos se acham incapazes e têm baixa auto-estima e problemas sociais.
O TDAH é frequentemente apresentado como um problema de aprendizagem. Porém, sabe-se que a maioria desses alunos são capazes de aprender e podemos sim ajudá-los a ter um bom olhar para si mesmos. A recuperar sua auto-estima: o sentimento mais valioso para impulsionar toda a sua vida.
Sabemos que a genética tem uma influência de 20%, e o restante é resultado da epigenética, isto é, do meio em que se está inserido. Se fizer exatamente o que os genitores e antepassados faziam, essa genética se manifesta. Com atitudes diferentes, ela pode não se manifestar.
Nesses mais de trinta anos de educadora, sento com os pais dos pacientes e estudamos a dinâmica familiar e sua alimentação. E buscamos descobrir quais fatores podem estar influenciando. Mudando certos hábitos, atitudes e a alimentação TODOS ficam bons.
Não desejo descartar que alguma criança, adolescente ou adulto precise tomar uma medicação química. Mas, antes é preciso implementar os métodos neuro-psicopedagógicos e a influência vital da nutrição funcional. Por exemplo: após uma desvermifugação, em três semanas já começam a ficar mais concentrados. É rápido.
O psiquiatra ortomolecular Juarez Nunes Callegaro, em seu livro "Mente Criativa, a aventura de um cérebro bem nutrido", escreve: Seria a ritalina a solução para as Doenças do Distúrbios de Atenção?
Não acredito. Minha orientação é fornecer alimentos que contenham ômega3, que falta no organismo do portador de TDAH. As causas incluem carências e bloqueios de minerais e vitaminas, essenciais como ponto de partida da bola de neve carencial e toxicológica. A ritalina mascara essas carências, porque trata os sintomas e não trata as causas...
Isso explica uma estatística que comprovou tendência à drogatização nos jovens adultos que tomaram ritalina na infância, mascarando o problema em vez de corrigi-lo.
Convido você a entender como funciona nosso organismo, entender as causas dos sintomas e a refletir quanto às atitudes a tomar.
Amo todos vocês!
(*) Carin Primavesi Silveira é engenheira, psicopedagoga, psicanalista, pesquisadora de neurociências, nutrição funcional e agroecologia, escritora, palestrante, coach educacional, mantenedora de escola de educação infantil bilíngue e orientadora Kumon. Autora do livro “Déficit de atenção tem solução”.
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* Conceição Trucom (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citadas a autora e a fonte: www.docelimao.com.br
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