Por Raquel Aldana *
Site La Mente es Maravilhosa - Em junho 2019 
Tradução especial para Doce Limão por Fernando Trucco Professional Translations

Nossas primeiras experiências com o mundo marcam nosso desenvolvimento emocional. Durante a infância é tecida uma rede que conectará mente e corpo, o que determinará em grande parte o desenvolvimento da capacidade de sentir e amar.  

Desta forma, o crescimento emocional dependerá das primeiras trocas emocionais, que não ensinarão o que ver ou não ver no mundo emocional e social em que nos encontramos.  

Assim, o período da infância nos permite disseminar as sementes do amor naturalmente, o que determinará que a capacidade de amar e ser amada cresça de forma saudável e nos ajude no desenvolvimento.  

"Somos seres emocionais que aprendemos a pensar e não máquinas pensantes que aprendemos a sentir"  
-Stanisla Bachrach- 

Se alimentarmos as crianças com amor, os medos morrerão de fome.  

Demonstrações de carinho e afeto elevam a autoestima das crianças e as ajudam a construir uma personalidade emocionalmente adaptada e inteligente. Ou seja, nosso amor lhes ajuda a superar os medos naturais que surgem em diferentes idades, promovendo um grau de sensibilidade saudável.  

 As crianças têm autoconfiança natural. 

É surpreendente constatar que diante de desvantagens severas e fracassos repetidos, as crianças não desistem. Ou seja, persistência, otimismo, auto-motivação e entusiasmo amigável são qualidades inatas. Nesse sentido, o mundo, ou melhor dito, os adultos enfraquecem essa inteligência emocional com a qual toda criança nasce.   

Perceber isso nos ajuda a estarmos cientes da importância que o amor tem para oferecermos uma educação com respeito, empatia, expressão, compreensão dos sentimentos; estimular o controle da raiva, adaptabilidade, bondade e independência. 

O que podemos fazer para criar crianças felizes e saudáveis?  

O temperamento de uma criança reflete um sistema de circuitos emocionais inatos específicos do cérebro, um esboço de sua expressão emocional presente e futura, e seu comportamento. Estes podem ou não ser adequados, por isso a educação deve tornar-se apoio e orientação para elas.  

Para alcançar uma saúde emocional ideal, precisamos estruturar a forma como seu cérebro se desenvolve. A ideia é que através do amor e da educação emocional estimulemos certas conexões neurais saudáveis nas crianças. 

Ou seja, todas as crianças e todos os adultos partem de certas características que têm que administrar juntos para alcançar o bem-estar físico e emocional.  

Por exemplo, o fato de uma criança ser tímida por natureza muitas vezes faz com que os adultos ao seu redor a superprotegem, deixando-a ansiosa e perturbada.  

Nesse sentido, hoje sabemos que, a educação emocional requer do desaprendizado dos adultos.  Uma criança tímida deve aprender a nomear suas emoções e enfrentar o que a perturba, ela não deve sentir que cortamos suas asas porque é vulnerável.  

Um adulto tem que ser empático sem amparar choros e birras, propondo ao invés, novos desafios socioemocionais que lhe permitam evoluir. Ou seja, você tem que proteger a saúde emocional da criança através do desenvolvimento de suas características naturais. 

 Especialistas muitas vezes recomendam ajudar as crianças a falar sobre suas emoçõescomo uma maneira de que se possam entender a si mesmas e aos outros. No entanto, as palavras representam apenas uma pequena parte (10%) do verdadeiro significado que obtemos através da comunicação emocional. 

As chaves básicas para a educação emocional saudável  

Algumas das chaves básicas para a educação emocional saudável são: 

• Especialistas muitas vezes recomendam ajudar as crianças a falar sobre suas emoções como uma maneira de que se possam entender a si mesmas e aos outros. No entanto, as palavras representam apenas uma pequena parte (10%) do verdadeiro significado que obtemos através da comunicação emocional.  

Por essa razão, não podemos ficar apenas com a verbalização, temos que ensiná-las a entender o significado da postura, expressões faciais, tom de voz e qualquer tipo de linguagem corporal. Isto será muito mais eficaz e completo para o desenvolvimento delas.  

• Durante anos o desenvolvimento da autoestima de uma criança tem sido promovido através de elogios e sobre proteção constante. No entanto, isso pode fazer muito mais mal do que bem. Os elogios ajudarão as crianças a se sentirem bem consigo mesmas somente se estiverem relacionados a realizações específicas e domínio de novas habilidades.  

• O estresse é um dos grandes inimigos da infância. No entanto, trata-se de um inconveniente com o qual elas têm que viver, protegê-las em excesso é uma das piores coisas que podemos fazer. Elas têm que aprender a enfrentar essas dificuldades naturais de tal forma que desenvolvam novas vias neurais que lhes permitam se adaptar ao ambiente em que vivem. Não podemos tentar criar nossas crianças em um mundo Disney de inocência e ingenuidade. Estresse e inquietação fazem parte do mundo real e da experiência humana tanto quanto o amor e o cuidado. 

• Se tentarmos remover esses obstáculos, evitaremos que elas tenham a oportunidade de aprender e de desenvolver habilidades importantes que as ajudem a enfrentar desafios e decepções que são inevitáveis na vida.

(*) Raquel Aldana 

Psicóloga Geral de Saúde na Espanha. Número colegiado: R - 00714.  Mestrada em Psicologia Geral da Saúde pela UNED. Especialista em Educação Emocional. Colaboradora em diversas mídias. Psicóloga terapeuta, professora e pesquisadora em tempo integral de um centro privado. Professora de órgãos públicos de La Rioja. Pesquisador da USAL. Educadora das Forças de Segurança do Estado. Coordenadora das oficinas de Psicologia Emocional e outras formações no Conselho da Juventude de Logroño. Palestrante no Instituto Riojano de la Juventud.