A terra resultante da compostagem é alimento para a microvida aeróbica do solo, criando o sistema poroso, onde entram água e ar, indispensáveis à produção de vegetais orgânicos e saudáveis. Na compostagem, a matéria orgânica se decompõe até se transformar em calor, água, gás carbônico e mineral = terra.

Se observarmos a natureza, perceberemos que ela não produz lixo, simplesmente há um contínuo movimento de transformação de materiais que se decompõem para formar novamente terra: a reciclagem.

Alimentação crua e viva é também um estilo de vida, portanto nossa intenção é contribuir para esse processo natural e ainda reduzir o lixo.     

Compostar é uma forma de cuidar dos restos de alimentos e alimentar a terra. Ao final, estaremos produzindo terra para preparar os brotos e alimentar as plantas de nosso jardim. Esse processo é belo e relativamente rápido, pois em três meses podemos ver a transformação de restos de suco, de legumes e cascas em um rico composto.

Dependendo da nossa moradia, vamos criar o sistema adequado. O importante é saber que sempre é possível!

Em apartamento

Compre um balde com tampa e instale uma torneirinha na parte inferior. Apoie-o em pedaços de madeira para poder acessar a torneira quando necessário. Vá colocando os resíduos da “cruzinha”, alternando com camadas de folhas secas ou restos de grama. Use folhas coletadas em parques e jardins ou mesmo palha de madeira, que se consegue em serralherias. Uma boa desculpa para colocar as mãos na terra! A tampa evita moscas, embora seja normal que haja insetos e microrganismos dentro do balde, pois eles fazem parte dessa tarefa de transformação!

A torneira é para poder extrair o líquido (excesso de umidade), conhecido como chorume, que vai saindo do composto. Ele é maravilhoso para regar e adubar (bem diluído em água) alguma planta amiga. Como seu odor é forte, deve-se coletá-lo direto em frasco borrifador com a água da diluição (1:5) e fazer rápido uso na rega de plantas e vasos.

Em jardim pequeno

Arranje uma ou várias latas sem fundo e enterre-as a uma profundidade de uns 5 centímetros. Da mesma forma que no sistema anterior, coloque camadas alternadas de restos de alimentos e de folhas secas. Use uma tampa móvel para evitar os insetos e que o chorume se molhe em momentos de chuva. Usa-se uma peça de piso cerâmico (40x40cm) e em cima deste piso colocamos um vaso com planta. Se pintarmos as latas (com a ajuda das crianças), o jardim ficará decorativo e educativo.

Em jardim grande ou sítio

O ideal é construir uma composteira em um lugar não muito longe da casa, lembrando que as camadas de folhas e grama cortada vão evitar a presença de ratos, moscas e odores fortes. A construção pode ser de bambu, tendo três paredes com uma parte lateral aberta para poder manusear o material. Acrescente um telhado para proteger da água das chuvas.

A intenção é criar três espaços, pois, quando um recinto ficar cheio, pode ser virado para o segundo, colocando a parte que estava em contato com a terra para cima e a que estava no ar para baixo. Dessa forma, aceleramos o processo, sem adicionar nada de químico. Roteando, continue alimentando com resíduos o primeiro espaço, que quando estiver cheio será transferido para o segundo, que foi previamente transferido para o terceiro. O material retirado do terceiro espaço será a terra compostada. E o primeiro espaço volta a ficar vazio para iniciar novo ciclo. 

Observe que o material compostado é uma terra preta cheia de microrganismos do solo e ainda em decomposição. Ela serve para fazer crescerem pés de frutas em nosso pomar, verduras em nossa horta e preparar nossas bandejas de brotos, que vão adorar!

Assista: Vídeo - Compostagem caseira 

TV De BEM com a Natureza 1 - Suco luz do Sol

TV De Bem com a Natureza 2 - Brotos

Conheça as composteiras da MinhoCasa e Morada da Floresta.