Síndromes do Feminino
Fibromialgia: o que você precisa saber?
Alessandra Villar *
A Fibromialgia não chega a ser uma doença. Se você fizer uma biópsia das partes que doem, mandar para análise, fazer uma cultura, olhar no microscópio, nada vai de anormal irá surgir. O tecido não está doente. Não há nenhum vírus ou bactéria. E, a boa notícia, ninguém morre disso. No entanto, quem sofre de fibromialgia não tem a menor dúvida de que alguma coisa está errada. Que nome dar?
Diz-se “síndrome”, “distúrbio”, “patologia”. Seja lá qual for o nome, existe, e causa imensa morbidade para os acometidos.
Quem tem fibromialgia?
Fibromialgia pode acometer homens e até crianças, mas é bastante raro. Mais de 95% das pessoas que sofrem deste mal são mulheres, geralmente com idade superior a 20 anos.
Quais os sintomas?
Dor no corpo todo. Dor “na carne”, não nas juntas. Dói o dia inteiro, mas a dor é particularmente maior ao acordar (parece que se “levou uma surra” na noite anterior) e, sente-se uma discreta melhora ao longo do dia, mas no final da tarde a dor volta com toda sua intensidade.
Dorme-se mal nesta síndrome.
A cabeça “não pára”. Todos os problemas da humanidade passam pela cabeça da fibromiálgica, mas em especial os dos parentes próximos. O sono é descrito como “não reparador”, ou seja, a pessoa não descansa. Tem-se a sensação de cansaço e sonolência por todo o dia.
Em muitas pessoas as mãos estão inchadas, principalmente pela manhã, algumas vezes formigam, ou ficam dormentes. Para outras, por momentos, a respiração pode ficar difícil, como se houvesse um grande peso sobre o peito. Essa sensação passa sozinha após minutos ou horas mas tende a voltar ao longo do dia. Dores de cabeça são comuns. Causa ou conseqüência, a depressão é muito frequentemente associada à fibromialgia.
Como ter certeza que tenho fibromialgia?
Não há exame diagnóstico. É muito comum a pessoa passar de médico em médico, realizar milhões de exames, de sangue à ressonância magnética, sem encontrar nada de errado. O diagnóstico de fibromialgia é baseado em exames laboratoriais que excluem outras doenças que possam imitar a fibromialgia, e no quadro clínico típico. Os famosos “pontos em gatilho” da fibromialgia (ver imagem topo: pontos bastante dolorosos à palpação) são indicativos com maior peso para trabalhos clínicos do que para o diagnóstico em indivíduos específicos.
O que causa fibromialgia?
Para ir direto ao ponto, o que causa a fibromialgia é o sono ruim. Quem não descansa por um período contínuo e duradouro fica com dores no corpo todo. É o que acontece na fibromialgia, e em outras patologias do sono. Em outra doença do sono, a apnéia por exemplo, o indivíduo não dorme por uma razão bem diferente da fibromialgia: se ele aprofunda no sono engasga e sufoca. Mas o resultado é o mesmo: dores no corpo, dores de cabeça, cansaço e sonolência. Uma mãe que não consegue dormir há meses porque o bebê acorda a noite toda também sente dores semelhantes.
Mas, na fibromialgia, o que causa o sono ruim? Como já mencionado, a fibromiálgica não dorme porque “a cabeça não desliga”. Porque então “a cabeça não desliga”?
A personalidade fibromiálgica
Fibromiálgicas carregam o mundo nas costas. Preocupam-se com tudo e com todos. Porque o filho vai mal na escola, porque a filha perdeu o emprego, porque o genro não dá bola para os problemas, porque o marido não se envolve… Trabalha e preocupa-se com e para todos. E, frequentemente lhe aflige o fato de que ninguém se preocupa com estes problemas como ela.
Fibromialgia tem cura?
Tem. Mas depende muito mais da paciente do que do médico. Ao médico cabe apenas orientar e passar algumas medicações. As medicações na fibromialgia não são mágicas. Elas se baseiam em relaxantes musculares, que melhoram o sono e “desligam” um pouco a pessoa, além de antidepressivos. Alguns antidepressivos também dão sono, outros apenas combatem a depressão associada, e diminuem a ansiedade. Muitas fibromiálgicas ficam viciadas em remédios para dormir e ansiolíticos, que resolvem muito parcialmente os problemas. Os relaxantes musculares e antidepressivos não causam dependência, mas, infelizmente, perdem a eficácia após mais ou menos 8 a 12 meses. Então os problemas voltam, e os remédios não mais funcionam.
Prática de esportes têm papel fundamental na fibromialgia?
Sim. A atividade física age de diversas maneiras. Em primeiro lugar melhora a forma física, a auto-estima e o organismo como um todo. Em segundo, libera uma série de hormônios e mediadores que aliviam a dor e o cansaço. Em terceiro, pode melhorar a qualidade do sono. Por fim, o esporte é um momento onde a fibromiálgica deixa o mundo de lado para cuidar de si. Isso já é um grande avanço!
Qual esporte?
Tenha em mente duas coisas: primeiro a atividade deve ser para a vida toda! Portanto não pratique algo que não goste, ou que não vai agüentar praticar por muito tempo. Se academia te entedia, mas dança te dá prazer, dance! Se cansar de um mude para outro. O importante é não ficar parada. Combine esforço aeróbico com alongamento. Ah! Musculação não é o mais indicado.
Segundo, um corpo dolorido e contraído dói mais ao exercício. É comum e esperado que as dores piorem no início das atividades físicas. Então, procure atividades sem impacto e prazerosas.
Mas vale super à pena, porque elas diminuem com a prática contínua pode-se esperar deixar de fazer uso de medicações.
Acupuntura
Estudos têm mostrado que acupuntura age nos pontos de alívio de dor, cortando o fluxo sanguíneo nas áreas do cérebro responsáveis por esse sentir, em segundos. Como consequência, a acupuntura fornece o alívio da fibromialgia por mais de 16 semanas.
Vitamina D
Aumentando os níveis de vitamina D você pode tratar, prevenir e até mesmo reverter uma quantidade enorme de doenças, inclusive Fibromialgia.
Massagem, Hidroterapia e Reflexologia também podem amenizar os sintomas.
De qualquer forma, existe um tratamento que será mais adequado e terapêutico para você. Insista, Continue. Faça por gosto e por você.
(*) Alessandra Villar é Personal Trainer, professora na Curves Santana de ginástica Sh’Bam. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte www.docelimao.com.br
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