Mundo ECO
Como anda a qualidade do Sal Marinho da Região dos Lagos/RJ?
Conceição Trucom *
Meu propósito em apresentar as 2 reportagens a seguir é para falar do sal marinho produzido na região dos lagos no Rio de Janeiro, onde passei anos de minha adolescência, depois toda a infância dos meus filhos. Naquela época a Lagoa de Araruama era programa diário nas férias, e passear pelas várias salinas em nossos caminhos uma GRANDE diversão. Mas os tempos mudaram: nos últimos 30 anos houve superpopulação das cidades em torno destas lagoas, sem o devido tratamento dos efluentes e o perigo chegou. Em minhas palestras e textos recomendo o Sal Marinho de Mossoró/RN que é mais seguro em vários sentidos.
Então, vamos atualizar e saber como andam as coisas neste exato momento? E saber se já é possível consumir o Sal Marinho desta região?
Matéria 1: Águas da Região dos Lagos/RJ voltam a ficar transparentes
Por Rafael Galdo do Jornal O Globo**
Desde a infância o representante comercial Bruno Leonardo Teixeira, de 41 anos, frequenta as praias da Lagoa de Araruama, que banha seis cidades da Região dos Lagos. Agora, ele leva a filha Júlia, de 6, para mergulhar em uma delas, no bairro de Monte Alto, em Arraial do Cabo. Mas, não faz muito tempo, ele sequer cogitava deixá-la entrar na água. É que, se hoje há trechos transparentes, até bem pouco tempo a lagoa estava quase toda turva e malcheirosa.
A mudança percebida por Bruno, dono de uma casa de veraneio no município, foi comprovada por uma vistoria este mês, feita pela ONG Viva Lagoa, integrante do Consórcio Intermunicipal Lagos São João. Ficou constatado que as condições da laguna — que banha ainda Araruama, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Saquarema — estão significativamente melhores do que em anos anteriores.
— Vivemos um período tenebroso há alguns anos, de águas muito poluídas. Evitava vir para cá. Depois de uma dragagem na lagoa, a situação melhora a cada vez que volto. E minha filha pode fazer o que minha avó, minha mãe e eu fizemos: aproveitar as águas calmas dessas praias, perfeitas para as crianças brincarem sem preocupação — comemora Bruno.
Tecnicamente, diz o ambientalista Arnaldo Vilanova, da Viva Lagoa, as águas mais limpas são consequência da redução a níveis apropriados de fósforo e nitrogênio, nutrientes para a proliferação de algas. A quantidade de fósforo, por exemplo, está em 0,01 miligrama por litro, contra quase dois miligramas por litro em alguns trechos nos verões passados. Esse resultado, diz Vilanova, é fruto da ampliação da coleta e do tratamento de esgoto nas cidades do entorno e da dragagem de uma área conhecida como Boqueirão de São Pedro da Aldeia, o que desde setembro facilita a troca da água da lagoa com a do mar:
— No ano 2000, a lagoa estava morta, era um penico. Em 2005, começaram as obras de saneamento. Atualmente, são tratados 70 milhões de litros de esgoto por dia, o que representa 70% a 80% do que é produzido na região. Já a dragagem aconteceu graças a cerca de R$ 4 milhões liberados pela Agência Nacional das Águas para Iguaba, recurso que há dez anos estava travado devido à burocracia.
O PM reformado Dilson Medina levou a família inteira esta semana para tomar banho num recanto quase deserto, conhecido como Lagoa Azul, no limite entre Arraial e Cabo Frio:
— Esse lugar foi muito frequentado. Mas, por causa da poluição, caiu no esquecimento. Felizmente, a água está voltando a ser transparente. Até o pescado melhorou. Tem corvina, tainha, traíra. Acho que os banhistas vão redescobrir este lugar, que é um paraíso.
Do outro lado da lagoa, em São Pedro da Aldeia, o pescador José Mário das Neves também comemora a fartura nas águas. Até pouco tempo, seu barco atolava na lama. Agora, espécies que andavam desaparecidas, como a graçainha e o carapicu, voltaram às redes.
Vilanova diz que o saneamento em Araruama, com quase 125 mil habitantes, ainda tem nós a desatar. Ele conta que há dois anos corre um processo para a prefeitura desapropriar e liberar áreas para construir duas estações de tratamento de esgoto, uma na região da Praia da Barbuda e outra na Praia Seca. Há estudos também para a dragagem de uma parte mais ao fundo da lagoa, perto de Araruama e de Saquarema. No entanto, não há previsão de recursos para as obras. Por outro lado, diz ele, foram liberadas verbas do ICMS Verde para ampliar o saneamento em São Pedro.
Mas tem outras complicações além da poluição, como a concentração 5 vezes mais elevada de carbonatos (estas lagoas são ricas em depósitos de ostras cuja composição básica são os carbonatos) que as recomendações para os sais apropriados ao consumo humano. Assista e preste atenção no vídeo abaixo...
Matéria 2: Período de extração de sal começa na Região dos Lagos do Rio***
Em 03.11.2014
No vídeo o entrevistado da Sal Cisne relata uma concentração elevada de carbonatos em 5 vezes acima do ideal em relação ao Sal de Mossoró, além de processos de esterilização que encarecem o processo, ou seja, a necessidade de beneficiamentos, o QUE DEVERIA SER FEITO NO SAL DO HIMALAIA e outros sais extraídos DIRETO DE JAZIDAS.
Começou o período de extração de sal na Região dos Lagos do Rio de Janeiro e até julho de 2015 o trabalho nas salinas terá ritmo acelerado. A expectativa dos salineiros com a produção é positiva diante do tempo seco, sol intenso e ventos fortes. Mas apenas ter condição climática favorável à produção não significa sucesso para o setor. É preciso que o produto tenha vazão no mercado, uma dificuldade enfrentada nas últimas quatro décadas, período em que o número de salinas entre Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama caiu 40%. A produção que hoje é de 15 mil toneladas já teve seu auge em 1930, com 80 mil toneladas em 120 pontos de extração.
De acordo com os produtores, o estoque da safra de 2013 ainda está cheio. O sal novo está sendo retirado das salinas sem garantia de venda e o receio é que o produto se acumule nos galpões que já estão lotados.
''Não é vantajoso comprar o sal daqui porque o grau de impureza deixa o processo mais caro'', diz Aurêncio Ribeiro, o coordenador técnico da Sal Cisne, uma das maiores indústria beneficiadoras de sal do país, localizada em Cabo Frio.
Quem ainda trabalha na atividade busca outros destinos para escoar a safra. O sal é vendido em indústrias parceiras em outras regiões do país. Esse é o caso do produtor Domingos Francisco, que vende o sal quinzenalmente para uma indústria de queijos em Barbacena, em Minas Gerais.
''De quinze em quinze dias a gente vende uma viagem de sal para Barbacena, para fazer salmoura no queijo''.
A falta de mão de obra é outro problema na produção do sal. A remuneração é cerca de R$ 80 diários e há pouca gente disponível. Muitos trabalhadores deixaram as salinas e foram trabalhar na construção civil.
''O trabalho é puxado, olha as minhas mãos, são iguais de homem. O mais difícil é puxar o sal'', afirma a produtora Veriana Ferreira.
A atividade já foi uma das principais para a economia das cidades que beiram a Lagoa de Araruama. De acordo com o Sindicato da Extração de Sal da região, nos últimos 40 anos o número de salinas ativas caiu de 54 para 20 e a produção que era em torno de 80 mil toneladas caiu para cerca de 15 mil toneladas. Hoje sobrevive ao declínio, mas a atividade não está conseguindo sair da estagnação.
ATENÇÃO:
O sal mineral comercializado para consumo do gado NÃO É PARA HUMANOS.
Ele é aditivado com minerais para alimentação e cuidados de saúde de BOVINOS.
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* Conceição Trucom (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citadas a autora e a fonte: www.docelimao.com.br
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