Violeta Stoltenborg *
Nossa alimentação mudou bastante nos últimos anos. Moramos cada vez mais em grandes centros, temos uma rotina cada vez mais corrida e temos cada vez menos contato com o campo. A alimentação também se adaptou a essa nova realidade. Encontramos todos os dias mais e mais alimentos industrializados que procuram “facilitar” nosso dia a dia. Estando mais afastados do contato com a natureza, tendo uma rotina cheia e corrida parece que temos nos esquecido do que são mesmo alimentos e bebidas de verdade. A indústria alimentícia também não nos ajuda. Pelo contrário, nos confunde. Consumimos cada vez mais, e mais cedo, produtos totalmente industrializados e com alto teor de açúcar, sal, gorduras e substâncias químicas.
Na revista do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) de setembro 2009 é mencionada uma pesquisa realizada com pais, que apontou que 31% dos pais de crianças até 3 meses já ofereceram açúcar aos filhos. Até os 12 meses 87% dos pais já haviam oferecido açúcar. Até os 6 meses de idade, 12% dos bebês já haviam tomado refrigerantes, até 1 ano de idade o índice de bebês que já tomaram refrigerante vai para 56%. Os pais estão trocando alimentos saudáveis e até o leite materno por alimentos cheios de gorduras e açúcares.
Ao andar no supermercado e lendo as embalagens de diferentes produtos, somos levados a crer que estamos comprando produtos de grande valor nutricional, cheios de vitamina A, B(B2, B3, B6, B9) C, D, E, cálcio, ferro, fósforo, zinco e fibras. Também nas embalagens nos explicam que ferro ajuda no desenvolvimento mental, cálcio ajuda no fortalecimento dos ossos e que as vitaminas A, C, E e Zinco ajudam na manutenção das defesas naturais. Pena que não nos avisam com o mesmo destaque que junto com esses produtos industrializados estamos engolindo muito açúcar, sódio (sal), todo tipo de corantes, conservantes, aromatizantes, flavorizantes, edulcorantes, emulsificantes, estabilizantes, sequestrantes e realçadores de sabor. E muitas vezes a quantidade de vitaminas inerentes ou adicionadas é irrisória. A minha teoria é a seguinte: se os ingredientes encontrados nos produtos parecem mais um laboratório de química do que uma horta, um pomar, algo está errado...
Na Folha de São Paulo do dia 30 de junho, li que há uma resolução da ANVISA publicada no Diário Oficial, visando a enfrentar o aumento da obesidade no país, exigindo que os fabricantes de alimentos alertem que determinado produto possui alto teor de sal, açúcar ou gordura, que pode trazer risco de obesidade e doença do coração. Essa exigência só vale para comerciais na TV e mídia impressa. Infelizmente este alerta não será obrigatório nas embalagens de cada produto. Os fabricantes pretendem contestar na justiça essa resolução da ANVISA para os comerciais.
Temos que ficar atentos também com os ditos “produtos naturais”. Nem todos os produtos são tão naturais assim. Minha sogra comprou um pão multigrãos muito bonito. Mas os poucos grãos contidos ali não valiam a quantidade de substâncias artificiais. Uma pena. Fique atento com a vasta quantidade de produtos dietéticos e light. Essa é outra ilusão de alimentação saudável! E este assunto também vale um artigo.
* Fonte: www.aboaterra.com.br. Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte.
Leia mais em: Obesidade Infantil
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