Bruno Rodrigues*
Embora todos já tenham ouvido falar sobre diabetes, ainda é falho para a maioria das pessoas o conhecimento real sobre o efeito negativo provocado pelo açúcar à saúde de uma criança.
O consumo exagerado de açúcar na infância pode favorecer o surgimento da diabetes tipo 2, diagnosticada cada dia com maior frequência em crianças acima do peso.
O risco da diabetes tipo 2 (antigamente raro em crianças) é potencializado às crianças que, além de consumir muito doce, são sedentárias, que fazem pouca ou nenhuma atividade física e estão acima do peso.
O recomendável é que a criança consuma uma porção de açúcar por dia (um doce). A questão primordial é “qual a frequência de atividades físicas de seu filho?”. O açúcar é imprescindível ao corpo, porque pode se transformar em energia.
Mas a ausência ou baixa frequência de exercícios físicos podem fazer com que esse açúcar se acumule no corpo em forma de gordura. Por isso são indicados esportes (qualquer um!) ou atividades recreativas na infância para que o açúcar seja “convertido” em energia.
"Qualquer esporte na infância é recomendável, menos a musculação"
A obesidade está diretamente relacionada a diabetes tipo 2. É importante que a criança consuma fibras, que reduzem a absorção do açúcar. As fibras são encontradas nas frutas, verduras, legumes, cereais, aveia, pão integral e trigo integral”, aconselha a nutróloga Ana Luísa Vilela.
Para que fique claro: o consumo excessivo de açúcar não determina se a pessoa desenvolverá o diabetes tipo 1. Já na diabetes tipo 2, o desenvolvimento tem mais a ver com um “conjunto de erros”, entre os quais maus hábitos alimentares, falta de exercícios e excesso de gordura no corpo. O açúcar seria um elemento que contribui para uma quantidade maior de gordura, esta sim a grande vilã.
Portanto, não dá para dizer que a tipo 2 se desenvolverá só comendo açúcar. Tanto que a Organização Mundial da Saúde, por meio da Federação Internacional de Diabetes, alerta para o crescimento alarmante de crianças obesas, entre outras coisas, pelo mau hábito alimentar e sedentarismo.
Mais do que o controle no açúcar, é preciso que os pais controlem os hábitos alimentares e físicos do pequeno.
O excesso de açúcar no corpo é transformado em gordura. O açúcar, assim como nos alimentos doces, também é encontrado em pães e massas.
Alguns possíveis sinais da diabetes tipo 1 (mais rara)
Perda acentuada de peso
Urina em excesso
Muita sede
Visão embaçada
Cansaço
Dificuldade de cicatrização
Fraqueza
Alguns possíveis sinais da diabetes tipo 2 (mais comum)
Aumento de peso da criança
Escuridão entre as dobrinhas do corpo (barriga, debaixo do braço, pescoço)
Dificuldade de cicatrização
Fraqueza
Pais que não cuidam da alimentação do filho...
Os pais têm culpa pelo diagnóstico de sobrepeso em crianças. E a diabetes tipo 2 na infância está diretamente ligada ao sedentarismo e ao sobrepeso. Pai e mãe são os responsáveis por monitorar e decidir a alimentação do filho.
Foi observado que na maioria dos casos de crianças com diabetes ou com potencial de desenvolver a doença, os pais se alimentam muito mal. É aquela coisa: não adianta o pai pedir para o filho comer fruta se os pais odeiam frutas ou sucos. A criança obviamente vai querer o doce, o refrigerante, a fritura...
Portanto, os pais estão incluídos no tratamento de
reeducação alimentar feito por profissionais de saúde.
O que é diabetes?
A diabetes é uma deficiência na produção de insulina no pâncreas. De uma forma mais resumida, a glicose de uma pessoa com diabetes não chega adequadamente à corrente sanguínea. Isso porque a glicose depende da insulina para entrar nas células e começar a produzir energia ao corpo.
Mas a insulina de um diabético apresenta dificuldades nesse contato com a glicose. A produção insuficiente de insulina provoca aglomeração de glicose no sangue e urina. Em alguns casos, diabéticos necessitam de aplicação diária de insulina.
A diabetes é uma doença perigosíssima, que pode levar à morte caso não tratada adequadamente. De qualquer forma, ela causa menor longevidade porque acelera o envelhecimento de todo o organismo. A longo prazo, a doença causa perda de visão, derrame, infarto, hipertensão, impotência sexual, doenças pulmonares e insuficiência renal.
A prevenção é uma palavra-chave contra a diabetes. Uma vez que a pessoa passa a ter a doença, ela terá de fazer monitoramentos para o resto da vida e seguir alimentação com diversas restrições.
Especialistas da saúde usam uma medição chamada de percentil para avaliar se o indivíduo tem potencial para desenvolver a diabetes.
Açúcares mascavo, orgânico, frutose isolada (o das frutas) e mel – De acordo com a nutróloga Ana Luisa Vilela, os açucares mascavo e orgânico também possuem alto índice glicêmico, assim como o refinado. Eles devem ser evitados.
“O açúcar orgânico passa por menos processo químico que o refinado, mas também tem alto índice glicêmico e não é aconselhável em excesso às crianças”, diz a nutróloga Ana Luísa Vilela.
O açúcar também é encontrado nas frutas (frutose). Mas a frutose não representa tanto perigo. Isso porque a frutose apresenta baixo índice glicêmico. Mas consumir frutas frescas e maduras, in natura, sem aquecimento ou adição de açúcar é ideal, porque a fruta, nestas condições, é um alimento INTEGRAL e alquímico, afirma Conceição Trucom.
O mel também possui um alto índice glicêmico, pois é rico em sacarose (glicose e frutose). Assim como os açúcares o mel deve ser consumido com moderação.
* Bruno Rodrigues - Guia do Bebê
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