Minerais e saúde humana

Jerry Brunetti*
Tradução especial para Doce Limão: Professional Translations

O significado da escassez de minerais no solo é assunto importante, porque a “Saúde do solo é saúde humana”. No momento a melhor indicação é o consumo de alimentos oriundos de solos mais agroecológicos.  


A tabela periódica atualizada lista 118 elementos, contudo 79 são os mais
importantes no que diz respeito ao funcionamento biológico dos seres vivos.

Os quatro elementos: carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio constituem a construção primária da vida biológica. Na verdade, mais de 95% da estrutura das plantas consiste nesses quatro elementos. Os demais 75 elementos são classificados como minerais.

Trinta e um Minerais Essenciais para a Saúde Animal

Alumínio *

 

Flúor

 

Fósforo

Arsênico *

 

Gálio

Potássio

Bário

 

Germânio

Selênio

Boro

 

Iodo

 

Silício

Bromo

 

Ferro

 

Sódio

 

Cádmio *

 

Chumbo *

Enxofre

Cálcio

 

Lítio

 

Estanho

Cloro

 

Magnésio

Vanádio

Cromo

 

Manganês

Zinco

 

Cobalto

 

Molibdênio

 

 

Cobre

 

Níquel

 

 

* Essenciais, mas muito tóxicos se em altas doses

Trinta e um (31) minerais são classificados como benéficos para a vida animal, incluindo certos elementos que embora essenciais, mesmo em doses mínimas, são extremamente tóxicos. São metais pesados: alumínio, arsênio, bário, cádmio, chumbo e níquel

É muito provável que os quarenta e quatro (44) minerais restantes também contribuam (ainda a ser determinado por estudos que vem sendo realizados em todo o mundo científico), para as vias metabólicas. Mas é inegável que sua contribuição, medida pela baixa presença real em partes por bilhão, sugira que são substâncias profundamente influentes nos processos celulares. 

Os minerais têm três (3) papéis principais nos organismos dos animais. 

  • Fornecem materiais estruturais para ossos e tecido conjuntivo.
  • Permitem que os impulsos elétricos sejam transmitidos através dos nervos.
  • Atuam como catalisadores (como co-fatores) de síntese enzimática. Porque estão envolvidos em vários processos fisiológicos, como replicação de DNA, digestão, função imunológica, síntese endócrina, atividade neurológica, armazenamento e liberação de energia, contração dos músculos e inúmeros outros.

Em suma, esses catalisadores, geralmente enzimas, são moléculas fantásticas, na medida em que podem alcançar a proeza notável de permitir que o organismo queime açúcares e gorduras à temperatura corporal (uma temperatura muito baixa) em um meio aquoso, produzindo dióxido de carbono e água como subprodutos. 

O papel crítico que os minerais desempenham em todas essas transformações fisiológicas explica claramente as consequências devastadoras que as deficiências minerais têm para a saúde dos animais e humana. O magnésio sozinho é responsável por 100 reações enzimáticas no organismo humano. O zinco é responsável por mais de 200. Uma deficiência apenas desses dois minerais (89% das pessoas têm estas deficiências) podem ser responsáveis por talvez 300 disfunções fisiológicas. 

Mineralização Terrestre versus Marinha 

A comparação da Tabela 1 com a Tabela 2 ilustra a dicotomia do movimento mineral nos dois mundos VITAIS em nosso planeta: no mar e na terra. É muito claro que na água do mar as células das plantas marinhas concentram os minerais do mar, em alguns casos, mais de um milhão de vezes, demonstrando a “fome mineral” das células. 

Tabela 1 

Minerais na Cadeia Alimentar do Mar
EM PPM = parte por milhão

Mineral

Água

Plantas

Animais

 

Mar

Marinhas

Marinhos

Bário

0,03

30,00

2,50

Bromo

65

740

470

Cálcio

400

145.000

9.250

Flúor

1,30

4,50

2,00

Iodo

0,06

7,35

75,00

Ferro

0,01

700

400

Lantânio

0,00

10,00

0,01

Lítio

0,18

5,00

1,00

Magnésio

1.350

5.200

5.000

Molibdênio

0,01

0,45

1,25

Níquel

0,01

3,00

12,70

Fósforo

0,07

3.500

7.000

Potássio

380

2.000

12.500

Rubídio

0,12

7,40

20,00

Silício

3,00

9.250

70.000

Sódio

10.500

33.000

22.000

Estrôncio

8,10

570

260

Enxofre

885

12.000

7.000

Zinco

0,01

150

753

Embora os animais marinhos tenham menores concentrações de minerais do que as plantas marinhas, as concentrações de minerais dos animais marinhos são muitas vezes maiores que as encontradas na água do mar. Desnecessário dizer que as plantas e animais marinhos são excelentes fontes de reservas minerais para plantas terrestres, animais e os seres humanos. 

Tabela 2

       Minerais Essenciais na Cadeia Alimentar da Terra
EM PPM = parte por milhão

Mineral

Rocha

Solo

Plantas

Animais

Arsênico

1-­8

6

0,2

0,2

Bromo

3­-5

5

15

6

Cádmio

0,2

0,06

0,08

0,5

Cálcio

41.500

4.000 a 50.000

18.000

200­ a 85.000

Cloro

130

100

2.000

2.800

Cromo

100

5­ a 3.000

0,23

0,075

Cobre

55

2 a 100

14

2­4

Flúor

625

200

5 a 40

150 a 500

Iodo

0,5

5

0,42

0,43

Chumbo

12,5

10

2,7

2

Lítio

20

30

1

0,02

Magnésio

23.000

5.000

3.200

1.000

Molibdênio

1,5

2,0

0,9

0,2

Níquel

75

40

3

0,08

Potássio

20.000

14.000

14.000

7.400

Sódio

23.600

6.300

1.200

4.000

Enxofre

260

700

3.400

5.000

Estanho

2,0

2 a 200

0,3

0,15

Zinco

70

50

100

160

Ao olhar a Tabela 2, no entanto, vemos que a dinâmica da concentração de minerais para a vida terrestre é o oposto de como o mineral se concentra no mar. Ao contrário das plantas marinhas, os animais terrestres e os humanos não podem extrair seus minerais diretamente do mar. Animais e humanos devem consumir frutos do mar ou suprir suas necessidades minerais a partir da crosta terrestre, ou seja, do solo. 

Esse caminho, da rocha ao intestino dos animais, é muito mais trabalhoso do que o que acontece no mar.

- Primeiro, a rocha deve aparecer por meio de atividade vulcânica ou levantamento do manto da terra.

- Em segundo lugar, deve ocorrer a quebra da rocha por meio do intemperismo e da atividade geológica e bacteriana.

- Terceiro, os microrganismos devem assimilar os minerais da rocha e incorporá-los à sua matriz biológica formando quelatos com os minerais para uma melhor assimilação pelas plantas. 

- Quarto, as plantas superiores ocupam esse “solo” recém-formado e mobilizam minerais dispersos por todo o solo. Os minerais são transportados através das raízes para a folhagem e, em seguida, podem fertilizar a camada superficial do solo com a morte da planta por meio da decomposição de sua biomassa. 

Tabela 3: O pior da safra

Desaparecimento Oligo-elementos nos Alimentos
de 1948-1992 (por 100 gramas )

 

A

B

C

Diferença

 

1948

1948

1992

(B-C)

 

(Maior)

(Menor)

(Média)

 

Unidade

mg

mg

mg

%

Feijão

 

 

 

 

Ferro

22,7

1,0

1,04

0

Manganês

6,0

0,2

0,214

0

Cobre

6,9

0,3

0,069

-77

Repolho

 

 

 

 

Ferro

9,4

2,0

0,59

-70

Manganês

8,0

0,2

0,159

-20

Cobre

4,9

0,04

0,023

-42

Alface

 

 

 

 

Ferro

193,8

0,9

0,5

-44

Manganês

9,4

0,2

0,151

-25

Cobre

5,3

0,3

0,028

-90

Tomate

 

 

 

 

Ferro

158,4

0,1

0,45

+350

Manganês

51,6

2,0

0,105

-94

Cobre

3,2

0

0,074

0

Espinafre

 

 

 

 

Ferro

22,7

1,9

2,71

+142

Manganês

6,0

0,9

0,097

-89

Cobre

6,9

0,5

0,13

-74

Claramente, a cadeia alimentar terrestre é muito mais frágil do que a do mar, que fornece um suprimento inesgotável de minerais na água do mar.

Na terra, a completa transformação da rocha requer uma cadeia ininterrupta de sucessos.

Um elo necessário nessa cadeia é a rede alimentar do solo, que consiste em bilhões de organismos, representando milhares de espécies, em um mero punhado de solo superficial. Os microrganismos, os minerais das plantas em decomposição e o estrume dos animais que comem essas plantas devem ser reciclados no solo. 

As práticas agrícolas modernas de monoculturas praticamente
destruíram o ecossistema do solo.

Macro e micronutrientes são lixiviados do solo pela aplicação de
fertilizantes acidulados, portanto altamente solúveis.
 

Essas práticas também fizeram com que uma quantidade sem precedentes da camada superior do solo formada durante eras desse processo de quatro fases, fosse irrevogavelmente erodida no mar. Além disto, os nutrientes “disponíveis nas plantas” se tornaram “complexos” com outros minerais, causando um curto-circuito em sua absorção pelas lavouras exigindo que dependessem cada vez mais de alimentos vegetais comprados, incompletos e instáveis, o que continua a agravar a crise. 

Tabela 4

Variação: Teor Mineral dos Grãos
de 1963-1992 (por 100 gramas)

 

1963

1992

Variação

Unidade

mg

mg

%

Trigo vermelho

 

 

 

Cálcio

46

29

-36,96

Fosforo

354

288

-18,64

Ferro

3,40

3,19

-6,18

Potássio

3,70

363

-1,89

Magnésio

160

126

-21,25

Aveia

 

 

 

Cálcio

53

52

-1,89

Fosforo

405

474

+17,04

Ferro

4,5

4,2

-8,67

Potássio

352

350

-0,57

Magnésio

169

148

-12,43

Trigo Sarraceno

 

 

 

Cálcio

114

18

-84,21

Fosforo

282

347

+23,05

Ferro

3,1

2,2

+29,03

Potássio

448

460

+2,68

Magnésio

229

231

+0,87

Arroz Branco

 

 

 

Cálcio

24

9

-62,50

Fosforo

94

108

+14,89

Ferro

0,8

0,08

0,00

Potássio

92

86

-6,52

Magnésio

28

36

+26,00

As tabelas ilustram claramente as estatísticas preocupantes de como toda essa ignorância por parte dos agricultores, e concordância e arrogância em nome dos chamados cientistas da Revolução Verde, criou o tipo de dano que destruiu nossa saúde e o meio ambiente. A Tabela 3 compara as análises de alta e baixa das médias entre 1948 e 1992. 

Tabela 5

Variação: Teor Nutrientes Carne Bovina e Frango
de 1963 a 1992 (por 100 gramas)

 

1963

1992

Variação

Unidade

mg

mg

%

Carne bovina moída

 

 

 

Cálcio

10

8

-20,00

Ferro

2,7

1,73

-35,93

Magnésio

17

16

-5,88

Fósforo

156

130

-16,67

Potássio

236

228

-3,39

Vitamina A

40 UI

0,00

-100,00

Tiamina

0,8

0,03

-52,50

Riboflavina

0,16

0,151

-5,63

Niacina

4,30

4,48

+4,19

Carne de Frango

 

 

 

Cálcio

12

10

-16,67

Ferro

203

198

-2,46

Magnésio

1,3

1,03

-20,77

Fósforo

285

238

-16,49

Potássio

23

23

0,00

Vitamina A

150 UI

45 UI

-70,00

Tiamina

0,1

0,069

-31,00

Riboflavina

0,12

0,134

+11,67

Niacina

7,7

7.87

+2,21

Em quase todos os exemplos, a média para 1992 dificilmente chega perto das mínimas de 1948. Da mesma forma, a Figura 1 mostra as somas das médias encontradas em vegetais selecionados colhidos em 1914, 1963 e 1967. As mesmas tendências de grandes perdas de minerais verificadas pelo USDA também são encontrados em frutas, grãos, feijão, carne bovina e frango. Veja as Tabelas 4, 5, 6 e 7. 

Uma vez que as plantas são criticamente dependentes de minerais para sintetizar complexos que as protegem da devastação de doenças e insetos, os resultados da “agricultura extrativa” têm tido um aumento proporcionalmente inverso na dependência de fungicidas e inseticidas.

Tabela 6: Mudanças no conteúdo mineral do feijão

Variação Teor de Minerais no Feijão
de 1963-1992 (por 100 gramas)

 

1963

1992

Variação

Unidade

mg

mg

%

Feijão Carioca

 

 

 

Cálcio

135

121

-10,37

Ferro

6,4

5,88

-8,13

Magnésio

1,70

159

-6,47

Fósforo

457

418

-8,53

Potássio

9,84

1.328

+34,96

Grão de Bico

 

 

 

Cálcio

150

105

-30

Ferro

6,9

6,24

-9,57

Magnésio

NA

115

NA

Fósforo

331

368

+10,57

Potássio

797

875

+9,79

Além disso, maiores quantidades de antibióticos e outros medicamentos também são necessários para combater doenças em animais e humanos devido ao comprometimento da imunidade. As chamadas “doenças degenerativas incuráveis” estão aumentando a taxas exponenciais incluindo Câncer, Osteoporose, Esclerose Múltipla, Síndrome da Fadiga Crônica, Depressão, Distúrbios de Aprendizagem, Transtorno do déficit de atenção, Hiperatividade, Autismo e assim por diante.

Enquanto isso, os Estados Unidos apresentam alguns dos níveis mais altos
de obesidade do mundo, incluindo 61% da população com sobrepeso.

Tabela 7

Variação: Teor de Nutrientes em vegetais folhosos
de 1963-1992 (por 100 gramas)

 

1963

1992

Redução

Unidade

mg

mg

%

Brócolis Cru

 

 

 

Cálcio

103

48

53,4

Ferro

1,1

0,88

20,00

Magnésio

24

25

4,17

Fósforo

78

66

15,38

Potássio

382

325

14,92

Alface Romana

 

 

 

Cálcio

68

36

47,06

Ferro

1,4

1,1

21,43

Magnésio

NA

6

NA

Fósforo

25

45

80

Potássio

264

290

9,85

Alface Americana

 

 

 

Cálcio

20

19

5

Ferro

0,5

0,5

0,00

Magnésio

11

9

18,18

Fósforo

22

20

9,09

Potássio

175

158

9,71

Couve

 

 

 

Cálcio

203

29

85,7

Ferro

1,00

0,19

81

Magnésio

57

9

84,21

Fósforo

63

10

84,13

Potássio

401

169

57,86

Acelga

 

 

 

Cálcio

88

51

42,06

Ferro

3.2

1,8

73,75

Magnésio

65

81

24,62

Fósforo

39

46

17,95

Potássio

550

379

31,09

(*) Jerry Brunetti faleceu aos 64 anos em dezembro 2014. Jerry estudou Ciência Animal na Universidade Estadual da Carolina do Norte, EUA.  Foi um palestrante mundial especializado na formulação e produção de produtos de saúde de animais e humanos. Desenvolveu um conhecimento inigualável sobre a dinâmica dos sistemas biológicos e fertilidade do solo. Proclamou apaixonadamente ao seu público a forte ligação entre solo saudável, alimentos verdadeiramente nutritivos, agricultura lucrativa e comunidades saudáveis. 

Pitaco Conceição Trucom: invadindo o tema muito bem estudado pelo Jerry, venho dar minha singela conclusão, sugestão e alerta; para que busquemos praticar, valorizar e incentivar que mais e mais agricultores familiares pratiquem técnicas de cultivo mais agroecológicas. Também que busquemos pelo consumo de um sal mais integral e fresco, que contém maior pluraridade destes minerais, mas que para maior assimilação dependem da associação com alimentos que façam a sua quelação. No caso, estamos falando dos ácidos cítricos e málico, presentes nas frutas cítricas, em especial nos limões de todas as variedades: tahiti, cravo, galego e siciliano. Incluso as variedades mais rústicas que encontramos em biomas como restingas, mata atlântica, cerrado e amazônico: os limões PANC.

 

E super sugiro a leitura do Sal da Vida
e o consumo do fitosal que comercializamos.
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* Conceição Trucom
 (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).

Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citadas a autora e a fonte: www.docelimao.com.br

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