SVB: Sociedade Vegetariana Brasileira *
Está cada vez mais evidente que o confinamento de um grande número de animais, em condições de alta densidade, em ambientes fechados e insalubres é uma das principais causas do surgimento de novos patógenos (agentes transmissores de doenças). O surgimento de vírus até então desconhecidos como SARS, Ebola, AIDS, gripe suína, gripe aviária, além de doenças como Sarampo e Varíola, cujas origens estão na caça e produção de animais para consumo, devem acender a luz de alerta na humanidade.
Isso significa que estamos diante não apenas de uma oportunidade, mas de uma necessidade em adotar novos métodos e modelos de consumo, em todo o planeta. Não se tratam apenas de novas doenças, mas também do consumo excessivo de medicamentos como os antibióticos. Usados como recursos para combater patógenos multiplicados em ambientes com elevado volume de animais confinados e também nas pandemias, muitos deles estão perdendo a
eficácia.
Segundo dados compilados pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), cerca de 700 mil mortes ao ano já ocorrem por infecções resistentes a antibióticos. A estimativa é que, em 2050, o número de mortes por infecções resistentes a antibióticos deverá alcançar a marca de 10 milhões de pessoas, por ano – número maior do que àquelas caudas por câncer ou diabetes.
A presença de cepas de bactérias resistentes a vários antibióticos (superbactérias) em alimentos de origem animal já foi relatada em diversos estudos. Um exemplo é que esses micro-organismos resistentes a vários medicamentos já foram identificadas na carne vendida em sete mercados tradicionais, no estado de São Paulo.
Se por um lado, o veganismo desponta disparado como a melhor alternativa de consumo, por outro nem todos podem estar preparados ou até mesmo dispostos a mudar radicalmente a alimentação. Mas é fato que um meio termo precisará ser aplicado, o que certamente oferecerá uma grande oportunidade não só para o planeta e os animais, mas também em termos de novos negócios. Tudo indica que a reinvenção da humanidade após o coronavírus não deve ficar restrita somente ao consumo digital.
Nós já temos informações suficientes para mostrar que a saúde da humanidade está em nosso prato.
Considerar o veganismo agora é uma questão de saúde pública.
Quem desejar saber mais, recomendo estudar sobre ZOONOSE
que são as doenças transmitidas pelos animais...
Pitaco Conceição Trucom: ser vegano não isenta ninguém de seguir estudando e viver em estado de alerta. Porque os alimentos de origem vegetal podem ser transgênicos, oriundos de monoculturas lotadas de agrotóxicos, podem ser refinados e ultra processados. Também fritos, e lotados de açúcar ou glúten... Escolhas alimentares necessitam de contínuos estudos e observações pessoais do seu metabolismo. Um exemplo: as combinações alimentares.
Ainda, um olhar muito atento e esperto para as arapucas da indústria alimentícia e dos maus hábitos que levam às doenças metabólicas como diabetes e obesidade.
BOAS NOTÍCIAS:
‘’Consumidores Conscientes’’ tem procurado tomar decisões sustentáveis em suas compras, com isso, as proteínas de origem vegetal vem ganhando espaço. Segundo dados da Euromonitor, embora as proteínas vegetais ainda sejam um mercado de nicho no país, a preocupação dos consumidores com a origem dos alimentos encoraja o mercado a inovar e crescer neste ramo. Hoje o plant based não é só mais para vegetarianos e veganos, também para onívoros e flexitarianos (aqueles que optam pela redução de carne em alguns momentos). Carolina Godoy - BHB Food e Suplementos
Referências Bibliográficas:
https://amr-review.org; Van Boeckel et al 2019. Science 365 (6459). Reperant et al 2013. Current Topics in Microbiology and Immunology 365: 49–81.
Casella et al 2015. International Journal of Food Microbiology 197: 88–91.
Reperant et al The importance of understanding the human-animal interface: from early hominins to global citizens. Curr. Top. Microbiol. Immunol. 2013
Paim & Alonso, 2020. Pandemias, saúde global e escolhas pessoais.
(*) Artigo exclusivo enviado por: SVB