Bloyd-Peshkin e Corydon Ireland *
Das dez principais causas de morte entre os norte-americanos, seis estão relacionadas à alimentação: doenças cardíacas, câncer, derrame, diabete, problemas crônicos do fígado e arteriosclerose. As cinco doenças mais frequentes - hipertensão, obesidade, osteoporose, problemas dentários e gastrointestinais; também estão ligadas à alimentação.
Já que a relação entre nutrição e saúde é tão clara, seria lícito supor que os médicos, a quem pedimos conselhos sobre saúde, fossem especialistas em nutrição. Mas não são, porque a educação nutricional que os médicos recebem durante sua formação é inadequada. O número de faculdades de medicina que inclui nutrição como matéria obrigatória até caiu nos últimos anos.
existia um curso de nutrição obrigatório e apenas dois terços
ofereciam nutrição como matéria opcional.
Por que a nutrição é tão negligenciada? Eleanor Young, Ph. D., professora de nutrição da Universidade do Texas, apresentou uma palestra em que atribuiu essa falha a uma série de fatores. Como o currículo das escolas de medicina tem aumentado demasiadamente, tópicos menos valorizados - como nutrição - são excluídos, sendo que a ênfase é dada ao tratamento de doenças agudas e não à manutenção da saúde.
Pouca ênfase, pouco respeito
"Naquela época", continua Cohen, "não se reconhecia o elo entre nutrição e doença". Ele aprendeu sozinho. "Tive a sorte de perceber a importância da alimentação e me tornar autodidata". Ele acabou se tornando vegetariano.
Portanto, apesar do crescente reconhecimento da importância da nutrição entre os pesquisadores, e até entre o público em geral, os estudantes de medicina não aprendem a orientar seus pacientes em questões de alimentação.
Como resultado, os médicos, que deveriam ser os pioneiros
na mudança dos hábitos alimentares, estão ficando para trás.
"Em nosso país, aprendemos medicina voltada para a doença e (má) alimentação não é vista como doença", diz a Dra. Uchitelle, clínica geral e especialista em diabete. A faculdade de medicina da Universidade de Southern Illinois, em Springfield, onde ela se formou em 1985, tinha um curso obrigatório de nutrição. Entretanto ela mesma confessa: "Ninguém tinha muito respeito. Meus colegas consideravam nutrição uma matéria mole, não tão importante quanto anatomia do cérebro."
A nutrição é incorporada a outras matérias. Em bioquímica, por exemplo, os estudantes aprendem o papel de vários nutrientes a nível molecular, em anatomia e fisiologia, estudam o trato digestivo e como diversos alimentos são processados e como diversos nutrientes são absorvidos; em farmacologia, aprendem como vários alimentos interagem com determinadas drogas. Apresentar nutrição de forma tão fragmentada não ensina aos alunos que aquilo que a pessoa come pode ser o motivo principal de saúde ou doença.
Mas, por melhores e modernos que sejam os cursos de nutrição, de nada adiantam para os estudantes de medicina que deles não participam. Como em 75% das faculdades de medicina a nutrição não é matéria obrigatória e apenas 6% dos alunos optam por nutrição como matéria opcional, a maioria dos estudantes se forma sem nunca ter tido aulas de nutrição.
Então, Doutor, o que o senhor sabe?
- - 72% dos médicos que responderam informaram que não tiveram aulas de nutrição na faculdade.
- - 78 % responderam que não se sentiam preparados para lidar com os problemas nutricionais de seus pacientes.
- - Mais de 99 % concordaram que nutrição é uma parte importante dos cuidados de saúde e, no entanto, não se sentem habilitados para ajudar os pacientes a melhorar a alimentação.
- - Alguns médicos alegaram que não têm tempo para abordar a alimentação com os clientes.
- - Outros informaram que não têm auxiliares treinados para ajudar no tratamento alimentar, que o seguro médico não cobre esses serviços e que consideram outros problemas de saúde mais importantes do que a nutrição.
O Dr. Klaper fundou o Institute for the Advancement of Nutricion Education and Research (Instituto para a Melhoria da Educação e Pesquisa em Nutrição) na Califórnia, destinado à atualização médica. Assim, poderão ajudar seus pacientes a evitar os efeitos debilitantes da alimentação errada. O curso é reconhecido pela American Academy of Family Physicians, o Canadian College of Family Physicians e o American Dietetic Association. Denominado "Deixe o alimento ser o seu remédio", o curso analisa as questões básicas da nutrição - como a alimentação afeta o organismo e seu papel em doenças específicas. Atualmente, o Dr. Klaper recebe correspondência de médicos do mundo inteiro interessados no curso.
Médicos e nutricionistas precisam dessa arma poderosa porque seus pacientes querem conselhos sobre alimentação. O interesse do público nas pesquisas está aumentando. "Todos os dias divulgam artigos sobre a importância da alimentação com pouca gordura e bastante fibras, com muitas frutas e verduras. Também aparecem novas informações sobre a relação entre a alimentação e vários tipos de câncer e outras doenças", diz o Dr. Cohen. “Nos corredores dos hospitais, ouço cardiologistas discutindo a importância do consumo de frutas e verduras para evitar pontes de safena".
(*) Sharon Bloyd-Peshkin é editora do Vegetariam Times. Corydon Ireland é jornalista nas áreas de saúde e meio-ambiente em Nigara Falls, N.Y.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria e a fonte www.docelimao.com.br
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