Conceição Trucom *
Sem as abelhas, o homem pode desaparecer em quatro anos - Albert Einstein.
Quer a frase tenha saído ou não da boca do famoso cientista, a queda assustadora da população das abelhas no planeta é sim uma grande preocupação.
Diante de tantos alertas que fazemos quanto ao males do consumo do açúcar e adoçantes, as pessoas concluem que adernar para o mel é a grande solução. Difícil fazer as pessoas entenderem que mel não é um adoçante ou um substituto do açúcar.
O ser humano precisa reduzir seu consumo de açúcar, pelo princípio que excesso de açúcar faz mal à saúde. Colocar o mel para substituir o consumo de açúcar NÃO É SOLUÇÃO, é fuga.
O mel mas somente um remédio, que portanto deve ser usado com absoluta moderação, responsabilidade e consciência ecológica. Usado como adoçante ele também irá provocar transtornos à saúde, pois uma substância super glicêmica (funciona como injeção de glicose na veia) e, ao eco-sistema.
Para esclarecer melhor nossa posição com relação ao consumo do mel e derivados, fiz esta pesquisa, dividida em 2 textos, que apresento a seguir:
As abelhas estão sumindo (Marcella Cartier, Superinteressante – 11/2009)
Nada mais organizado e aparentemente tranqüilo do que uma colméia. Milhares de abelhas, cada uma com sua função, trabalham numa harmonia perfeita. Tudo está bem na colméia até que algo estranho acontece. Sem motivo aparente, as abelhas surtam: simplesmente abandonam a colméia, deixando para trás suas larvas, para nunca mais voltar.
Ninguém sabe para onde elas foram, nem se ainda estão vivas - pois não há rastros ou insetos mortos nos arredores da colméia. É um comportamento muito estranho, e que está se espalhando pelo mundo: as abelhas de 10 países já apresentaram essa síndrome, que foi batizada de colony collapse disorder (desordem e colapso de colônia).
Só nos EUA, o lugar mais afetado pela doença, 50 bilhões de abelhas sumiram, esvaziando 40% das colméias do país. Os primeiros casos da síndrome apareceram em 2006, mas só agora os cientistas descobriram o que está fazendo as abelhas fugirem. “É uma infecção por vírus, que danifica o código genético dos insetos”, afirma a entomóloga May Berenbaum, da Universidade de Illinois.
Esse vírus, que ainda não foi isolado, causa modificações em 65 genes dos insetos – e isso é que estaria provocando o comportamento bizarro das abelhas, cujo desaparecimento pode ter consequências muito mais graves do que a falta de mel. As abelhas são responsáveis pela polinização de mais da metade das 240 mil espécies de plantas floríferas que existem no mundo. Sem as abelhas, essas plantas não teriam como se reproduzir e sobreviver. Se um mundo sem abelhas já seria ruim, imagine sem flores.
O sumiço das abelhas (Gisela Heymann, de Paris – Ed. Mônica Nunes, Planeta Sustentável 01/10/2009)
Todo mundo sabe que abelhas produzem mel, um dos alimentos mais nutritivos e gostosos que se pode encontrar, além de geléia real, cera e própolis. Mas pouca gente conhece uma outra função desses insetos, essencial para a vida na Terra. Em seu vai e vem cotidiano, em busca de alimento, as abelhas são responsáveis por transportar o pólen das flores e com isso fecundam as plantas, espalhando vida por onde passam. Oitenta porcento do meio ambiente vegetal é fecundado pelas abelhas. Graças a elas, 20 mil espécies ameaçadas de extinção ainda resistem.
E mais: quase metade da nossa alimentação depende exclusivamente do trabalho incessante das operárias, que chegam a percorrer 3 quilômetros a cada vez que deixam suas colméias. Elas são cerca de 40 mil/colônia, que giram em torno de uma única rainha ou, no máximo, duas.
Caça aos indícios
Há 80 milhões de anos as abelhas cumprem diariamente a tarefa de polinizar plantas. Elas sobreviveram às mudanças climáticas e se adaptaram a quase todos as regiões do mundo. Isso até poucos anos atrás. Desde então, colônias inteiras começaram a desaparecer sem deixar vestígios - um mistério que os cientistas ainda tentam desvendar. Nenhum cadáver de abelha é encontrado e as colméias parecem ter sido totalmente abandonadas pelas operárias.
O fenômeno ocorre em várias regiões do mundo: da China aos Estados Unidos e Canadá, passando pela Europa e até na América Latina. De 30% a 80% das colônias simplesmente sumiram nos últimos dois anos. Diante do que pode se tornar uma catástrofe ambiental, especialistas deram uma de Sherlock Holmes e saíram à caça do maior número possível de informações para explicar as mortes suspeitas. Mas, partindo de uma certeza: a de que as mudanças ambientais provocadas pela ação do homem estão envolvidas nisso.
Produtos químicos
Os apicultores, criadores de abelhas, foram os primeiros a alertar para a mortalidade anormal dos insetos. Eles acusam agricultores de utilizar grandes quantidades de pesticidas, para proteger suas plantações. Os produtos químicos seriam, então, os assassinos. Mas cientistas também descobriram que as colônias estavam sendo atacadas por vírus e fungos, além de um parasita chamado Varroa destructor, uma espécie de ácaro, que tem o pouco simpático apelido de "vampiro de abelhas". Até agora, cada um defendia sua teoria, mas ninguém conseguia uma prova definitiva contra os suspeitos.
Gangue de predadores
Em 2009, cerca de dez mil cientistas e apicultores se reuniram na França para comparar suas teses. E chegaram à seguinte conclusão: todos os suspeitos têm culpa no cartório. As abelhas da espécie Apis mellifera estão sendo intoxicadas aos poucos pela forte concentração de pesticidas encontradas nas flores. Enfraquecidas, elas não conseguem mais se defender contra vírus, fungos e parasitas e perdem a luta contra os predadores com mais facilidade do que antes.
Mas a alimentação das abelhas também contribui para sua fragilidade. Devido à agricultura intensiva, elas não encontram mais tantas variedades de flores pelo caminho. Seu organismo fica debilitado, assim como uma pessoa que só come macarrão ou abobrinha em todas as refeições de sua vida. Esses fatores se combinam de formas diferentes, de acordo com a região do mundo que se estuda, e o problema se agrava quando há escassez de água limpa, devido à poluição , contaminação e seca.
Plantar mais, Destruir menos
Resta saber o que o homem vai fazer a partir de agora para tentar salvar a espécie. O grande físico Albert Einstein, pai da teoria da relatividade, teria afirmado, já nos anos 40, que a humanidade não resistiria caso as abelhas deixassem de existir. Sem transporte de pólen, nada de fecundação das plantas e sem plantas, não há como alimentar o mundo. Você sabia que em 2050 seremos mais de 9 bilhões de pessoas vivendo no mesmo planeta O desafio será então cultivar mais, destruindo menos o nosso meio ambiente.
Saiba mais em:
Um mistério à solta no ar: Abelhas desaparecem nos EUA e na Europa, provocando prejuízos...
Enxame de vilões: Congresso sobre apicultura no sul da França conclui...
Fontes:
http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/bichos/sumico-abelhas-502389.shtml
http://www.saudeanimal.com.br/abelha8.htm
http://www.ufv.br/dbg/bee/produtos.htm
http://www.vegetarianismo.com.br/sitio
Pesquisa realizada por Janei Pedri - Equipe Doce Limão.
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Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citadas a autora e a fonte: www.docelimao.com.br
* Conceição Trucom (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).