Rita Loiola*
O que você come? Descubra a seguir o que se esconde por trás de dois dos alimentos mais consumidos no País.
Está na hora de uma revolução no seu prato. Vamos às facas e garfos, é hora de derrubar o antigo regime autoritário que o ensinou a encarar a comida como um cálculo maluco de calorias e horas gastas na academia. Com os recursos da ciência, surge um novo e mais feliz jeito de se relacionar com os alimentos.
Você sempre desconfiou das restrições calóricas no seu prato? E de viver fazendo regime ou de precisar prestar atenção o tempo todo nas proporções nutricionais estampadas no pacote de biscoitos? Não acha estranha essa obsessão das capas de revistas pela dieta ideal, pela fórmula rápida para o abdome tanquinho?
Sabia que só nos EUA são gastos pelo menos US$ 40 bilhões por ano em programas e produtos para a redução de peso? E que no Reino Unido metade da população faz dieta ou exercícios?
No Brasil, as estatísticas são parecidas: 50% das mulheres e um quarto dos homens se submetem a algum regime, mas quase metade dos brasileiros vive acima do peso.
Mesmo com tudo isso, com esse mar de fórmulas e gente lhe dizendo o que e como comer, a sombra dos quilos a mais continua pesada sobre a nossa vida. Portanto, se sempre desconfiou de tudo isso: ponto para você!
Afinal, alertam médicos, chefs e pesquisadores, se essas fantasias funcionassem, hoje não seríamos um mundo tão gorducho. Nem tão infeliz.
As estimativas mais otimistas mostram que o número de pessoas acima do peso soma 1,6 bilhão, ultrapassando o 1,02 bilhão que passa fome. No Brasil, os gordos são 43%, enquanto os esfomeados são menos de 6%. E, se a tendência assustadora não for interompida, daqui a cinco anos serão 2,3 bilhões de gordos na Terra, avisa a ONU. A instituição está tão preocupada que declarou a epidemia de obesidade como um dos dez principais riscos para a saúde mundial.
No início de março, a Organização Mundial da Saúde declarou que existem 42 milhões de crianças (de até 5 anos) acima do peso no mundo, propensas a ter problemas cardiovasculares, diabetes e morte prematura. Há até uma nova palavra para essa doença: "globesidade", combinação entre palavras global e obesidade.
Um dos motivos de a coisa estar tão feia são os mitos que rodeiam o prato de todo dia. Se é que sabemos o que realmente vai ali dentro.
Eliminar carboidratos ou lipídios adianta? Na maioria das vezes, o que chamamos de comid
nem sempre é bom de comer.
A NOVA dieta da NOVA DÉCADA
A chave para viver em forma, feliz e de barriga cheia está bem escondida debaixo de um calhamaço de estudos. Mas ela existe. Para a psicoterapeuta americana Pat Thomas, consultora da BBC e editora da revista The Ecologist, o primeiro problema são os regimes que, além de não ajudarem a perder peso, expõem o corpo a produtos tóxicos, provocam insatisfação e geram distúrbios. "A causa da epidemia de obesidade não tem a ver só com calorias", diz Pat, autora do livro O Século 21 Está Deixando Você Gorda. "É mai s complexa e está relacionada ao modo de vida contemporâneo. Transformamos nosso planeta em uma baderna, e o excesso de peso é apenas o sintoma disso."
As evidências ela tirou da própria insatisfação e também de dados como os publicados pela Universidade de Harvard, nos F.UA, em 2009. Um estudo concluiu que, mesmo comendo pouco, os alimentos processados são tão calóricos que acabam nos engordando. Vendo que as calorias não explicavam tudo, Pat recolheu trabalhos sobre ganho de peso e sua relação com a poluição e exposição a químicos. No fim, percebeu que a falta de sono, a classe social, o hábito de ver TV ou a idade da mãe estão entre os reais causadores da obesidade. Engordar pode ser uma reação alérgica aos tóxicos da comida moderna. Nesse cenário, a preguiça mais o prato generoso são o menor dos problemas . "Informação é mais importante para perder as medidas que contar as calorias."
Isso significa descobrir de onde vem a comida e por quais processos passa antes de chegar à boca. E ter consciência de que até a salada chegar ao prato, dá-lhe bônus de herbicidas pesticidas, antibióticos, poluentes, hormônios e mais um amontoado de aditivos, que, para a americana, podem deixar até um simples gole de água envenenado (ela afirma que podem existir até 60 drogas na água que bebemos, principalmente a que vem de garrafinhas plásticas).
"Há muita coisa errada com a vida urbana de hoje. A solução é fazer pequenos ajustes na rotina. Em vez de seguir um cardápio de poucas calorias é melhor seguir um de atitudes", diz.
No menu: aprender a respirar, livrar-se do excesso de TV (e da mania de comer olhando para ela) e não exagerar nos exercícios; afinal, quanto mais calorias se gasta, mais fome se tem. E o mais importante: aprender a processar os alimentos. Escolher, comprar os ingredientes e fazer as próprias refeições é a estrada para a salvação. "Ninguém mai s perde tempo cuidando dos ingredientes ou pensando em como apresentar um prato. Cozinhar no mundo de hoje é uma ação subversiva."
* Fonte: Revista Galileu - Abril 2010 - Editora Globo
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Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autora e a fonte www.docelimao.com.br
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