O que o sono tem a ver com os hormônios? A FOME!

 O que o sono tem a ver com os hormônios? A FOME!

Por José Augusto Menegatti * 

O Método Menegatti do Movimento Fluente entende que a biologia do ser humano deve ser favorecida pelo exercício, alimentação e sono para que ela seja capaz de lidar eficientemente com os agentes estressores. A relação íntima destes aspectos direciona este Método de trabalho e por isso devemos compreender a natureza do ser humano para favorecer a morfofuncionalidade na sociedade atual.

Segundo WILLEY e FROMBY (2000) a sociedade vem evoluindo freneticamente, na parte de tecnologia, estudos e etc., porém fisiologicamente o ser humano é o mesmo há dois milhões de anos. Ou seja, como já dito nos textos anteriores (* ver site do autor):

'Nós ainda "funcionamos" como nossos antepassados que dependiam da
luz natural e das estações do ano para obter alimento'

No verão muitos alimentos estavam disponíveis e no inverno se tornavam escassos, por isso o verão era a época em que se comia tudo que fosse possível para armazenarmos em forma de gordura e lidarmos com a escassez do próximo período. Neste período, com o hormônio insulina em alta devido à alta taxa de frutose (açúcar) liberada pelas frutas consumidas e aliada a claridade que nos proporcionava mais tempo para comer, seguíamos engordando!

Estocar energia dos carboidratos (açúcares) na forma de gordura não era um problema. Assim que o verão terminava tínhamos todos os outros meses para consumirmos este estoque, pois a ingestão de alimentos era menor. Outros tipos de alimentos que não elevavam tanto a insulina como a caça (proteína), alguns vegetais e frutas oleaginosas, além do fato de termos mais tempo de sono, nos faziam gastar a reserva de energia, ou seja, a gordura, até o ciclo recomeçar.

O estilo de vida nas sociedades modernas mudou, morfofuncionalmente o ser humano é praticamente o mesmo, mas a disponibilidade de alimento passou a ser igual nas diferentes estações do ano. Comemos como se fosse sempre verão, ano após ano... Os carboidratos estão sempre abundantemente disponíveis, assim como a luz artificial, tornando as pessoas cada vez mais obesas e diabéticas.

A obesidade fica fácil de entender o porquê, já o diabetes (tipo 2) é preciso compreender que o constante consumo de carboidratos de má qualidade e em altas quantidades leva à intolerância à glicose, resistência à insulina tornando a pessoa diabética (SPIEGEL et al., 2005).

A regulação hormonal que ocorre durante as horas de sono é extremamente importante para que o apetite durante o estado de vigília seja adequado às necessidades biológicas. No texto anterior sugerimos que se apague as luzes mais cedo para que se tenha mais horas de sono, assim o nível de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) poderá baixar para que a melatonina que atua no sistema  imunológico, seja produzida pelo tempo necessário assim como a prolactina, hormônio que controla nosso apetite através de outro hormônio, a leptina que quando presente nos dá a percepção de saciedade (SHARMA e KAVURU, 2010). 

A presença da prolactina bloqueia a produção de leptina e nosso apetite por carboidratos fica aguçado, então se dormimos pouco a prolactina estará presente durante o dia. Quando esta delicada relação entre as produções hormonais na fase de vigília e de sono é alterada ocorrem os distúrbios relacionados à alimentação.

Assim como apagar a luz mais cedo favorece a qualidade do sono, a alimentação antes deste período também pode favorecê-lo. Como a digestibilidade dos alimentos é algo muito individual, cada pessoa deve adequar sua última refeição às suas características. Uma alimentação de fácil digestão com quantidades balanceadas dos nutrientes não irão sobrecarregar o sistema digestivo. Lembre-se que alimentos de difícil digestão são agentes estressores que aumentam o nível de estresse e portanto podem dificultar que o nível de cortisol baixe, e com isso toda a regulação hormonal pode ficar prejudicada, mesmo fechando os olhos e “dormindo”.

Referências bibliográficas:

  • KNUTSON, K.L. et al. The metabolic consequences of sleep deprivation. Sleep Med. Rev., v.11, n.3, p.163-178, jun 2007.
  • SPIEGEL, K. et al. Sleep loss: a novel risk factor for insulin resistance and Type 2 diabetes. J Appl Physiol. 2005 Nov;99(5):2008-19 
  • SHARMA, S.  & KAVURU, M. Sleep and metabolism: an overview International Journal of Endocrinology, v. 2010.
  • WILLEY, T.S. e FORMBY, E. Apague a luz: durma melhor e perca peso, diminua a pressão arterial e reduza o estresse. São Paulo: Ed. Campus, 2000.

(*) Saiba mais visitando o site do professor Menegatti: http://www.menegatti.com.br

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