Talvez você já tenha ouvido alguém dizer, após a prática de esporte ou mesmo na praia, que a água de coco repõe a energia. Essa bebida é bastante consumida por atletas e praticantes de atividades físicas, mas a sua principal contribuição é na reposição de sais minerais, porque apesar da polpa ser bastante calórica (590 calorias/100 g), um copo de água de coco é muito pouco calórico (22 calorias/100 ml).
As tabelas a seguir fornecem uma lista dos elementos de constituição, dos mais importantes macrominerais e microminerais, destacando suas funções (importância) no corpo humano:
Tabela 1- Importância dos Elementos de Constituição
ELEMENTOS DE CONSTITUIÇÃO | IMPORTÂNCIA |
Oxigênio | Constituinte da água e das moléculas orgânicas (que contém carbono e hidrogênio, produzidos por um sistema vivo). É necessário para a respiração celular, que produz trifosfato de adenosina (ATP), uma substância química muito rica em energia. |
Carbono | Encontrado em toda a molécula orgânica. |
Hidrogênio | Constituição da água, de todos os alimentos e da maior parte das moléculas orgânicas. |
Nitrogênio | Componente de todas as proteínas e ácidos nucleicos: O ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA). |
Tabela 2- Importância, efeitos do excesso, efeitos da deficiência e onde encontrar dos Macro e Microminerais
MACRO-MINERAIS | Importância | Efeitos do Excesso | Efeitos da deficiência | Onde encontrar |
Cálcio (Ca+2) | Atua na formação de tecidos; ossos e dentes; age na coagulação do sangue; contração muscular, regulação de batimentos cardíacos; combate as infecções e mantém o equilíbrio de ferro no organismo. | Perda da função renal; formação de cálculos renais; | Osteoporose; raquitismo; deformações ósseas; enfraquecimento dos dentes; crescimento retardado. | Queijo; leite; vegetais de folhas verde-escuras; sardinha e salmão. |
Sódio (Na+) | Equilíbrio ácido-básico; equilíbrio da água corporal; transmissão de impulsos nervosos. | Pressão arterial alta; problemas renais. | Cãibras e retardamento na cicatrização de feridas; náuseas. | Sal de cozinha; vegetais; leite e derivados. |
Magnésio (Mg+2) | Ativa as enzimas que participam na síntese das proteínas. | Diarréia. | Falha no crescimento; distúrbios de comportamento; tetania (movimentos abruptos, convulsões e coma); | Vegetais com folhas verdes; grãos integrais; frutas cítricas (maçã e limão). |
Fósforo (P3) | Formação de ossos e dos dentes; equilíbrio ácido-básico. | Erosão da maxila. | Fraqueza; desmineralização óssea; perda de cálcio. | Nozes; leite e derivados; carne; miúdos; aves; peixe; ovos; leguminosas; queijo e cereais. |
Potássio (K+) | Equilíbrio ácido-básico; equilíbrio da água corporal; transmissão de impulsos nervosos. | Nenhum, se os rins funcionam bem. Com função renal precária causa acúmulo de potássio e arritmias cardíacas. | Cãibras musculares; ritmo cardíaco irregular; confusão mental; perda de apetite; Morte. | Vegetais verdes (especialmente couve); banana; laranja; chá; arroz integral. |
Enxofre | Equilíbrio ácido-básico; função hepática. | Desconhecidos. | Difícil de ocorrer se a ingestão dietética for adequada. | Laranja; proteínas (carnes, ovos); Conservantes alimentares; nozes; alho; batata; couve-flor e abacaxi. |
Cloro (Cl-) | Participa dos processos de equilíbrio hídrico celular e na manutenção do pH. | Juntamente com o sódio, contribui para a pressão arterial alta. | Difícil de ocorrer se a ingestão dietética for adequada. | Alimentos que contêm sal; alguns vegetais; frutas. |
MICRO- MINERAIS | Importância | Efeitos do Excesso | Efeitos da deficiência | Onde encontrar |
Flúor (F―) | Forma esmalte dos dentes e participa da formação dos ossos; previne dilatação das veias, cálculos da vesícula e paralisia; equilibra os fluidos no organismo. | Manchas nos dentes; densidade óssea alta. | Formação de cáries. | Encontrado na água fluoretada; frutos do mar; peixes; cebola; couve-flor; maçã; sal (cloreto de sódio); alimentos processados com sal adicionado. |
Cromo (Cr+2 e Cr+3) | Componente de algumas enzimas; participa no metabolismo da glicose; reduz os níveis de colesterol. | Inibição de enzimas; exposições ocupacionais; danos à pele e aos rins. | Menor capacidade de metabolizar a glicose. | Encontrado em frutas; carne; queijos e laticínios; cereais integrais; batata; fígado; levedo de cerveja e legumes verdes. |
Iodo (I―) | Faz funcionar a glândula tireóide. | As ingestões muito altas deprimem a atividade tireóidea. | Bócio (papo formado pelo crescimento da glândula tireóide); retardamento físico e mental (em crianças); obesidade; cansaço. | Peixes; frutos do mar; vegetais; sal iodado e laticínios. |
Selênio | Funciona em íntima associação com a vitamina E. Atua no metabolismo da gordura e é antioxidante. | Distúrbios gastrointestinaise irritações pulmonares. | Anemia (rara); mialgia. | Cereais integrais; Castanha-do-pará; carne; frutos do mar; atum e bacalhau. |
Cobre (Cu+2) | Componente das enzimas associadas ao metabolismo do ferro. | Condição metabólica rara (doença de Wilson). | Anemia; alterações ósseas (rara em seres humanos). | Carnes; água potável. |
Zinco (Zn+2) | Componente das enzimas que participam na digestão. | Febre; náuseas; vômitos; diarréias. | Falha no crescimento; glândulas sexuais pequenas. | Extensamente distribuído nos alimentos. |
Ferro (Fe+2) | Compõe a hemoglobina e as enzimas que atuam no metabolismo energético. | Doenças cardíacas; cirrose hepática. | Anemia; hemorragia intestinal; fraqueza e menor resistência às infecções. | Leguminosas (feijão); fígado; rim; coração; gema de ovo; verduras; nozes; frutas secas; azeitona e salsa. |
O alumínio é um metal cujo impacto sobre a saúde pública tem chamado a atenção de médicos e pesquisadores, devido à hipótese de que ele provoque a doença de Alzheimer. A lenta contaminação de pessoas pode estar sendo causada pela ingestão de alimentos preparados em panelas de alumínio ou acondicionados em embalagens feitas com esse metal e pelo uso de desodorantes antitranspirantes.
O flúor causa depressão por eliminar o lítio do organismo, queda de cabelo crônica, varizes, hemorroidas, estrias, flacidez, celulite, dificuldade de cicatrização, catarata e outros problemas de saúde. Anteriormente, a principal causa de intoxicação por flúor residia na ingestão acidental de inseticidas ou raticidas que continham o elemento em questão. Na atualidade, a maior parte dos casos se deve a ingestão de dentifrício. Também tem ocorrido intoxicação devido ao mau funcionamento dos equipamentos de fluoretação da água.
O mercúrio causa intoxicações nas suas três formas: o mercúrio metálico, os sais de mercúrio e os compostos organomercúricos. Assim como no caso do chumbo, suas principais vias de absorção são o sistema gastrointestinal e o sistema respiratório. Quando absorvido, o mercúrio pode causar danos neurológicos e respiratórios, disfunções renais e gastrointestinais, distúrbios visuais, perda de audição, tremores musculares, paralisia cerebral e até a morte. Como o mercúrio é utilizado na extração do ouro, muitos trabalhadores de garimpos são intoxicados por este elemento químico. O cádmio, bastante citado em noticiários por fazer parte da composição de baterias de telefones celulares, pode causar intoxicação aguda ao corpo humano, sendo que seus efeitos mais marcantes são os distúrbios gastrointestinais (dores abdominais, náuseas e vômitos) e paralisia renal.
O arsênio pode ser absorvido pelo organismo através do sistema gastrointestinal, causando graves doenças cardiovasculares, renais, intestinais e até a morte. De forma mais abrangente e, infelizmente, tão prejudiciais à saúde quanto o arsênio, estão os chamados metais pesados. O chumbo, por exemplo, pode causar intoxicação basicamente através da absorção pelo sistema gastrointestinal e pelas vias respiratórias. Provoca distúrbios neurológicos (dores de cabeça, convulsões, delírios e tremores musculares), gastrointestinais (vômitos e náuseas) e renais. Elevadas concentrações de chumbo podem levar à morte.
O tratamento para intoxicações causadas por chumbo, mercúrio e cádmio está basicamente centrado na utilização de antídotos, que são substâncias químicas de diferentes classes. Algumas destas substâncias recebem o nome de agentes complexantes ou quelantes e podem ser naturais ou sintéticas. Quando chegam ao organismo, esses antídotos se ligam aos íons metálicos que causam a intoxicação e formam compostos de elevada estabilidade que depois são eliminados, em geral pela urina. Alguns exemplos de complexantes são a penicilamina, o EDTA (ácido etilenodiaminotetracético), o dimercaprol e o ácido 2,3-di-mercapto-succínico (DMSA).
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* Conceição Trucom (Instagram: @conceicaotrucom) é química, pesquisadora, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida. Possui 10 livros publicados, entre eles O Poder de Cura do Limão (Editora Planeta), com meio milhão de cópias vendidas, Mente e Cérebro Poderosos (Pensamento-Cultrix) e Alimentação Desintoxicante (Editora Planeta).
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